Kosta de Alhabaite

Nortenho, do Condado Portucalense

Se em 1628 os Portuenses foram os primeiros a revoltar-se contra o domínio dos Filipes, está na hora de nos levantarmos de novo, agora contra a corrupçao, o centralismo e colonialismo lisboeta!

Lido por aí


«Como pode ser?». Julen Lopetegui deixou a pergunta no ar, a seguir ao golo do Rio Ave, e a resposta só pode perturbar todo o reino azul e branco. Como pode ser? Não pode, ponto final. Um clube desta estirpe não pode falhar consecutivamente em pontos proibidos. 

Mais um empate, o Sporting lá longe, a quatro pontos de distância. 

Na verdade, por estes dias, a Força não mora nos jogadores deste FC Porto. Abandonou-os. Não há um Yoda a pensar o jogo com serenidade, não há um Obi Wan Kenobi com lucidez para indicar o caminho, não há sequer alguém com a coragem de Luke Skywalker, herói e desafiador. 

Falhanço embaraçoso contra o Rio Ave, equipa na bruma, mergulhada nas trevas e entregue ao Darth Vader do País Basco. Julen Lopetegui é a máscara negra, robótica, incapaz de gerar empatia e liderar a equipa para o lado luminoso do campeonato. 


Em Setúbal, o Sporting faz seis golos; na Luz, o Benfica marca seis também; no Dragão, o FC Porto cede contra um Rio Ave limitadíssimo da cabeça aos pés. Basta dizer que Pedro Martins fez duas estreias absolutas na Liga – Kizito e Zé Paulo – e entregou pela primeira vez a titularidade a Pedrinho e Krovinovic. 

O FC Porto desperdiçou tudo. A tal limitação do adversário, a vantagem no marcador conseguida cedo – e com sorte, pois o remate de Herrera desvia em Kizito e trai Cássio – e o apoio praticamente unânime saído das bancadas. 

É certo que o Rio Ave fez um golo exatamente da mesma maneira – por João Novais, desvio em Danilo -, mas por essa altura já o FC Porto jogava mal, para trás e para os lados, a respirar em pânico e a não saber muito bem o que fazer com a bola. 


Por falar em apoio, regressemos ao tema: as palmas e os cânticos soaram ridículos, quase sempre. Foi como se o dragão tivesse o lábio borratado de bâton, as roupas em desalinho e todos os amigos dissessem que ele está ótimo, de boa saúde, física e psiquiátrica.     

Neste caso concreto, o FC Porto não está. Os corpos dos jogadores marcham frios, as sensações térmicas são polares, a qualidade de jogo atinge o Grau Zero da qualidade. Há incompetência e, pior do que isso, há descrença.   

O divórcio entre treinador e adeptos é total Arriscamo-nos mesmo a dizer que é irreparável. 

Mas Lopetegui, se sobreviver a mais esta etapa feia da sua passagem pelo Dragão, voltará a dizer que tudo não passa de uma mentira criativa da comunicação social e que a sua equipa respira vida e qualidade. 


Podia o FC Porto ter vencido? Podia, claro. Mas há momentos definidores e oMaisfutebol recupera dois deles: aos 31 minutos, a ganhar por 1-0, a equipa roda, roda, roda e volta a rodar a bola, na zona do meio campo, até Marcano a receber no pé esquerdo e lançar Brahimi. Mal, para fora; aos 78 minutos, Brahimi vê André Silva a isolar-se, mas opta por jogar atrasado, para Aboubakar. Depois, sim, o camaronês lança o colega ponta-de-lança, já com o Rio Ave recomposto. Bola nas mãos de Cássio. Nulidade. 

É triste o futebol desta equipa. Falta-lhe quase tudo. 

Julen Lopetegui está há um ano e meio no clube: evolução? Zero. O FC Porto tem piorado consecutivamente, até atingir agora o pior ponto. 

«Como pode ser?». Não pode, senhor Darth Vader do Dragão. Simplesmente, não pode. 

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