As caricaturas de Maomé foram só mais um pretexto para o mundo islâmico se unir e vociferar o seu ódio ao "occidental way of life". É a proliferação dessas manifestações em países tão insuspeitos como o Egipto e a Indonésia que devem fazer pensar os estrategas ocidentais.
No Líbano, Abu Charif, responsável pelo grupo sunita Osbat al-Ansar, apelou numa manifestação à "punição dos que maltratam o islão". Milhares de pessoas pediram que o líder da Al-Qaeda, Osama bin Laden, e o seu chefe no Iraque, Abu Mussab Zarqawi, interviessem "para defender o islão". Não surpreende esta identificação com os terroristas internacionais.
É certo que as caricaturas em questão entram no campo das convicções religiosas e tal facto é sempre mal recebido por algum sector. Também os cartoons sobre o Papa e os preservativos não foram de bom gosto mas ninguém incendiou embaixadas por isso.
O Islão tenta há algum tempo encontrar pontos de fricção para pressionar (amedrontar) as democracias ocidentais. Alguns dinamarqueses condenam a liberdade da sua imprensa, não pelo despropósito da publicação dos cartoons, mas pelo pavor de Copenhaga entrar na lista negra dos alvos para atentados da Al-Qaeda.
O Islão tenta impor-se com a sua cultura no ocidente (os véus na França) e até exige que a liberdade de imprensa seja diminuída se estiverem em causa os seus valores. Mesmo que em território alheio.
Conseguiram de forma relativa atingir esse objectivo. Alguns dirigentes (o Papa e Sampaio! ) pedem desculpas patéticas aos fanáticos fundamentalistas, enquanto a imprensa desmonta o "jogo" dos países árabes demonstrando o empolamento que está a ser provocado por uns tantos cartoons.
Os USA gozam com a situação. É a vez da Europa fazer o papel de "má-da-fita" e de serem eles a condenar os "bélicos" cartoons. Uma vingançazinha pela posição europeia sobre Abu-Graib e voos sobre a Europa com prisioneiros para Guantanamo.
A Esquerda portuguesa, sempre pronta a glosar com os ícones cristãos, cala-se bem calada face à violência da reacção islâmica. O Bloco de Esquerda está sempre do lado contrário. Até apoia o Irão no seu plano nuclear. Qualquer terrorista que combata o Ocidente Israel ou os EUA, tem o apoio bloquista, declarado ou tácito.
Meus senhores, estamos em guerra. Afinal estamos mesmo numa guerra civilizacional. Numa vingança a uma cruzada da idade média. Desde os atentados aos atletas israelitas em Munique, ao 11 de Set, Atocha e Londres... Esta é também uma guerra psicológica, de pressões, de medos, de fanatismos, de domínio. Ainda agora começou.
in GALO VERDE
0 comentários:
Enviar um comentário