Kosta de Alhabaite

Nortenho, do Condado Portucalense

Se em 1628 os Portuenses foram os primeiros a revoltar-se contra o domínio dos Filipes, está na hora de nos levantarmos de novo, agora contra a corrupçao, o centralismo e colonialismo lisboeta!

Quando Álvaro Cunhal vendeu armas a Pinochet

A malta não tem mesmo sorte com os heróis que coloca no pedestal. Além de não ter sido um grande defensor da democracia , parece que Álvaro Cunhal também não foi um grande amigo do povo mártir da sua época, o povo chileno, a vítima do verdadeiro e único 11 de Setembro. E explico já porquê. Em junho de 1974, o ministro da defesa, Firmino Miguel, colocou o seguinte dilema ao primeiro-ministro Palma Carlos: o exército queria vender munições ao Chile. Era um dilema, de facto. Por um lado, o negócio representava a entrada de divisas essenciais (130 mil contos) e seis meses de trabalho na fábrica de armamento. Por outro lado, o Chile era governado por um ditador cujos métodos levaram Portugal a cortar relações com aquele país sul-americano.
No conselho de ministros, Firmino Miguel assegurou o segredo da transacção. Porém, com ou sem segredo, vários ministros levantaram a voz contra o negócio. Pereira de Moura afirmou que "não posso votar senão contra"; Salgado Zenha declarou que "essa transacção com a nossa consciência terá um saldo largamente negativo". Seria de esperar que Álvaro Cunhal, o santo dos santos, colocasse ainda mais cor e retórica nesta nega à transacção, seria de esperar que Cunhal, o anjo branco, colocasse o idealismo acima de qualquer interesse ou manigância. Afinal de conta, estávamos a falar de uma venda de armas (não de peluches) a um dos grandes inimigos dos povos de esquerda, Augusto Pinochet. Mas, ora essa, Álvaro Cunhal colocou a viola idealista no saco, disse que não queria "ser mais papista do que o papa" e sugeriu a solução: "tornar isto num contrato comercial vulgar". Palma Carlos aproveitou a sugestão do líder comunista: a venda directa a Pinochet era desaconselhável mas o exército podia arranjar um intermediário jeitosinho.
É sempre bom ver um santo a fazer uso das artes maquiavélicas. 


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