Kosta de Alhabaite

Nortenho, do Condado Portucalense

Se em 1628 os Portuenses foram os primeiros a revoltar-se contra o domínio dos Filipes, está na hora de nos levantarmos de novo, agora contra a corrupçao, o centralismo e colonialismo lisboeta!

Não é o pântano. É o lamaçal!

Inusitadamente, o primeiro-ministro, o líder da oposição e o Presidente da República alinharam-se para, em uníssono, salvarem o ministro das Finanças, o governo e a maioria absoluta do Partido Socialista.

Escrito assim, poderá parecer insólito, mas basta ouvir o que dizem. "Nesta altura, é preferível que o governo governe efetivamente em vez de estar a interromper a vida política portuguesa", considerou Marcelo Rebelo de Sousa. "Não é claro que surgisse uma alternativa forte", disparou o Presidente, na direção da oposição. Estranhamente, Luís Montenegro concordou. "Este não é o tempo para abrirmos uma crise política. O governo tem uma maioria absoluta", anuiu. "António Costa deve continuar a governar", defende incrivelmente o PSD, abstendo-se na moção de censura desta semana. Mais próximo do habitual, Costa deu o caso da indemnização milionária de uma secretária de Estado como "encerrado" e garantiu que a manutenção de Fernando Medina, que a convidou, não está "de modo algum em causa".

Manifestamente, não há ainda uma maioria social ou partidária disponível para ir a votos, um ano depois das Legislativas de 2022 e nove meses após o governo tomar posse. Sublinho: ainda. Como escrevia há dias João Pedro Henriques, jornalista deste diário, "ir assim até 2026 já é só do domínio do absurdo". E é.

Contrariamente ao veiculado pelos nossos protagonistas políticos, aparentemente das mais variadas áreas, um acto eleitoral não traria "instabilidade"; ele resultaria da instabilidade. A dissolução do Parlamento não provocaria uma "crise política"; ela seria a consequência de um ano integralmente em crise política. Onze saídas e outras tantas e insustentáveis permanências servem de prova. Costa poderia ter dado um sinal de recomeço nesta quarta - quarta - remodelação, mas a permanência dos titulares dos Negócios Estrangeiros, da Coesão Territorial, da Agricultura e das Finanças inviabiliza qualquer salvação. O pecado original, aliás, está em não ter consumado uma remodelação estrutural na tranquilidade da vitória de janeiro, condenando-se a ver cair as maçãs podres, uma a uma, sem mãos suficientes para as apanhar.

Estamos no fim e estaremos no fim até isto acabar de vez. A demora do relutante coro em reconhecê-lo leva-nos para lá de impasses anteriores no nosso sistema político. Meus caros, isto não é o pântano. É o lamaçal. Feio, sujo, escorregadio e sem emenda. Os repetidamente adivinhados cenários pós-eleitorais não se aproximariam, nem por sombras, da ingovernabilidade que caracterizou os últimos meses. "Ingovernabilidade", na verdadeira acepção do termo, é isto. Com alguma memória, facilmente se conclui que nenhum dos anos de governação minoritária de António Costa - em observação e negociação constantes com o PCP e o Bloco de Esquerda - sofreu desta turbulência. O que torna a situação pouca óbvia é isso: contra todas as expectativas, a maioria absoluta é um fator de instabilidade. Se o objetivo dos nossos mais altos responsáveis é a tão badalada estabilidade, há somente uma solução: acabar com ela.

Os álibis das sondagens, da inflação, da direita e da guerra são absolutamente irrelevantes. O estado da oposição não branqueia o ano desastroso do Partido Socialista. O tacticismo do PSD - que, querendo cozer Costa em lume brando, corre sério risco de se queimar - não diminui a gravidade do que se passou em 2022. E a conjuntura internacional, olhando para trás, nunca serviu para perpetuar governos incapazes. Para lembrar os mais esquecidos, Portugal não teve governo empossado nos 34 dias que se seguiram à invasão da Ucrânia.

O Presidente da República, quero crer, não está alheado de nada disto. A sua Mensagem de Ano Novo foi bastante explícita. "Um governo de maioria absoluta tem responsabilidade absoluta. Só ele e a sua maioria podem enfraquecer ou esvaziar a estabilidade. Por erros de orgânica, descoordenação, fragmentação interna, inação, falta de transparência ou descolagem da realidade". Ora, 2022 foi exatamente isso. A estabilidade está mais do que esvaziada.

Não falta muito mais para ser impossível negá-lo.

Sebastião Bugalho, aqui

3 comentários:

Muito jeitoso este Sebastião, terá voltado de Alcácer Quibir?
Um bimbo do carago, quiz ser eleito pelo cds mas f****-se!🤣🤣🤣

 

Ó Fernando então você dá aqui voz a um puto que escreve e comenta na imprensa colonialista e centralista lisboeta?! Um puto que aos 25 anos perseguia a namorada que o acusou de violência doméstica!
Você a defender o FCPORTO é bom, já lho disse aqui há atrasado.
Em política, calado você é um poeta...

 

Olhe que eu não sou do PS nem doutros.
Para seu sossego sou anarquista marxista, tendência Groucho🤣🤣🤣