Kosta de Alhabaite

Nortenho, do Condado Portucalense

Se em 1628 os Portuenses foram os primeiros a revoltar-se contra o domínio dos Filipes, está na hora de nos levantarmos de novo, agora contra a corrupçao, o centralismo e colonialismo lisboeta!

O Novu Aqordu Urtugráficu


Carta de que o EXPRESSO não gostou.. e vem a propósito de Vasco Graça Moura.

O NOVU AQORDU URTUGRÁFICU.

Embora inicialmente o acordo ortográfico me tenha deixado desesperado, com o tempo fui-me habituando à ideia de que a simplicidade talvez justifique muitas das modificações aprovadas. Na realidade, a supressão das letras mudas parece trazer economia de tinta (numa altura de poucos recursos) e de esforço para os mais jovens, apesar de terem já sido dispensados do grande esforço de “cantar a tabuada” em troca do esforço de teclar a máquina de calcular. As pessoas mais velhas, mais conservadoras, e as mais eruditas, mais preocupadas com a etimologia do que com a simplicidade, sentem-se tremendamente desgostosas e revoltadas. Até muitos jovens, a avaliar pelo abaixo-assinado que vi há dias a ser elaborado numa das Faculdade, parecem ter acordado para o problema … embora fora de prazo.

Sucede que há quem pense que se poderia ter ido ainda mais longe na simplificação da vida dos mais novos, daqueles que enchem as nossas escolas e precisam de uma maior compensação do esforço despendido para compreender a poesia de Fernando Pessoa e novas nomenclaturas da Gramática Portuguesa e da Matemática. Pensa-se que um dia a escrita se transformará numa espécie de estenografia, aproximando ainda mais a escrita da fonética.

Um grupo de sábios mais progressistas da Academia está em vias de propor um verdadeiro acordo ortográfico que seja realmente inovador, inteligente e, especialmente nesta altura, que se caracterize pela sua economia. Em linhas gerais o novo acordo consiste em associar cada som a cada letra em sentido absoluto, deixando as letras de corresponder a sons diferentes conforme a sua posição. Por exemplo, o S será sempre S, quer esteja no meio de vogais ou fora delas. Se o som é de Z, então usaremos sempre a letra Z (por isso “casa” será antes “caza”). O H desaparece simplesmente, pois em português não se usa aspirar nem expirar o H (em vez de “hoje”, vai escrever-se “oje” e muita gente ficará contente por poder escrever”à” referido ao verbo “haver”). O cê cedilhado é também eliminado, pois vai passar-se a usar sempre o S (em vez de “paço” vai usar-se “paso”). A letra C não faz falta porque temos o Q de quá-quá-quá, podendo escrever-se “qasa” em vez de “casa”. Podemos, em muitos casos, poupar o M,. desde que o N o possa substituir, poupando-se tinta de impressão ao remover uma perna ao M. Assim, vamos escrever-se ” tanbén”, “conprar”, embora se mantenha o M em “mapa”, “mala”, “mãe” porque efectivamente se lê M. Qual a razão de se usar X e CH?

Vamos sempre usar X: “tacho” passa a “taxo” e “chão” dá “xão”. Assim teremos as palavras “xuva”, “xupeta”, “xávena”, O O deixa de se poder ler U pois existe o U para esse efeito (“Portugal” passa a “Purtugal”, “carro” passa a “carru” , e depois a “qarru”, mantendo-se o uso dos dois RR para o R carrrrregado). De igual modo, o G será sempre G e nunca J (“ginástica” dará “jinástica” e depois “jinástiqa”, “ginásio” transforma-se primeiramente em “jinásio”, depois em “jinázio” e finalmente em “jinásiu”.O mesmo se passa com “gestor” que se vai escrever “jestor”. “Gato” continua “gato” mas “burro” transforma-se em “burru”.

Não podemos deixar de rematar, em sintonia com o novíssimo acordo ortográfico, ben aja estes filhus qe tantu têm feitu pur Purtugal!

Carlos Corrêa, Gondomar

(enviado pelo meu amigo Pinto da Costa)

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