Kosta de Alhabaite

Nortenho, do Condado Portucalense

Se em 1628 os Portuenses foram os primeiros a revoltar-se contra o domínio dos Filipes, está na hora de nos levantarmos de novo, agora contra a corrupçao, o centralismo e colonialismo lisboeta!

O centralismo (lisboeta) pressiona a "baixa produtividade" do país


“Tão cedo as pessoas não vão ficar melhor. Não se iludam”

Óscar Afonso, novo diretor da Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEP), diz que “é uma desgraça a economia crescer tão pouco” e que o centralismo pressiona a "baixa produtividade" do país.

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Quais as principais vulnerabilidades que identifica atualmente na economia portuguesa? Tem havido uma revisão em alta dos indicadores por parte de várias instituições.

Interessa-me mais o longo prazo. No Índice de Qualidade das Elites (EQx) 2023 [em que Portugal caiu para o 30.º lugar, num total de 151 países analisados], que avalia 134 parâmetros e classifica as elites políticas e económicas tendo em conta o poder e o valor que criam, verificamos que a elite política portuguesa é extrativa, o que significa que o dinheiro que o Estado recolhe da riqueza produzida não está a ser usado da melhor maneira. Notamos isso, por exemplo, quando ‘a economia está melhor, mas as pessoas não estão melhores’. Ficariam melhor se a economia, em vez de 2%, crescesse a 4% ou 5%. Mas para isso é preciso melhorar a competitividade. Temos uma carga fiscal enorme e a dívida pública em termos absolutos não tem parado de aumentar. Ainda por cima agora, com o aumento das taxas de juro, tão cedo as pessoas não vão ficar melhor. Não se iludam.

E qual a avaliação que faz às elites económicas em Portugal?

O poder está muito concentrado, mas, pior do que isso, cria pouco valor. É um tecido económico pouco produtivo. Ok, fizemos um grande esforço na formação das pessoas, o capital humano melhorou imenso, mas depois verificamos que muito dele, em que gastámos dinheiro a formar, acaba por emigrar. Nas defesas de dissertações de mestrado, grande parte deles dizem-me ‘agora já posso ir embora’.

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Os alunos mais promissores continuam a sair do país?

Sim. Continuamos a não reter o talento. E os que são retidos, depois não têm o melhor enquadramento na economia portuguesa para que sejam realmente produtivos.

Momentaneamente podemos ter bons resultados, como o crescimento do PIB acima das previsões. Mas é uma desgraça crescer tão pouco com a quantidade tão significativa de fundos que temos recebido e com o endividamento que temos. O peso da dívida pública condena o país a uma austeridade permanente, por via da carga fiscal. Por isso é que as pessoas não estão melhores.

Como pode o país libertar-se dessas amarras fiscais?

Crescendo mais. Tenho para mim que se a carga fiscal fosse aliviada de alguma forma, haveria mais retenção de talento – porque muita gente não emigraria se o IRS fosse mais baixo – e as empresas investiriam mais se a taxa de IRC fosse menor. Íamos ter taxas de crescimento mais significativas e, com isso, recolher mais impostos. Os efeitos disto demorariam alguns anos a chegar, mas seria mais sustentável do que estarmos a tentar esmagar tudo [com impostos].

Tendo em conta a dimensão da nossa dívida pública, só poderá haver redução de impostos se crescermos. Se crescermos a 0,55% ao ano, que corresponde à taxa de crescimento média anual entre 2001 e 2021, então o país apenas dobra o PIB ao fim de 126 anos. Se, pelo contrário, a taxa de crescimento média anual for de 4%, o PIB duplica ao fim de 17 anos. Veja o poder da taxa de crescimento sobre o nível de vida da população. Tenho um colega que esteve requisitado na União Europeia desde 2009, chegou agora à FEP e percebeu que ganha o mesmo salário que em 2009. Os salários não crescem porque a economia não cresce.

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