Kosta de Alhabaite

Nortenho, do Condado Portucalense

Se em 1628 os Portuenses foram os primeiros a revoltar-se contra o domínio dos Filipes, está na hora de nos levantarmos de novo, agora contra a corrupçao, o centralismo e colonialismo lisboeta!

GERMANO SILVA Doutor Honoris Causa pela Universidade do Porto


Em entrevista à Lusa, Germano Silva, 85 anos, disse que foi “uma completa surpresa” ser chamado ao gabinete do reitor para saber se queria aceitar a atribuição daquele título.

“Não estava nada à espera de uma comunicação daquele género. À surpresa juntou-se logo a seguir a emoção (…). O rapazinho pobre, o pé descalço ascendia a uma plataforma até inimaginável para ele”, contou Germano Silva.

Germano Silva iniciou a sua carreira jornalística há 60 anos no Jornal de Notícias como colaborar de Desporto, percorreu os diferentes patamares hierárquicos desde estagiário a chefe de redacção e é hoje “uma das mais respeitosas figuras no estudo e divulgação da história da cidade do Porto”, tendo a sua obra distribuída por 18 livros, lê-se no mesmo despacho da UP.

Germano Silva assume que aceitou o convite por uma forte razão: “Vi naquela atribuição não a distinção do cidadão anónimo que sou eu, mas sim o trabalho que ao longo de muitos anos ando a fazer sempre a favor do Porto e dos portuenses”, explicou o jornalista, considerando que a distinção universitária premeia o “trabalho” e não a sua pessoa “que pouco ou nada vale”.

Germano Silva considerou que a distinção que vai receber é principalmente para os portuenses.

“A distinção não é só para mim. É sobretudo para os portuenses, especialmente para os meus fiéis leitores que têm compreendido o alcance das minhas mensagens e me incentivam a continuar. Mas é também e principalmente para aqueles que têm sido o veículo das minhas crónicas. Eu poderei saber alguma coisa sobre a história do Porto mas se não tivesse um meio de veicular esse conhecimento até junto do público o meu conhecimento de nada valia”.

Segundo o reitor da Universidade do Porto, Sebastião Feyo de Azevedo, de quem partiu a proposta de atribuição do ‘honoris causa’, Germano Silva “empenhou-se em fazer um retrato vivo da memória da cidade [do Porto], contribuindo decisivamente para a sua preservação e para, de uma forma pedagógica, disseminar o gosto pela conservação do património material, mas também pelo imaterial, matéria com que se constrói a identidade e o sentimento de pertença a uma comunidade”.

O dia do “noivado”, como definiu o próprio Germano Silva, está marcado para hoje, 03 de Novembro, no salão Nobre da Reitoria, e nessa altura, o novo doutor poderá recordar durante a cerimónia o passado de um “rapazinho pobre” que começou a ganhar a vida como marçano num retroseiro, depois foi operário fabril numa fábrica de fósforos, depois numa fábrica de lanifícios e que frequentou à noite um curso geral de comércio na antiga Escola Comercial de Oliveira Martins.

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