Kosta de Alhabaite

Nortenho, do Condado Portucalense

Se em 1628 os Portuenses foram os primeiros a revoltar-se contra o domínio dos Filipes, está na hora de nos levantarmos de novo, agora contra a corrupçao, o centralismo e colonialismo lisboeta!

"Sócios organizados", diz o traficante. Percebemos


Claramente, a pior curva de sempre de um Rally

NESTE RALLY FINLAND 2017


"Não temos claques"

O melhor dia para casar...


Este fdp pensa que somos lorpas?

"Sei que o ...fica tem sócios organizados, mas nunca ouvi falar em claques, são sócios do ...fica e têm tantos direitos como eu", afirmou.

Em causa está o evidente e inequívoco apoio aos Diabos Vermelhos e aos No Name Boys, que representaria violação dos regulamentos, por estes dois grupos de adeptos não estarem registados no IPDJ.

Dia mundial do orgasmo: falemos do clitóris

Hoje, dia 31 de Julho, é comemorado do Dia Mundial do Orgasmo. A data foi criada na Inglaterra por uma rede de sex shops com objectivo de celebrar o prazer e quebrar tabus relacionados ao tema.



António Costa: Um homem muito perigoso

É difícil, por estes dias, não pensar o pior de António Costa. A razão do fenómeno está no próprio Costa, nos limites, agora postos à vista de toda a gente, da sua percepção das coisas como estadista
 
É difícil, por estes dias, não pensar o pior de António Costa. Era sem dúvida possível, e do meu ponto de vista sensato, pensar mal da sua visão política antes. Mas as razões para isso, por fortes que fossem, encontravam-se ainda ligadas por inteiro justamente à política no sentido banal e corrente da palavra.
  • Podia-se discutir a forma como chegou ao poder, aliando-se a partidos cujo programa político implica a concepção da democracia parlamentar como algo de provisório a ser superado por formas mais elevadas de organização política. Mas a ascensão ao poder deu-se inequivocamente no quadro legal.
  • Podia-se criticar as opções tomadas nos vários sectores da governação e julgá-as ruinosas. Mas tais críticas eram ainda críticas originadas em concepções políticas particulares e dirigidas contra outras concepções políticas.
  • Podia-se julgar que a tão falada “paz social” tinha sido obtida através de negociações com os parceiros políticos, nomeadamente o PCP, em benefício das clientelas políticas destes, e que era inteiramente artificial e, dadas as suas consequências, danosa para o país. Mas, que se saiba, a Constituição não proíbe estes arranjos.
 
Podia-se julgar isto e muito mais. Tudo mudou.
 
No final dos anos cinquenta, Jack Arnold realizou um dos mais maravilhosos filmes de ficção científica de todos os tempos, The Incredible Shrinking Man. Conta a história de um homem que, num passeio de barco, é envolto por uma estranha nuvem que depois desaparece. A pouco e pouco, Scott (é o nome do homem) começa a minguar a olhos vistos. O filme relata o progresso da diminuição do seu corpo e da mudança de percepção das coisas do mundo que essa diminuição acarreta. Quase no fim, a cena do encontro do seu corpo minúsculo com um gato é particularmente memorável. Em momento algum do filme o cómico, que aparece aqui e ali, silencia o que há de verdadeiramente angustiante no destino do personagem. E essa angústia prende-se em primeiro lugar com a alteração constante da percepção do mundo que o rodeia.
 
A ouvir Costa por estes dias, lembrei-me do filme de Jack Arnold. Como no filme, Costa tem minguado a olhos vistos. A razão do fenómeno não é qualquer nuvem misteriosa, mas sim os fogos que mataram pelo menos 64 pessoas em Pedrógão Grande e que se arriscam a matar mais, nos tempos que vêm, por esse país fora. Ou melhor: a razão do fenómeno está no próprio Costa, nos limites, subitamente postos à vista de toda a gente, da sua percepção das coisas como estadista. Ou ainda: da absoluta ausência da dimensão de estadista que ele exibiu de forma concludente.
 
Não me estou a referir ao rol de decisões passadas de Costa, algumas bem recentes, relevantes para o criminoso caos presente. José Manuel Fernandes elencou algumas ontem, num seu artigo neste jornal (“Se isto é um primeiro-ministro”). Aquilo de que falo tem mais a ver com o que, também no Observador, Rui Ramos escreveu terça-feira (“A ignorância de Estado”), e que sugere uma total incapacidade de Costa para assegurar o bem público. Face a uma catástrofe, tudo aquilo de que Costa é capaz é de recorrer a toda a espécie de malabarismos que lhe granjearam a dúbia fama de político excepcionalmente habilidoso. Só que, confrontado com uma realidade não moldável aos exercícios circenses a que nos habituou e que tanta admiração provocam nos aficionados da política, a tal habilidade revelou-se aquilo que na sua essência radicalmente é: um puro jogo destinado a preservar o poder sem qualquer princípio que respeite verdadeiramente ao bem público. Quer dizer: uma coisa oca produzida pelo vazio.
 
António Costa minguou aos olhos de todos – e minguou também aos seus próprios olhos, por mais que tente disfarçar este aspecto das coisas. A sua percepção da realidade tenta adaptar-se em vão àquilo para o qual se encontra radicalmente impreparado, já que a situação exige uma concepção da política muito diferente daquela que é a sua, restrita à sabedoria mundana de todos os truques e truquezinhos conducentes à ascensão ao poder e à sua manutenção .
 
E ele percebeu patentemente isso. A inacreditável brutalidade que, depois das piedades da praxe, mostrou na reacção à catástrofe, como se tudo não passasse de um detalhe burocrático, é sinal disso, sinal só aparentemente paradoxal dessa debilidade descoberta. O repetido “já está tudo esclarecido”. O rocambolesco episódio do “segredo de justiça” relativamente ao número e à identidade dos mortos. A denúncia de um aproveitamento político “absolutamente lamentável” por parte da oposição, que (a linguagem, logo retomada por Pedro Nuno Santos, é eminentemente significativa) faz “acusações parvas”. “Parvas” (Pedro Nuno Santos acrescentou “tontas”)? É linguagem que, no contexto, se use? E a oposição não está ali para, bem ou mal, criticar o governo quando julga que este merece críticas? Não era isso que o PS (e o Bloco e o PC) dantes fazia? “Parvas”? Vejam o nível da coisa e o que revela sobre aquelas cabeças. A criação da “lei da rolha”, em que, a partir de Carnaxide, a comandante Patrícia Gaspar, da Autoridade Nacional da Protecção Civil, se especializou a, com o beneplácito de Costa, transmitir informações desmentidas por aquilo que se passa no terreno. Tudo isso são maneiras desesperadas de lidar com a situação que visam trazer os problemas para o reino das aparências, o único que ele conhece e em que se sente bem. Mas ele sabe que já não é possível, que a coisa passou para uma escala onde esses artifícios são vãos.
 
A incapacidade de adaptar os seus hábitos de percepção à realidade leva Costa a produzir declarações espantosas e, no limite, obscenas. No outro dia, facto não suficientemente notado, afirmou que (cito de cor, mas não falho a ideia) a dimensão da tragédia não se mede pelo número de vítimas. Como? A dimensão da tragédia não se mede pelo número de vítimas? Percebe-se bem, é verdade, onde queria chegar. Em pânico pela discussão criada pela descoberta de uma 65ª vítima revelada pelo Expresso (há quem diga que haverá mais), Costa decidiu proclamar o seu grande humanismo: a perda de uma só vítima é já uma tragédia inteira. É muito bonito falar assim, mas é voluntariamente esquecer, ou pretender ocultar, que o número de vítimas tende com quase certeza inteira a acentuar a responsabilidade humana (e a responsabilidade política de Costa) em toda esta história e que a totalidade do número de vítimas acrescenta, se possível, uma dimensão ainda mais grave a cada tragédia individual. Não dou exemplos da falácia do argumento de Costa porque o seu número é legião.
 
Não tenho a mínima dúvida que Costa tem plena consciência que a sua reacção a toda a catástrofe dos fogos provou a sua incapacidade como homem de Estado para defender o bem público. E não serão a presumível escalada da sua agressividade verbal ou o aumento das sortidas tentativas de criar uma aparência incoincidente com a realidade que me farão pensar o contrário. Ele sabe. Sabe que minguou. O cinto protector do PS e do PC e do Bloco (Catarina Martins não resistiu a invocar o “aquecimento global”, um argumento espúrio e estapafúrdio) não lhe vão adormecer a consciência. Ele sabe. Tirará daí alguma consequência? Perceberá que a sua minguada percepção da realidade o torna inconveniente para o cargo que ocupa? Claro que não.
 
António Costa é um homem perigoso. Mesmo muito perigoso.
 

Ex sogra

Note-se como o PS sacrificou um presidente de uma concelhia para servir o país e ajudar no combate aos incêndios

Vamos ao caso concreto:  em Janeiro deste ano noticiava-se que:
“Os 25 comandantes de bombeiros do distrito de Aveiro reuniram de emergência, ontem à noite, para decidir medidas a tomar tendo em vista impedir a nomeação de Augusto Vidal Leite para segundo comandante operacional distrital (CODIS).
Augusto Vidal Leite, de 32 anos, tem o posto de terceira classe – a mais baixa da classe de bombeiros – na corporação da Murtosa. É presidente da concelhia do PS da Murtosa e, segundo várias fontes contactadas pelo CM, a sua nomeação é vista como política.”

SIRESP: o "amigo financeiro" de Costa

O nosso bem-amado e impoluto primeiro-ministro - António Costa, e o seu ex-chefe, ex-presidiário e bom rapaz - José Sócrates...
Os sorrisos francos e abertos de António Costa e do seu amigo e antigo chefe José Sócrates.


Texto de Alexandre Sarmento:

Oliveira e Costa, sob juramento, no Parlamento: "Ora bem, o que se gastou para fazer o SIRESP (Sistema Integrado das Redes de Emergência e Segurança de Portugal) julgo que andará à volta de 80 e tal milhões de euros."

Eis a parte da explicação, a assunção de um roubo à coisa pública, mas como bem sabemos, neste país, mesmo que o crime seja mais que evidente, as grandes corporações, as associações criminosas e a cambada do sistema, vulgo políticos e gestores públicos, ficam, aliás como de há muito até hoje, sempre ilibados das suas responsabilidades, situação altamente lesiva, mas que se encontra bem explícita na "Constituição da Republica Portuguesa".

Sendo assim, com a própria constituição criminosa ao proteger os criminosos, uma CRP feita à medida para proteger os interesses mafioso, vivemos num estado mafioso, uma Cleptocracia Parlamentar Constitucional. Este é o verdadeiro nome do actual regime - pergunto eu porquê e até quando.


Promete...


Se isto é um primeiro-ministro...

Porque é que Costa teve medo de revelar os nomes das 64 (que podem ser 66) vítimas de Pedrógão? Talvez porque tem responsabilidade em muitas medidas e nomeações indissociáveis da tragédia que vivemos.


Sábado: o Expresso publica os nomes de 64 vítimas do incêndio de Pedrógão Grande e revela que há pelo menos uma 65ª. Logo no domingo, o primeiro-ministro reagiu como costuma reagir: “Já está tudo esclarecido” (porventura tão “esclarecido” como o caso das viagens dos secretários de Estado ao Euro, que um ano depois levou à sua demissão).
 
Obviamente, nada estava esclarecido. Não estava esclarecido o que eram vítimas “directas” ou “indirectas” daquela tragédia (e sabemos agora que, além da idosa identificada pelo Expresso, o Ministério Público ainda está a investigar mais uma situação). Sobretudo quase nada estava ou está esclarecido sobre o que se passou em Pedrógão. Tanto assim é que, passadas apenas algumas horas, António Costa mudou o discurso.
 
Tendo constatado que não conseguia fazer desaparecer a sombra da dúvida da opinião pública, passou à segunda escapatória: “Não é o Governo que contabiliza” os mortos. E acrescentou ainda algo de extraordinário: “Se alguém tiver conhecimento de um maior número de mortes deve comunicar a essas entidades.” Como? Sem conhecer a lista das vítimas, como seria isso possível?
 
Mas nessa altura o governo já tinha encontrado outra barricada: a lista das vítimas estava em segredo de justiça. Porquê? É difícil entender. Tão difícil de entender que, passadas mais 24 horas, o Ministério Público levantou o segredo de justiça e revelou que há 64 mortes “directas” e mais duas que ainda estão a ser investigadas.
 
Mas mais difícil de entender ainda foi a resistência do Governo a pedir ele próprio o levantamento do segredo de justiça, como podia fazer. De que tinha medo? Não entenderia que a simples existência de uma suspeita era factor de alarme público? Perdeu de tal forma o controle dos acontecimentos que teve medo que a lista que circulava na Internet e foi revelada pelo jornal i fosse verdadeira?
 
Tudo isto poderia ser apenas desnorte se não correspondesse a um padrão de comportamento: o de procurar controlar a informação e obscurecer a verdade. O de tentar ter apenas uma “narrativa” – a sua narrativa.
 
O que se passou na quarta-feira de manhã na sede da Autoridade Nacional de Protecção Civil é bem significativo. No briefing com os jornalistas, destinado a procurar afastá-los das frentes de incêndio, a porta-voz deu como controlado o fogo de Mação. À mesma hora, no local, os autarcas garantiam que sucedia exactamente o contrário – e era mesmo o contrário o que estava a suceder.
 
Não é a primeira vez que estes “enganos” ocorrem. Dias antes, a mesma ANPC garantia que um helicóptero tivera um problema mas que tudo se reduzira a um “incidente”, tendo tudo acabado com um mero “toque no chão de forma controlada”. Uma investigação da TSF revelou que, afinal, o aparelho ficou destruído.
 
Se dúvidas houvesse sobre o objectivo da “lei da rolha” imposta aos comandantes dos bombeiros, estes episódios eliminaram-nas: a centralização da informação nos encontros com os jornalistas em Carnaxide destinam-se mais depressa criar uma cortina de fumo que os impeça de ver as colunas de fumo em que se estão a transformar cada vez mais florestas.
 
António Costa, que defendeu abertamente esta “lei da rolha”, tem de facto razões para estar preocupado, pois deixou rasto em muitas das decisões que estão a condicionar negativamente o que se está a passar com as nossas florestas. Recordemos algumas delas:
  • Foi de António Costa, como ministro da Administração Interna, a decisão de apostar tudo num sistema de combate aos incêndios focado em extinguir rapidamente as ignições e que desvalorizou a reforma da floresta. É essa opção que, neste ano quente e de imensa acumulação de combustível nas matas, mostra não ser capaz de evitar tragédia atrás de tragédia.
  • Foi também de António Costa a decisão de manter o contrato com o SIRESP, o sistema de comunicações que está sempre a falhar, tendo-se limitado a renegociá-lo para lhe retirar valências que hoje fazem imensa falta.
  • Foi ainda de António Costa a decisão política, como primeiro-ministro, de promover a aprovação de um pacote legislativo para a floresta que é duramente criticado tanto pelos especialistas em florestas e em fogos florestais, como pelos agentes económicos do sector. Costa, como já referi, preferiu fazer umas flores à esquerda, com o Bloco, para enganar o pagode, perdendo-se mais uma oportunidade de tomar as medidas que têm de ser tomadas.
  • Foi com António Costa que ascendeu a Presidente da Autoridade Nacional de Protecção Civil um coronel (antes esse lugar fora sempre ocupado por um oficial general) que tem como currículo ter quase sempre seguido Costa de perto: Joaquim Leitão foi em 2005 adjunto do gabinete do secretário de Estado da Administração Interna quando António Costa era ministro, em 2008 foi nomeado comandante do Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa pelo presidente da Câmara António Costa, em Janeiro de 2016, com o novel governo Costa, regressou ao Ministério da Administração Interna, de novo como adjunto. É esse mesmo Joaquim Leitão que hoje preside ao caos notado no combate a tantos e tantos incêndios, tal como preside à “lei da rolha”.
  • Foi com este governo de António Costa que o MAI nomeou 30 chefias da Protecção Civil 74 dias antes da tragédia de Pedrógão, sendo que um dos novos nomeados, o 2.º comandante de Leiria, foi quem dirigiu as operações no terreno durante o fogo de Pedrógão Grande das 19h55 às 22h do dia 17 de Junho, isto é, no período em que ocorreu a maioria das mortes. Trata-se de Mário Cerol, um advogado, comandante dos bombeiros de Alcobaça e, vejam lá, antigo mandatário de uma candidatura do PS a esse município.
  • António Costa estava ao lado de Rui Esteves, o comandante operacional da ANPC nomeado pelo seu governo, quando, na noite de sábado para domingo no incêndio de Pedrógão Grande, este declarou que os meios envolvidos no combate àquele fogo eram “claramente” os adequados e que a sua determinação era extinguir o incêndio nessa mesma noite ou no domingo – o incêndio levaria cinco dias a ser extinto. Agora, foi esse mesmo Rui Esteves que, a partir de Proença-a-Nova (que fica no seu distrito de origem, Castelo Branco), dirigiu no terreno o combate ao incêndio de Mação, tendo de responder às queixas já verbalizadas pelos autarcas deste município sobre as opções que tomou.
Para onde quer que olhemos há traços da passagem ou de decisões de António Costa que não podem ser dissociadas não apenas de um atraso de pelo menos 10 anos na reforma da floresta (estava no Governo que meteu os estudos na gaveta), como de medidas que provocarão novo adiamento de qualquer reforma útil, como há muito não se via tanta desorientação e caos na direcção das operações da Protecção Civil, uma estrutura cujas chefias estão lá porque Costa lá as colocou. E se quiserem mais um exemplo leiam Manuel Carvalho, natural de Alijó, jornalista que muito escreveu sobre a floresta portuguesa, e que ao comentar o incêndio que devastou pinhais que conhecia como as mãos não hesitou em falar, justificando, em “desnorte” e “incompetência”.
 
Quando juntamos todas estas peças, quando sabemos que ainda estamos em Julho e faltam os dias mais perigosos do ano, quando suspeitamos que há muitas coisas que nos estão a ser escondidas, até para as férias de António Costa se olha como um pecado menor – pecado de arrogância, mas pecado menor.
 
Face a tudo o que este Verão nos tem revelado, ficamos com a percepção clara de que o nosso primeiro-ministro não possui a fibra para o lugar. Onde quer que vá vai sempre depois de o Presidente da República já ter estado. Quando o seu Governo deve explicações aos portugueses, ele faz perguntas aos organismos sob a sua tutela, como se assim sacudisse a água do capote. No momento em que o Estado falha clamorosamente, como sucedeu em Pedrógão Grande, nem sequer tem a humildade de, como primeiro responsável executivo desse Estado, pedir desculpa. Sempre que a situação fica difícil, responde com evasivas. Na altura em que, até para criar um clima de tranquilidade pública, se exigia a máxima frontalidade e transparência, responde com uma atamancada “lei da rolha” ou convoca um focus group sobre a sua popularidade.
 
Não sei se isto é um primeiro-ministro – o que sei é que não é assim que um primeiro-ministro deve governar. As manhas da política e os truques dos especialistas em comunicação não chegam para disfarçar o muito que lhe falta para sabermos que também é um homem para os dias difíceis, aqueles onde não se pensa em salvar a pele mas em servir o melhor possível os portugueses.
 
PS. O título deste texto inspira-se num dos melhores romances sobre o Holocausto, a obra autobiográfica de Primo Levi Se isto é um homem. O que mais impressiona na obra desse sobrevivente de Auschwitz é a sua descrição de como os prisioneiros acabavam facilmente a espezinhar outros prisioneiros apenas para sobreviverem mais alguns dias ou algumas horas. É, por isso, um tremendo retrato do lado mais negro da natureza humana. Lembrei-me dele ao assistir a actuações próprias do lado mais negro da política.

[ José manuel Fernandes, aqui ]




"Islâmico": nome, religião e causa maldita que deve ser combatida e eliminada da face da Terra

“Fui violada todos os dias durante seis meses”, conta jovem que foi prisioneira do Estado Islâmico
 
Em Agosto de 2014, foi raptada pelo Estado Islâmico juntamente com milhares de mulheres e crianças. Mantida como escrava sexual, foi violada vezes sem conta. Agora, e após ter conseguido escapar, Ekhlas conta os horrores que sofreu nas mãos do Daesh
Tinha apenas 14 anos quando viu o pai ser morto mesmo à sua frente. Em agosto de 2014 a aldeia de Ekhlas, uma jovem iraquiana da minoria yazidi, foi atacada por militantes do autoproclamado Estado Islâmico que mataram milhares de homens. Mulheres e crianças foram capturadas. Ekhlas e a sua família ainda tentaram fugir pelas montanhas, mas sem sucesso. “Mataram o meu pai diante dos meus olhos. Vi o seu sangue nas mãos deles.” recorda a jovem, em entrevista à BBC.
Depois deste episódio, Ekhlas e mãe foram capturadas e mais tarde separadas. A jovem foi colocada numa prisão onde tudo o que ouvia eram “gritos e choro”. De um grupo de 150 adolescentes foi "escolhida" por um homem. “Era tão feio como um monstro, com cabelos compridos. Cheirava tão mal. Tinha tanto medo que não conseguia olhar para ele” conta Ekhlas. A partir daí, foi mantida como escrava sexual durante meses. “Violou-me durante seis meses todos os dias. Tentei matar-me.”
Um dia, aproveitou que o seu sequest rador estava em combate para fugir. Foi encaminhada para um campo de refugiados onde conheceu Jaqueline Isaac, uma advogada americana que estava encarregue de realojar jovens vítimas do Estado Islâmico em países da União Europeia.
Três anos após ter sido capturada, Ekhlas vive, atualmente, num centro de apoio psiquiátrico da Alemanha onde recebe terapia de grupo para crianças e adolescentes refugiados. Frequenta a escola e sonha um dia tornar-se advogada.


 

Vaudeville tuga, ou bestialização de um povo por um governo de bestas quadradas

Incêndio em Mação "descontrolado" ou foi uma "manhã tranquila"? Em Alijó ocorreu a queda de uma aeronave ou trata-se apenas de uma aterragem de emergência? E o avião em Pedrógão Grande, caiu ou não caiu? Morreram 64 pessoas, foram mais (ou foram menos)? As seguradoras têm acesso fácil à informação sobre os incêndios para poderem indemnizar as vítimas ou esse acesso é dificultado por opacidade institucional? Foi feito o possível para combater os fogos ou o Estado falhou? Falando sobre Tancos, as armas roubadas estavam ou não operacionais? São perigosas ou são sucata? E há ou não o risco de que essas armas acabem nas mãos do crime organizado e de grupos terroristas?
 
Nas últimas semanas, houve respostas para todos os gostos. Entidades oficiais e gente com responsabilidades públicas desdobraram-se em afirmações que sustentavam uma coisa e o seu contrário. Aliás, há casos onde a mesma pessoa disse uma coisa para, mais tarde e sem sinal de assombro, vir a terreiro desdizer-se. Visto como um todo, isto já não é incúria nem fracasso do Estado. É vaudeville.   [ Diogo Noivo, aqui ]

Cálculo estival


Ainda Tancos: Estiveram só uns dias de castigo para fingir que isto era um país

Os palhaços esquerdelhos da governação


O legado deste governo. Mais nada.


Chulice lisboeta e centralista


Ficamos (...) a saber que, sem qualquer concurso público, a televisão Pública decidiu atribuir a organização do Festival da Eurovisão a Lisboa, alugando para isso um recinto privado: o MEO Arena. Não foi nenhuma surpresa. Afinal, apesar de todo o fingimento posterior, duas horas após a vitória de Salvador Sobral a própria RTP já tinha anunciado que a Eurovisão seria em Lisboa. Ficamos sem saber exactamente quanto vai custar o Festival organizado num recinto privado em Lisboa e quanto teria custado organizado noutras cidades, possivelmente utilizando recintos mais baratos pertencentes ao Estado, como é caso do Europarque. Ficou também por saber quanto pagará a cidade de Lisboa pelo privilégio de receber o Festival e quanto será pago pelos restantes contribuintes. Até a ultra-corrupta Ucrânia fez um concurso público para decidir o local de Organização do Festival. Mas em Portugal não precisamos disso. Nada de novo num país habituado a engolir faltas de transparência na utilização de dinheiros públicos (afinal, são só 30 milhões de euros) e a aceitar esta macrocefalia como algo normal. Nada mais seria de esperar de um país que vê a presidência da Câmara de Lisboa como um degrau natural para liderar o país (António Costa, Santana Lopes e Jorge Sampaio foram todos presidentes da CML e Marcelo Rebelo de Sousa chegou a ser candidato).

Lisboa tem o melhor sistema de transportes públicos, as melhores escolas, os melhores hospitais, uma companhia aérea e televisão pública dedicadas a servir os seus interesses, capta quase todos os organismos públicos, redacções de jornais, televisões e, por arrasto, boa parte das empresas privadas. Lisboa tem assim os melhores empregos e recebe a maioria dos eventos de renome. Lembrem-se disso da próxima vez que ouvirem o choradinho habitual sobre o valor das rendas no centro de Lisboa, o alojamento local, o turismo, o aeroporto sobrelotado ou a falta de estacionamento. Se os Lisboetas querem rendas mais baratas, então que apoiem a descentralização de organismos, serviços e eventos. Se não o fizerem não têm qualquer autoridade para se queixarem das rendas. Se não querem suportar rendas altas, podem sempre ir viver para fora dos 10 quilómetros quadrados à volta do Marquês onde acham que cabe todo o país.

Os partidos (TODOS DE LISBOA) não existem para servir o país nem a economia

Jornalista do Expresso na SIC Notícias:
 “Os partidos servem muitos interesses – desde sociedades secretas ao sector financeiro… Os partidos não existem para servir o país nem a economia…"

Este governo podia descer mais baixo?

Os nomes das pessoas que morreram nos incêndios em “segredo de justiça” é das desculpas mais nojentas que me lembro de ler ou ouvir.
  • Como é que as doações chegam às famílias?
  • Como é que as Seguradoras indemnizam quem devem se os dados destes estão em “segredo de justiça”?
Nós sabíamos: este governo socialista da extrema-esquerda é do piorio e a cada dia que passa consegue surpreender-nos atingindo os mais baixos níveis de decência humana e miséria política...

Não sei se repararam, mas o país continua a arder, mas a popularidade da geringonça é que conta


O PAÍS CONTINUA A ARDER

O governo, profundamente comprometido com vários escândalos, foi de férias, a saloia ministra continua mais preocupada em esconder a contabilidade real dos mortos das tragédias recentes que estilhaçaram a confiança dos portugueses. Esses desgraçados olhados por lisboa como apenas gajos da província... Fosse algum alfacinha (natural ou importado) que a coisa era capaz de piar fininho... 
 
Entretanto, a extrema-esquerda, base deste governo socialista democraticamente ilegítimo, os comunistas-leninistas e o bloco-sanitário das vacas voadoras, andam desaparecidos e assim percebemos que ninguém consegue comandar, coordenar nem prevenir. E este país vai ardendo lentamente. 
 
Importante mesmo é saber o índice de popularidade da coisa que faz de governo.

O Dragão Caixa tem novo piso

Uma pequena nota sobre o “ai meu Deus, que vem aí a censura” (*)

[ (*) Vitor Cunha, aqui ]


Portugal está completamente maricas. Mais gayzola, rabeta ou panasca seria impossível. A esquerda anda indignada com cenas, como sempre andou, mudando o alvo das indignações mais amiúde do que muda de cuecas. A direita, sempre bem comportadinha, com os seus penteados neo-dandy e gostos importados do Buzzfeed e de gatinhos anda aí cheia de medo, anunciando que vem aí a censura, que já não se pode dizer nada. Coninhas.
Nada disto tem relação com a realidade. Na realidade, fora do marketing partidário da parasitagem que por aí anda e que involuntariamente suga muita boa gente, não só é possível como se usam expressões e palavras como paneleiro, papa-ovelhas, preto, cigano ou pessoa-que-vai-de-férias-com-o-Sócrates. Achar que nada se pode dizer só porque assim o parece no Facebook, essa artificialidade onde ninguém pina e todos amam, ainda mais que engolir o discurso apaneleirado das putas do regime, é ser palerma.
Que a esquerda torne tudo em touradas, enfim, é a definição de esquerda; que a direita alinhe no jogo é a rendição total ao degredo. Não há qualquer “ditadura do politicamente correcto”; há, sim, uma necessidade galopante de “querer parecer”, e isso, meus amigos, é paneleirice, de esquerda e de direita.
QED.







Você já morou num Bairro Social? (*)

[ (*) - Ricardo Lima, aqui ]

Há um enorme problema na comunidade cigana, um problema, ainda que em menor escala, com a comunidade africana e um problema gravíssimo, que transcende raça e etnia, e inclui os brancos, nos bairros sociais por este país fora. Quem achar o contrário, ou tem a paisana à perna e não acha grande piada à ideia, ou tem que começar a sair do condomínio fechado, passear nos subúrbios, andar de transporte público a más horas, deixar o gabinete da universidade e passar a leccionar numa escola de bairro, algo do género. Essa bolha do politicamente correcto onde vocês se enfiaram, uma das causas da imunidade que grassa e das reações, algumas bárbaras, que lhe sucedem, mata pessoas. E quando eu digo que mata pessoas não o escrevo num sentido figurativo, mas num bem real.
Vocês, doutorzinhos da merda nas vossas conferências da treta do raio da problematização que vos pariu, vocês políticos com sabidos problemas de coluna, vocês sociólogos da vitimização, vocês betinhos do Bloco de Esquerda, têm sangue nas mãos. É claro que vocês, nos vossos condomínios, não estão sujeitos a levar um tiro por sugerirem ao jovem à vossa frente que fumar um cigarro no metro é capaz de não ser lá grande marco civilizacional, não têm um largo grupo de familiares armados que nem uma célula terrorista a tentar arrombar-vos a porta porque a vossa mulher não consentiu que uma sujeita a ultrapassasse na fila do supermercado, não vivem sob a ameaça de tiroteios, assaltos, espancamentos, entre outras cenas que hoje são parte do quotidiano. Vocês não viram armas e drogas no vosso 5o ano de escolaridade, não havia disso no colégio.
Vocês são os mesmos mentalmente desavantajados que quase armam uma guerra civil porque uma pita se atirou à professora devido a um telemóvel – coisa comum que é capaz de se repetir no mesmo dia – e depois ligam para os direitos humanos nas questões de peso. Quando morre um puto esfaqueado por um telemóvel ou um mãe numa bala perdida eu não vos vejo no funeral nem nos jornais a soluçar de indignação. Quando uma miúda é proibida de ir à escola não berraram: “racistas”! Criaram turmas segregadas, medida digna aos olhos de uns quantos boers. Quando um traficante é apanhado, com mais espingardas que o Rambo e uma garagem que mete inveja a muitos jogadores da bola não vos vejo armar a paródia que armaram ao senhor do Pingo Doce. Quando os polícias são corridos a balas ou duas comunidades decidem reencenar um western não há escandaleira?
Claro que não coitados, são vítimas do sistema capitalista e racista ou da puta que vos pariu. E ainda se indignam por os sujeitos serem discriminados quando voltam. “Olhe, eu tenho aqui uns anos por sequestro, tráfico de drogas, umas navalhadas em goela alheia e umas caçadeiras que tinha lá em casa, mas sou um homem honesto, dava um excelente relações públicas da sua empresa”. Quem sofre? As pessoas de bem, trabalhadores, das próprias comunidades, que se vêm acorrentadas a um espaço que vive – e com sorte sobrevive – com leis e costumes que transcendem as da sociedade portuguesa, ocupadas com guerras diárias enquanto outros se ocupam com em contar os novos géneros, insultar os turistas ou partir barbearias.
Ide lá jogar polo aquático com o Salvador, escrever a vossas crónicas dignas de analfabetos funcionais, beber um gin com salada com a malta da jota, mas deixem os problemas de gente grande para homens. Os canalhas não têm lugar aqui.

Os mortos do grande incêndio não são números para o governo da extrema-esquerda brincar

QUANTAS PESSOAS MORRERAM NA TRAGÉDIA DE PEDRÓGÃO GRANDE?


Custa a acreditar que isto possa acontecer em Portugal em 2017: Incêndios. Empresária contou mais de 80 mortos em Pedrógão Grande
Isabel Monteiro, empresária de 57 anos, natural de Lisboa, reuniu uma base de dados com as vítimas mortais do incêndio dos concelhos de Pedrógão Grande e já contabilizou mais de 80 mortos, dos quais 69 estão confirmados pelas famílias com nomes completos, localidade e local da morte.
A intenção era criar uma lista de vítimas para a criação de um memorial na Estrada Nacional 236, hoje conhecida como “Estrada da Morte”, mas foi ao recolher a informação junto das famílias, funerárias, bombeiros e dados da comunicação social que Isabel constatou que o número de vítimas mortais seria superior ao número oficial divulgado pelas instituições do Estado. Começou então uma investigação de fundo e o total de mortos contados até à data, na sua base de dados, já ultrapassa os 80.

A trampa da geringonça que nos governa

Jogo da Glória: regras e regulamentos, a crónica de Alberto Gonçalves no Observador.
(…) 93. Ferro Rodrigues, personalidade que existe para que as alforrecas não pareçam tão inúteis, jura haver “espasmos” da “direita” e da “extrema-direita” contra ele. E elabora: “Há pessoas que, quando algumas coisas mais graves acontecem, mostram que o seu conceito de democracia não é o mesmo do que o da maioria dos portugueses”. Ao almoço, você subscreve tudo a quem o queira ouvir (cerca de um empregado de mesa). Avance para a casa que lhe apetecer.

99. Aparentemente, Portugal é o único país da UE avesso a sanções à Venezuela. O governo desmente, o que provavelmente confirma o facto. Você liga para o “Opinião Pública”, da SIC Notícias, mas a meio da ligação esquece-se se concorda com o governo, com as sanções, com a ausência de sanções ou com o progressismo do sr. Maduro. Recue cinco casas. Você recusa-se a recuar, avança até ao final e ganha o jogo. Parabéns! Você alcançou a Glória. Você também demonstrou ser um rematado imbecil, mas em Portugal isso não constitui obstáculo a coisa nenhuma.

A amizade que plantou uma floresta

Mas uma história como a que hoje partilho convosco nunca tinha ouvido. A amizade de dois homens, um sem braços e outro cego, que, desde há anos, se mantêm unidos para erguer um sonho. Já plantaram mais de dez mil árvores em volta da sua cidade. Desde há dezasseis anos que formam uma equipa. Eu sou as suas mãos, diz um, e ele é os meus olhos. Esta é a história tocante de Jia Haixia e de Jia Wenqi.

Frases assassinas

Buarcos e Figueira da Foz vistos do céu

Momento Musical: Marian Hill

Vaca Voadora


Os novo "amigos" da esquerda


1 mês depois e....


Dedicado àquela que me acompanha nestes dias

Sting encontrou no Porto (Leça da Palmeira) “o restaurante mais bonito do mundo”

O cantor inglês é uma das caras em palco no festival Marés Vivas, em Gaia. Ao contrário de outros, fez apenas um pedido: chegar na véspera, para poder visitar o Porto.

O músico Sting andou a passear pelo Porto, no sábado à noite, e decidiu-se por um jantar ao pôr-do-sol na Casa de Chá da Boa Nova, o restaurante do chef Rui Paula, que ocupa um dos edifícios emblemáticos da obra de Siza Vieira. “É o restaurante mais bonito do mundo”, disse o fundador da banda Police, maravilhado com o cenário de rochedos e mar que enquadra a construção.

Neste domingo de manhã, horas antes de subir ao palco no festival Marés Vivas em Vila Nova de Gaia, fez questão de partilhar no Twitter uma foto “com a talentosa equipa do restaurante Casa de Chá da Boa Nova no Porto”.


A organização do Marés Vivas revelara que, ao contrário das exigências dos membros de outras bandas, o cantor britânico se mostrou “uma pessoa muito simples” e apenas fez questão de estar um dia antes do concerto no Porto, para visitar a cidade.

Foi com total surpresa que chegou ao restaurante situado na marginal de Leça. “À hora exacta da reserva”, relata a relações públicas de Rui Paula. Tão inesperado que nem o chef conseguiu estar no restaurante, detentor de uma estrela Michelin. “Espero que tenha deixado comida para mim no frigorífico”, terá brincado Sting quando foi informado da ausência do chef.

A sugestão terá partido de um amigo, quando soube que o músico, que despertou para a ribalta no final da década de 70, estaria no Porto. “Ouvi coisas muito boas acerca deste lugar”, terá dito aos membros da equipa do restaurante, a quem pediu para lhe mostrarem todos os recantos do edifício – que é uma das referências da arquitectura de Siza Vieira.

Sting fez questão de jantar numa mesa de frente para o mar, na sala mais pequena, precisamente aquela onde é maior a proximidade aos rochedos e à agitação do mar. Escolheu o menu de degustação com oito pratos, nos quais Rui Paula conjuga propostas de peixe e carnes representativos das nossas tradições gastronómicas, e escolheu “um bom vinho do Douro”, que a porta-voz do chef optou por não identificar.

No final, o músico fez questão de atravessar o salão principal, com as mesas repletas de clientes, para ir à cozinha saudar a equipa. E não se limitou à fotografia: quis observar como é feito o serviço e esperou que todos completassem as tarefas para o clique que registou o momento, entretanto partilhado neste domingo.

A equipa do Boa Nova não o deixou sair sem a oferta de um dos livros de Rui Paula, que agradeceu. “Muito educado e sempre disponível. Um gentleman!”, segundo os colaboradores do chef .

Justiça Histórica


Esta história começou bem antes da sua data oficial, quando, em Outubro de 2006, Ricardo Costa foi designado presidente da Comissão Disciplinar da Liga. Desdobrando-se em entrevistas, Costa procurava reforçar a sua distância em relação ao mundo do futebol - era nadador, pianista, docente “prestigiado” e ex-aluno “brilhante” de direito em Coimbra (era assim que se anunciava). O seu discurso, em conferências de imprensa longas e auto-elogiosas, quase confrangedoras, denunciava o perfil de justiceiro alienado que mais tarde viria a confirmar-se. O seu surgimento no mundo do futebol ocorre num momento muito particular e, certamente, nada inocente: a reabertura programada do processo Apito Dourado, após um primeiro arquivamento que ilibava todos os responsáveis do FC Porto.

Sim, dissemos “reabertura programada.” São muitíssimos os elementos que ao longo da última década nos permitem dizer que o processo Apito Dourado foi reaberto intencionalmente por força de pessoas ligadas ao Benfica e que a sua reabertura tinha um objetivo muito claro: condenar o FC Porto e manchar o seu período de sucessivas glórias nacionais e internacionais. Promoveram o lançamento do livro assinado por Carolina Salgado e redigido por Leonor Pinhão. Aconselharam falsos testemunhos e histórias inventadas. Estiveram na origem dos leaks cirúrgicos das escutas telefónicas do processo criminal (em mais de 15.000 que envolviam dirigentes de quase todos os clubes, apenas poucas dezenas de excertos vieram a público). Apoiaram a nomeação de pessoas-chave para lugares-chave. Encaminharam o processo para uma “equipa especial”, no DIAP de Lisboa, que conduziu uma investigação sobre alegados ilícitos que ocorreram fora da sua jurisdição territorial.

A nomeação de Ricardo Costa parecia vir com uma missão apensa: fazer correr no âmbito desportivo aquilo que se pretendeu, sem sucesso, fazer correr através do processo criminal. E foi isso mesmo que se passou. Chamaram-lhe Apito Final e, a 9 de Maio de 2008, a decisão já estava a ser anunciada pela Comissão Disciplinar da Liga Portuguesa de Futebol Profissional: o FC Porto é punido com a perda de 6 pontos e 150 mil euros. Pinto da Costa é condenado ao pagamento de 10 mil euros e suspenso por 20 meses. Os factos alegados? Segundo Ricardo Costa, a equipa que, em 2004, venceu a Liga dos Campeões teria beneficiado da ajuda de um árbitro para empatar com o Beira-Mar, último classificado da Liga, num momento em que liderava o campeonato e se preparava para o vencer de forma contundente. Faz sentido?

A data do anúncio não tinha nada de inocente. Com o campeonato 2007/2008 a aproximar-se do fim, qualquer recurso do nosso clube iria atirar para a competição seguinte todas as punições. E, obviamente, era muito diferente perder 6 pontos num campeonato ganho por 20 de diferença do que começar uma época com 6 pontos a menos. Além disso, nada garantia que estivessem reunidas condições para que o recurso fosse analisado com independência e seriedade. Seguiu-se a decisão mais difícil e, provavelmente, das mais arriscadas da história do nosso clube: não recorrer da condenação ao FC Porto SAD e recorrer apenas da decisão sobre o Presidente. Logo na altura, foi defendido que o recurso interposto pelo Presidente Pinto da Costa obrigava, por si só, à análise de todo o processo e permitiria, caso fosse admitido, anular a decisão sobre o clube.

Entretanto, no processo criminal, todas as acusações iam sendo progressivamente destruídas. Não com a anulação de escutas - que, ao contrário do que o terrorismo comunicacional do nacional-benfiquismo procura espalhar, foram sempre validadas -, não com a anulação de provas, não através de artimanhas processuais, mas sim com base num processo normal e através de todas as provas recolhidas. Sim, foram as escutas telefónicas e os factos que serviram para ilibar os dirigentes do FC Porto.

O recurso de Pinto da Costa (tal como o de outros condenados do “Apito Final”) chegou ao Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol e, a 4 julho de 2008, numa reunião clandestinamente reaberta por um vogal, depois de encerrada pelo seu presidente e vice-presidente, foi rejeitado. Esse vogal era Álvaro Baptista, atual vice-presidente do Conselho de Disciplina, e deputado do PSDl. Foi um dos autores da proposta recentemente discutida, que tinha como objetivo o esvaziamento de poderes da Liga, de acordo com os interesses do Benfica.

O anúncio era feito de madrugada, às 3 da manhã, na ausência do presidente e vice-presidente do Conselho de Justiça, por um bando de falsos “juízes” que acabavam de usurpar funções, de tomar de assalto o edifício jurídico da Federação, e de adoptar padrões comportamentais próprios da justiça do Zimbabwe.

Obviamente, a reunião foi decretada ilegal e todas as suas decisões foram anuladas pela justiça civil. A 6 de Maio de 2011, o Tribunal Administrativo de Lisboa decidia e, a 15 de Dezembro de 2016, o Tribunal Central Administrativo do Sul confirmava. O Conselho de Justiça tinha de reabrir o processo e reapreciar os recursos.

Foi isso mesmo que aconteceu. Ao longo dos últimos meses, o Conselho de Justiça reabriu todo o processo Apito Final e encontrou nele inconsistências e ilegalidades de tal forma graves que só havia uma solução: conceder provimento aos recursos e absolver os envolvidos de todas as penas e sanções. Como consequência da absolvição de Pinto da Costa, tal como previsto logo em 2008, o FC Porto foi também absolvido.

Fez-se justiça? Ainda não. Exigimos saber o que esteve por trás deste processo kafkiano. Exigimos justiça completa e total. Ao longo de muitos anos, foram permanentes as tentativas de humilhação do Futebol Clube do Porto e dos seus dirigentes e adeptos. Este é um dia histórico para todos os portistas. É o dia do fim, definitivo e concludente, do Apito Dourado e de todos os seus resíduos. É o dia em que os dobramos pela força da nossa razão.

O resto já todos sabemos…

“Quando alguém se atrever a sufocar
O grito audaz da tua ardente voz
Oh, Oh, Porto, então verás vibrar
A multidão num grito só de todos nós.”

Acabou o namoro entre Marcelo e Costa

“2017” não é, claramente, “2016” O estado de graça de Costa acabou-se. Regressado das férias, cometeu um erro enorme: para relativizar o roubo das armas de Tancos, traiu o Presidente da República.

1. Como todos os namoros, o do Presidente da República e do Primeiro Ministro não resistiu a cenas de ciúmes e a uma traição. Costa foi o ciumento e o traidor. Observando a actividade frenética e a “agenda” da última semana, percebemos que as famosas “férias” do PM foram na verdade uma fuga. Costa não aguenta quando as coisas correm mal. Recordam-se da última semana de campanha das eleições legislativas de 2015? Quando os socialistas perceberam que iam perder as eleições, a prestação de Costa tornou-se penosa. Afirmações lamentáveis, momentos disparatados, iniciativas desastradas – como o jantar da Trindade – até lhe faltou a voz no discurso de encerramento da campanha. Só não foi de “férias”, porque não podia. Mas aquela semana foi um sofrimento para Costa. Não conseguiu lidar com a adversidade. Quando tudo lhe corre mal, Costa precisa de desaparecer. Depois é habilidoso a reaparecer e a retomar a iniciativa.

Após as semanas desastrosas da segunda metade de Junho, aconteceu o mesmo. Costa foi incapaz de lidar com as dificuldades e aquelas “férias” foram oportunas. Desapareceu, não foi obrigado a responder a perguntas e a enfrentar os problemas. Deixou Santos Silva para o fazer (e percebeu-se que o MNE é o verdadeiro número dois do governo; Costa não governa sem ele). Quando passou a tempestade, Costa reapareceu com iniciativas. Mas desta vez, o regresso não lhe correu bem. Para se redimir, prejudicou a relação com Marcelo, e duvido que possam voltar aos tempos felizes de 2016.

Além da dificuldade de lidar com momentos difíceis, Costa tem outro problema enorme: não consegue estar à altura de Marcelo na competição dos afectos com o povo. O Presidente é imbatível e o PM, como segunda figura do regime, é o que mais perde com a comparação. Irritada com o namoro de Costa com Marcelo, a direita não consegue ver o sofrimento e os ciúmes do PM. Durante as “férias” de Costa, lembrei-me de outra famosa fuga do PM: a visita à Índia durante o enterro de Mário Soares. Costa tem sempre marcações inadiáveis nos grandes momentos de emoção popular e, curiosamente, sempre fora de Portugal. Senão é de propósito, é uma sorte incrível.

Obviamente, se quisesse, Costa teria adiado a visita à Índia para ficar em Lisboa para a última homenagem ao fundador do PS, ao “Pai” da democracia portuguesa e à figura mais marcante da história do socialismo em Portugal. Só mesmo a complacência da imprensa nacional e o estado de graça de Costa na altura é que permitiram que uma enorme anormalidade se tornasse num momento absolutamente normal. Como foi possível que um PM socialista não estivesse presente na última homenagem a Mário Soares? Não me venham com a treta da visita à Índia. Só acredita nisso quem quer.

A verdadeira razão chama-se Marcelo Rebelo de Sousa. Para Costa, é um pesadelo estar na sombra do Presidente nos momentos de grande emoção nacional ou de tragédia. Não aguenta. Um PM que aposta tudo nas boas notícias, nos afectos e na proximidade com a população, tem ao seu lado um Presidente que é melhor do que ele. Nesses momentos, Portugal torna-se demasiado pequeno para ele e para Marcelo. Caros leitores, acreditem. A comparação com Marcelo, para o PM, é um drama. No primeiro momento de pânico, foi para a Índia. No segundo, foi de férias.

Mas “2017” não é, claramente, “2016” O estado de graça de Costa acabou-se. Regressado das férias, cometeu um erro enorme: para relativizar o roubo das armas de Tancos, traiu o Presidente da República. Enquanto Costa gozava as suas “férias”, Marcelo foi a Tancos, convocou um Conselho de Defesa Nacional e pediu um inquérito para apurar tudo o que se passou. Para Marcelo, o que se passou em Tancos foi muito grave. Costa regressa e na sua primeira iniciativa pública desautoriza Belém. Ao lado dos chefes militares, desvalorizou o roubo das armas. Mais, obrigou o Chefe de Estado Maior das Forças Armadas a dizer o contrário do Comandante Supremo das Forças Armadas, o Presidente da República. Como foi possível que o PM tenha forçado um acto de desrespeito pela hierarquia da Estado português? E como foi possível que o general Pina Monteiro se tenha sujeitado aquele triste papel?

Bem sei que vivemos um momento em Portugal em que não há respeito pelo sentido de Estado nem pelas instituições e o PM, como se viu, dá o mau exemplo. Mas Marcelo Rebelo de Sousa é um institucionalista. O desrespeito e a desautorização públicos de Costa não lhe escaparam. E não vai esquecer. Ninguém tenha dúvidas sobre isso. O Presidente terá que repor rapidamente a sua autoridade de Comandante Supremo das Forças Armadas, posta em causa pelo PM. E o namoro não sobrevive à traição de Costa. Aliás, o namoro do último ano e maio é que foi estranho. No sistema político português, os conflitos entre o PM e o PR são inevitáveis, como se tem visto nos últimos 40 anos.

2. Os ataques de Costa à Altice na Assembleia da República foram um verdadeiro momento Trump do PM português. O ataque foi de tal modo inusitado que dei por mim a pensar se Costa não seria accionista de um dos concorrentes da PT. Como é possível um PM atacar daquela maneira uma empresa, defendendo implicitamente um concorrente cotado em bolsa? Não esquecendo que a empresa adquirida pela Altice também está cotada em bolsa. A afirmação mostra a prepotência, a arrogância e a falta de cultura económica e financeira de António Costa. Como podem os mercados e as agências de rating confiar num governo chefiado por um PM que faz afirmações deste tipo?

3. Os portugueses já pagaram mais de cinco mil milhões de Euros para capitalizar a Caixa Geral de Depósitos. Foi o resultado de créditos oferecidos a amigos e parceiros de negócios, especialmente durante os governos de Sócrates, que utilizaram a CGD como se fosse o seu tesouro privado. A Assembleia da República preparava-se para branquear este escândalo financeiro. Devemos estar agradecidos ao Ministério Público por o ter evitado. Percebe-se a oposição da nossa oligarquia política à privatização da CGD. No fundo, já o privatizaram, estando-se nas tintas para o interesse público. O “interesse público” significa os portugueses pagarem os desvarios do banco privado da oligarquia política.

(...)