Kosta de Alhabaite

Nortenho, do Condado Portucalense

Se em 1628 os Portuenses foram os primeiros a revoltar-se contra o domínio dos Filipes, está na hora de nos levantarmos de novo, agora contra a corrupçao, o centralismo e colonialismo lisboeta!

A incrível justiça desportiva


O jogador de futebol Lisandro, que jogou no F.C. Porto, entrou para a história do futebol português por ser, até hoje, o único futebolista castigado por simular uma falta passível de grande penalidade.

Há quase um ano, num jogo com o Benfica, o jogador foi punido e, agora, já Lisandro joga em França há meio ano, o Conselho de Justiça da FPF validou a decisão da comissão disciplinar da Liga.

Que um jogador seja punido por simular uma falta parece normal. Anormal é que só um tenha sido punido. Mas a justiça desportiva portuguesa está cheia de anomalias que, por sinal, têm o F. C. Porto como protagonista ou, mais bem dito, como alvo.

Anteontem, por exemplo, os jogadores Hulk e Sapunaru foram ouvidos na Liga. Os dois jogadores estão suspensos preventivamente desde o jogo com Benfica, no fim--de-semana anterior ao Natal. Alegadamente, terão agredido "stewards" no túnel de acesso aos balneários.

Atente-se nisto:

- A presença de "stewards" no dito túnel é proibida pelos regulamentos. Ninguém sabe porque lá estavam, mas, estando eles lá, é preciso saber quem os lá pôs e para quê, até porque ninguém acredita que os jogadores os tenham confundido com bonecos e descarregado neles o desgosto com a derrota. Ou estavam lá e provocaram os jogadores? Parece mais crível esta hipótese, não é?

- Por esses alegados incidentes estão os jogadores suspensos preventivamente e assim poderão estar por três meses. Cabe na cabeça de alguém que a justiça desportiva puna de forma mais severa uma falta cometida na escuridão dos túneis do que em pleno relvado?

- E cabe na cabeça de alguém que sendo os jogadores chamados a depor - como foram na sexta-feira - não lhes seja mostrado o filme que supostamente sustenta a tese das agressões?

- Os jogadores foram ouvidos já depois de concluído o prazo de instrução do processo e, pelo andar da carruagem, tudo indica que urgência é palavra que os membros da comissão disciplinar da Liga desconhecem. A quem aproveita tal lentidão?

Os portistas têm razões de sobra para desconfiar. Bem recentemente, o caso do Apito Dourado, envolvendo Pinto da Costa, foi o que foi. Na justiça comum, o presidente portista está livre e sem que se tenham provado as acusações. A justiça desportiva ainda anda às voltas. Como há dias escrevia Miguel Sousa Tavares em "A Bola", "é uma chatice que a justiça comum tarde em render-se à campanha de moralização do futebol português, tão exemplarmente encabeçada pelo exemplar Sr. Vieira".

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