Kosta de Alhabaite

Nortenho, do Condado Portucalense

Se em 1628 os Portuenses foram os primeiros a revoltar-se contra o domínio dos Filipes, está na hora de nos levantarmos de novo, agora contra a corrupçao, o centralismo e colonialismo lisboeta!

População

O Porto perdeu mais de 69 mil habitantes nos últimos 15 anos (1990-2005), sendo que quase 62 mil pessoas trocaram a cidade por concelhos vizinhos. A análise à evolução demográfica do município, desenvolvida pelo Gabinete de Estudos e Planeamento da Câmara portuense, aponta o custo muito elevado das habitações na cidade e a "oferta crescente" de casas mais baratas na periferia como a principal razão para a fuga de moradores.

Tendo por base um estudo ao mercado imobiliário de 2006, os especialistas da Autarquia concluem que as "disparidades nos preços de aquisição e de arrendamento de habitação no Grande Porto se têm mantido e até agravado, com repercussões óbvias sobre as migrações por motivos residenciais". O Porto surge no topo da lista. É o concelho com um custo de aquisição de habitação mais elevado. No primeiro semestre do ano passado, o valor médio era de 1460 euros por metro quadrado - "superior em 40% aos valores encontrados em Gondomar e em Valongo, concelhos com os preços do mercado de habitação mais acessíveis", pode ler-se na análise, a que o JN teve acesso. O mesmo sucede no mercado de arrendamento.

Olhando para os fluxos migratórios entre 1995 e 2001 (o Gabinete de Estudos e Planeamento recorreu aos dados do Instituto Nacional de Estatística), constata-se que as "saídas de população" da cidade "corresponderam a cerca do dobro das entradas". E, dentro do Porto, 26 mil pessoas mudaram de freguesia de residência com Paranhos e Ramalde a captarem 39% "deste movimento interno". Cerca de 80% das pessoas que trocaram o Porto por outros concelhos têm habitação própria, mas só 63% dos novos moradores da cidade são proprietários das casas que ocupam.

Curiosamente, um quarto das pessoas que fixaram residência no concelho portuense nada pagam pela ocupação da habitação. Aqueles que têm esse encargo gastam mais 15 a 18% do que os moradores que se deslocaram para outros concelhos. É interessante verificar que, em 2001, os novos habitantes da cidade tinham níveis de qualificação académica superiores aos da população que trocou o Porto pela periferia "26% do total das entradas é de pessoas com o ensino médio ou superior em 2001", refere-se no documento, enviado a todos os vereadores da Câmara.

"A conclusão a que se chegou é conhecida o Porto perde importância que detinha do ponto de vista da função residencial, em prol dos seus concelhos limítrofes", indica-se. Em contrapartida, grande parte dos moradores que partiram não perdeu ligação ao concelho. "Continua a desempenhar um papel chave como local privilegiado de concentração de serviços administrativos, de actividades económicas, educativas, culturais, de emprego qualificado, de centros de investigação, que atraem uma população flutuante que faz com que o Porto movimente, ao longo do dia, cerca de meio milhão de pessoas", aponta-se no estudo, elaborado por ordem do Executivo, que, em Setembro, aprovou uma moção da CDU nesse sentido.

0 comentários: