Kosta de Alhabaite

Nortenho, do Condado Portucalense

Se em 1628 os Portuenses foram os primeiros a revoltar-se contra o domínio dos Filipes, está na hora de nos levantarmos de novo, agora contra a corrupçao, o centralismo e colonialismo lisboeta!

♔ | 5 de Outubro de 1143 - Data da Independência de Portugal

 No dia 5 de Outubro de 1143, foi realizada a Conferência de Zamora, dito Tratado de Zamora, na cidade leonesa homónima.

Tratou-se de uma Conferência de Paz organizada pelo Arcebispo de Braga Dom João Peculiar e que teve como intervenientes Sua Mercê El-Rei Dom Afonso I Henriques e o seu primo o Rei D. Alfonso VII de Leão, sob os auspícios do enviado papal, o Cardeal Guido de Vico.
Desta Reunião resultou a INDEPENDÊNCIA DE PORTUGAL.
Com a oposição dos portucalenses ao governo da auto-intitulada Rainha D. Teresa, no dia 24 de Junho de 1128, à dianteira dos barões e fidalgos portucalenses (onde se destacavam os Maias, os Sousões; os Braganções; os Baiões; e os Gascos ou de Riba Douro), o Infante D. Afonso Henriques defrontou no campo de São Mamede, perto de Guimarães, as forças galegas comandadas pela Mãe e pelo seu valido Fernão Peres de Trava, defensores de uma união de Portucale com a Galiza, derrotando-os naquela que ficou conhecida pela Batalha de São Mamede e que foi o primeiro passo para a construção de uma identidade colectiva e acto político fundamental para a futura Fundação da Nacionalidade Portuguesa, uma vez que Dom Afonso Henriques avoca a si o governo do Condado Portucalense, com pretensões de independência, embora não se denominando ainda Rex, mas Dux.
A vitória de D. Afonso Henriques abriu caminho para a independência do reino, marcando o surgimento de uma nova entidade política na região: Portugal. Com a derrota, D. Teresa de Leão e Fernão Peres abandonaram o governo condal, que ficou nas mãos do infante e seus partidários.
Esta batalha é vista como um marco decisivo na reconfiguração política do Noroeste hispânico. A vitória na Batalha de São Mamede teve um impacto significativo, pois permitiu a consolidação do poder de D. Afonso Henriques como líder e governante do Condado Portucalense, tornando-se o primeiro Conde de Portugal, posteriormente Dux, e finalmente o primeiro Rei, embora, inicialmente, o objetivo dessa rebelião era colocar D. Afonso na administração do condado.
Além disso, a derrota de Fernão Peres de Trava, apoiado pela nobreza galega, enfraqueceu a influência desses nobres na região e os barões portucalenses ganharam mais autonomia e controle sobre seus territórios.
Os barões portucalenses desempenharam um papel crucial na Batalha de São Mamede. Liderados por Afonso Henriques, esses nobres revoltosos recusaram-se a aceitar a política da alta nobreza galega e do arcebispo de Compostela. Ao escolherem D. Afonso Henriques como 'Prínceps', eles inviabilizaram um reino que englobasse Portugal e a Galiza.
D. Afonso Henriques recompensou os nobres que o apoiaram na batalha com terras, títulos e privilégios. Isso fortaleceu sua lealdade e aumentou o seu poder local.
Em resumo, a vitória de D. Afonso Henriques na Batalha de São Mamede marcou o início da construção do Estado português e redefiniu as relações de poder, pois pretendia-se a independência total face ao Reino de Leão.
Nasce assim Portugal, embora a Fundação da Nacionalidade ocorra só na Batalha de Ourique, a 25 de Julho de 1139, o dia consagrado a Santiago onde as tropas de D. Afonso Henriques alcançaram uma grande vitória sobre ou mouros. Com a independência emergente de Portugal, D. Afonso Henriques procurou centralizar o poder real, limitando a autonomia dos nobres e fortalecendo a autoridade da coroa.
Após a vitória na batalha de Ourique, em 1139, D. Afonso Henriques rompeu o tratado de paz com Tui e invadiu a Galiza. Em resposta, o exército de Don Alfonso VII de Leão e Castela entrou em terras portuguesas e desceu até às montanhas do Soajo, em direção a Arcos de Valdevez. Os dois exércitos acabaram por se encontrar, em 1141, no Vale do Rio Vez, para disputar aquele que ficou conhecido como Torneio de Arcos de Valdevez ou Recontro de Valdevez. Essa espécie de contenda/justa medieval evitou uma batalha quase certa e deu uma importante vantagem aos portucalenses e às ambições independentistas do seu jovem monarca.
O 'Parley' não era assim tão incomum. A palavra "parley" refere-se a uma conferência ou discussão entre duas partes opostas em um conflito, especialmente para negociar termos de uma trégua ou resolver disputas. Júlio César fazia-o, D. Afonso Henriques e os primos de Leão, também. Generalizou-se na Idade Média e, mais tarde, até os Piratas respeitavam quando alguém invocava o 'parley'.
Assim, as negociações ou 'negociação em curso' sempre pareceu ter muito valor na resolução de conflitos bélicos, pelo menos quando as partes são pessoas de honra.
Chega-se, pois, ao Acordo de Zamora, vulgarmente chamado de Tratado de Zamora, que revogou o anterior Tratado de Tui datado de 1137, e onde ficou assente que Alfonso VII de Leão concordava com a transformação do Condado Portucalense em Reino de Portugal com Dom Afonso Henriques com o título de ‘Rex Portucalensis’- Rei de Portugal. Apesar do reconhecimento da Independência, o Rei de Portugal continuaria como vassalo do Rei de Leão, que se intitulava Imperador da Hispânia. Alexandre Herculano escreveu que “o imperador reconheceu o título de Rei que seu primo tomara, e que este recebeu dele o senhorio de Astorga, considerando-se por essa tenência seu vassalo. Não é menos provável que, ainda como Rei de Portugal ficasse numa espécie de dependência política de Afonso VII, o imperador das Espanhas ou de toda a Espanha, como ele se intitulava nos seus diplomas”. Todavia, caso único entre todos os Reis da Ibéria, Dom Afonso Henriques nunca prestou essa vassalagem. A partir desta data, Dom Afonso I passou a enviar ao Papa remissórias declarando-se vassalo lígio e comprometendo-se a enviar anualmente uma determinada quantia em ouro, pelo que, em 1179, o Papa Alexandre III, através da Bula Manifestis Probatum, reconheceu Dom Afonso Henriques como Rex.
Na Bula acima referida, e que marca o reconhecimento da Independência do Reino pela comunidade internacional, o Papa ao aceitar ser suserano do Rei português e que Dom Afonso Henriques lhe preste vassalagem directa, reconhece não só, definitivamente, a independência do Reino de Portugal, como o Rei de Portugal fica livre de prestar vassalagem ao Rei de Leão, porque nenhum tributário podia ter dois senhores directos.
Sublinhe-se ainda que Don Alfonso VII era só Rei de Leão, pois ainda não havia reino de Castela, pois Castela era nessa data apenas um condado do Reino de Leão até se tornar independente. Só em 1230, Fernando III, o Santo recebeu da sua mãe Berengária o reino de Castela, e do seu pai Afonso IX o reino de Leão, unificando-os num só reino de Leão e Castela.
Assim sendo, tendo ganho a sua Independência e soberania enquanto Estado, há 882 anos, naquele 5 de Outubro de 1143, Portugal encontra-se a 18 anos de completar 900 anos de existência.
De facto e de direito, Portugal não começou há 115 anos, mas durante 771 anos (contados a partir da Batalha de Ourique) existiu como Reino de Portugal e dos Algarves. Portugal, País recortado pela espada e valentia de Reis e heróis extraordinários. O Reino de Portugal e depois, também, dos Algarves, e depois, também, d'Aquém e d'Além-Mar, com o seu desejo oceânico fruiu o Mundo e alcançar a Glória. Esses Tempos não podem ser encarados como meras recordações, ecos ensurdecidos, pois em Monarquia ultrapassamos sempre as crises: granjeamos a Nação Portucalense, expulsamos os sarracenos, sobrevivemos à ocupação castelhana, às Invasões Napoleónicas com a sua política de delapidação e terra-queimada, sobrevivemos à Guerra Civil, a Ultimatos e guerrilhas.
Por isso, a 5 de Outubro celebra-se Portugal Soberano e Independente.
VIVA PORTUGAL!



0 comentários: