Terminou hoje a minha ligação contratual ao FC Porto, permanecerá para sempre a ligação emocional. Saio por um acordo que fui forçado a negociar, depois de um gigantesco sacrifício da minha vida pessoal e profissional. Pelo FC Porto voltaria a fazê-lo.
A partir de hoje sou um sócio comum, que elogiarei quando achar justo – tenho gostado da nova forma de venda de bilhetes, por exemplo – e criticarei quando achar que se justifica – não gostei de ver o presidente desautorizar Vítor Bruno no assunto Pepe.
Estes quase 14 anos foram uma bonita aventura. Os últimos oito de uma exigência extrema, sempre na intransigente defesa dos valores do FC Porto. Fiz coisas bem e mal feitas, tomei boas e más decisões, o julgamento dos sócios do FC Porto é o único que me interessa.
Reduzir os meus anos de FC Porto ao caso dos e-mails é redutor e injusto, mas a verdade é que se desarticulou o maior esquema de adulteração da verdade desportiva da história do desporto português. E já há pessoas condenadas por corrupção e não são do nosso clube.
Orgulho-me muito de ter sempre procurado aproximar os sócios ao clube. Estive sempre disponível para atender, acolher, transmitir o que os sócios me pediam. Fi-lo sem propaganda, sem me por em bicos de pés, cumprindo apenas a obrigação de funcionário.
Trouxe para dentro das nossas instalações, sem interferir em nada, uma iniciativa pura e de amor incondicional ao FC Porto como é o Dia do Clube – curiosamente, apesar de haver quem encha a boca com a importância dos sócios, este ano ainda não se realizou e já vamos em agosto…A pedido do diretor-geral Manuel Tavares, idealizei e criei o Dragões Diário, forma de combater a desinformação sobre o nosso clube, forma de fazer ouvir a nossa voz e de fazer chegar todos os dias de manhã de forma simples e gratuita informação aos nossos sócios e adeptos.
Colaborei, sempre que solicitado, com todas as áreas do clube. Os outros clubes têm equipas de veteranos, o FC Porto tem equipas “vintage” porque o funcionário descartável às vezes tem umas ideias que duram. Oxalá não “apaguem” o nome.
Fui diretor da revista Dragões. Escolhi a mais bonita e simbólica capa para ilustrar esta sequência, porque condensa as condições, na minha modesta opinião, para se ser bem-sucedido nesta área de média e comunicação. Risco, criatividade e amor ao FC Porto. Andarei por aí.
PS: hoje mesmo confirmei que a foto do calcanhar de Madjer, a mais icónica imagem dos nossos 130 anos de história, foi mesmo substituída por uma foto dos excelentes André e Jaime Magalhães, também na final de Viena, mas sem valor histórico.
Trata-se de uma decisão muito, muito feia, que diz muito sobre a intolerância de quem nos governa e que, pelo menos a mim, desilude imenso. Branquear é sempre feio, apagar quem nos pôs no topo do mundo é terrível e não faz sentido nenhum.
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