Kosta de Alhabaite

Nortenho, do Condado Portucalense

Se em 1628 os Portuenses foram os primeiros a revoltar-se contra o domínio dos Filipes, está na hora de nos levantarmos de novo, agora contra a corrupçao, o centralismo e colonialismo lisboeta!

UM PORTO FOFINHO A CAMINHO! - razão tinha Rui Dias

 UM PORTO FOFINHO A CAMINHO! 




André Villas-Boas candidatou-se ontem à presidência do clube, num ambiente de festa e excitação para aquilo que parece ser uma legião de seguidores que em muito se assemelha ao “Ensaio sobre a Cegueira”.

Há tantos motivos de preocupação com o estado do nosso clube, como há a aposta em alternativas baseadas em egos, sonhos pessoais e agendas escondidas atrás da imagem “boutique” preparada para André. Em 2021, Rui Pinto deu a entender que Antero estaria interessado em assaltar o poder na era pós-Pinto da Costa. E é precisamente Antero que muitos acreditam estar por trás de André, não tanto para estar dentro da estrutura, mas para juntar o FC Porto à influência que alegadamente deterá em clubes como o Braga, Sporting ou Portimonense. Preocupa-me pensar que podemos caminhar para que o clube seja mais um nesse saco de interesses.

A candidatura de André acaba por trazer mais preocupações do que alívio para quem, como eu, exige mudança radical na direção atual e no sentido do rigor da gestão futura.
O próprio Nuno Lobo, teoricamente menos preparado e que tem uma pequena empresa para gerir todos os dias, foi mais sério na apresentação sóbria de um programa.

André fez uma festa privada que deixou a maioria dos sócios de fora mas incluiu dezenas de sportinguistas e benfiquistas, o que é um sinal claro da forma como pensa o clube, e isto ainda nem começou. Na sua apresentação, procurou ter momentos televisivos, à americana, com a ajuda de todos os meios de comunicação, claramente alinhados para dar força a André Villas-Boas. Para não restarem dúvidas, o próprio Mário Ferreira esteve presente, como um embaixador do seu funcionário Rui Santos na cruzada épica contra o FC Porto e o seu presidente. Parece oficial e é inédito: ainda mais que o Benfica e Sporting, os meios de comunicação social são os maiores adeptos e apoiantes de André.

O que mais preocupa não é tanto esta festa popular para os media e para as fotografias, mas a ausência de substância e de atitude. Senão vejamos: na substância, André não trouxe nada de novo. O programa é uma lista de obviedades mais ou menos esperadas, passíveis de serem escritas pelo Chat GPT e já evitou falar no Olival, onde havia uma estranha vontade de fazer negociações pessoais para temas do clube (mau sinal), mas onde as criticas de terrenos pequenos e ainda para mais em reserva ecológica deverão ter sido suficientes para AVB não aprofundar na única ação detalhada que tinha proposto. Não há uma única ideia diferenciadora e vencedora, exceto dizer tudo o que as pessoas queriam ouvir, por ordem meticulosamente planeada e treinada.

Mesmo assim e sempre a ler e a gaguejar conseguiu esquecer-se do Hóquei Patins, não e dando um único sinal de como tornar o programa realidade, nem como financiar cada uma das propostas. Um autêntico flop, e um flop de autenticidade, mas um sucesso enquanto ator e com atores.

Mas, ainda na substância, preocupa-me não ter apresentado ninguém da equipa. Então não era para ser transparente? Era, claro que era, mas mais momentos dá “mais marketing”, mais exposição e André parece ir ao sabor de quem planeia os detalhes de propaganda à frente de qualquer objetivo sério: de forma que não apresentou ninguém, nem uma única pessoa. Uma transparência “à la André”, que tem tido a maior das opacidades nesta matéria desde que há dois anos preparava estas iniciativas. Mas também, que substância verdadeira, retirados os filtros do marketing e o make up da imagem, poderíamos esperar de alguém que disse recentemente que tem consultores a trabalhar os modelos de futuro do clube, como se esta colectividade centenária fosse um playground em que as ideias do nosso futuro nascem de engravatados com frameworks iguais a todos os outros, mas despidos de portismo?

Artigo de Opinião: Rui Dias, Empresário, Associado do FC Porto. 

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