Declarações de Francisco J. Marques, diretor de comunicação do FC Porto, no Porto Canal
"O perdão é homérico. Trata-se de um doping financeiro inaceitável, porque adultera a competição completamente", afirmou Francisco J. Marques, esta quarta-feira, no Porto Canal. Em causa, referindo-se aos VMOC do Sporting.
"Mas não começou agora. Começou há mais de dez anos e foi sempre um assunto tabu em Portugal, porque estava a fazer-se, todas as pessoas estavam a perceber e particularmente as pessoas da área financeira, que aqui havia marosca e estiveram todos calados", disse ainda o diretor de comunicação do FC Porto.
"O Banco de Portugal e o Governo continuam calados. O que aconteceu é que todos nós, contribuintes, tivemos de pagar a sobrevivência do Novo Banco, para depois este proporcionar perdão de milhões a um clube de futebol. E porquê? Porque os decisores, os seres humanos que vão decidir aquilo, são adeptos do Sporting. Isto é um perversão terrível. Na pandemia, o Novo Banco recusou dois milhões de empréstimo ao FC Porto para pagar salários e esse empréstimo era garantido pela FPF. No entanto, ainda agora anda a proporcionar milhões de euros de perdão ao Sporting", referiu no programa Universo Porto de Bancada.
"Isto é razoável? É aceitável? Num país decente, estas pessoas não tinham de prestar esclarecimentos públicos? Pois o Novo Banco, quando foi contactado pelos jornalistas, li nos jornais que recusou dar explicação. A forma que utilizam é: não há um problema se não falarmos dele", referiu, igualmente.
"Queria chamar a atenção para as façanhas do FC Porto, que ganha incomparavelmente mais que o Sporting e não beneficia nada destas coisas. É um clube da cidade do Porto que tem de lutar contra estes benefícios que os clubes de Lisboa têm, porque o Benfica também os tem a outro nível. Não podemos varrer o lixo para baixo do tapete. Este escândalo ultrapassa em muito os cem milhões de euros... Além deste valores, que são mensuráveis, porque conseguimos perceber quando foi feito o desconto da banca, foram proporcionados, paralelamente, outros perdões de outro topo de creéditos que não eram VMOCS. E esses não sabemos exatamente quanto, mas não devem ser pouco", continuou Francisco J. Marques.
"Quando o Sporting estava numa situação desesperada, os VMOC valiam, segundo os bancos, um euro. Quando estava mais saudável, valem cêntimos. Isto é gozar connosco. É roubar os portugueses. E toda a gente se cala. Não deixa de ser maravilhoso o silêncio do Benfica em relação a isto. Sabemos o que isto significa: é a santa aliança em todo o seu esplendor", finalizou.
0 comentários:
Enviar um comentário