Kosta de Alhabaite

Nortenho, do Condado Portucalense

Se em 1628 os Portuenses foram os primeiros a revoltar-se contra o domínio dos Filipes, está na hora de nos levantarmos de novo, agora contra a corrupçao, o centralismo e colonialismo lisboeta!

E a praxe, senhores?

Bolonha obriga a alterar a praxe

Numa licenciatura de três anos, como encaixar os actuais seis títulos de hierarquia da praxe: caloiro, semi-puto, puto, quartanista, quintanista e veterano? Estudantes vão ser chamados a dar sugestões. Bolonha também está a mexer com as vivências académicas.
A tradição diz que o estudante da Universidade de Coimbra (UC) vai no carro, momento alto da Queima das Fitas, quando frequenta o penúltimo ano do curso de licenciatura (nalguns casos o terceiro, noutros o quarto).A tradição diz que é veterano, título mais alto na escala da hierarquia da praxe, quem tiver, no mínimo, mais uma matrícula do que o número de anos fixados para tirar o curso – deve, ainda, estar, ou no último, ou no penúltimo ano da formação.
Porém, a tradição não previa o Processo de Bolonha, que vem reduzir a duração das licenciaturas (1.º ciclo) e, pior do que isso, permitir a coexistência de cursos cujo mínimo de anos de formação necessários para habilitar ao exercício profissional pode oscilar entre os três e os seis (caso da Medicina).
Sendo assim, doravante vai ser possível imaginar que um aluno ostente o grelo na pasta e suba para o carro alegórico logo no segundo ano, ou que, no caso de frequentar um curso de três anos, seja considerado veterano ao atingir as quatro matrículas. Quando, seguindo a mesma lógica, um finalista de Medicina (matriculado, portanto, no 6.º ano), com mais tempo de vida académica, teria um estatuto inferior na hierarquia a praxe.
Os principais problemas que Bolonha coloca aos estudantes, aos professores e às instituições de ensino superior – muitas ainda a discutir as alterações nos cursos, os regimes de acesso ao 2.º ciclo e as regras de transição – não são, logicamente, estes. Mas a verdade é que o processo, que visa harmonizar, até 2010, as formações de ensino superior no espaço europeu, poderá obrigar a mudanças também ao nível dos usos e costumes da vida académica, vulgarmente designados por praxe. Ciente disto, o Conselho de Veteranos vai iniciar um debate, que deverá ser o mais alargado possível, para rever o Código da Praxe.
Fonte: Diário de Coimbra

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