A Esteva é um arbusto nativo de Portugal, conhecida pelas suas curiosidades fascinantes e pela sua presença marcante nos ecossistemas locais.
A floração da esteva ocorre entre março e maio. As flores são solitárias e grandes, podendo ter até 10 cm de diâmetro. A corola é composta por cinco pétalas brancas, imaculadas ou com uma mancha púrpura escura na base. O cálice é composto por três sépalas verdes, caducas e bastante viscosas. Os estames e os pistilos são intensamente amarelos.
A duração de cada uma das flores é muito efémera, durando apenas um dia em plena maturação. No entanto, ocorre uma renovação constante de flores durante toda a época de floração.
O fruto é uma cápsula globosa a ovóide, densamente revestida de pelos estrelados e com 7 a 10 compartimentos que se abrem após a maturação para a libertação das sementes.
Esta planta, de 1 a 2,5m de altura, também chamada de Xara e que se encontra em praticamente todo o território continental, é facilmente identificada entre maio e junho pelas suas flores de 5 a 10 cm de diâmetro, com cinco pétalas brancas, normalmente com uma marca vermelho-acastanhada na base de cada uma folhas.
Os ramos e as folhas estão impregnados de uma substância aromática, pegajosa e oleosa chamada de Ládano. Uma das curiosidades mais interessantes sobre a Esteva está relacionada com este seu óleo essencial, pois é utilizado em perfumes e valorizado pelas suas propriedades medicinais, sendo usado tradicionalmente para diversos fins terapêuticos. No passado este óleo era extraído através do pentear do pelo das cabras que tinham acabado de passar por um esteval.
A Esteva é frequentemente encontrada em habitats de clima mais seco, adaptando-se de maneira impressionante a solos pobres e condições adversas. O seu perfil resistente a condições áridas torna-a uma planta resiliente, desempenhando um papel vital na prevenção da erosão do solo em áreas mais secas de Portugal e após incêndios. Além disso, a esteva contribui para a biodiversidade local, atraindo polinizadores como abelhas e borboletas com as suas flores vibrantes, fomentando um equilíbrio ecológico essencial.
Em Portugal existem duas subespécies: a ladanifer, presente em quase todo o território continental, tendo sido também introduzida na Madeira; e a subespécie sulcatus presente essencialmente no sul de país, sendo uma espécie endémica desta região e protegida pela diretiva habitats.
A importância da esteva transcende as suas características físicas e propriedades medicinais. Nas tradições populares, a planta é muitas vezes associada a simbolismos místicos e protetores, acreditando-se que ela possui o poder de afastar o mau-olhado. Assim, a esteva não apenas desempenha um papel ecológico vital, mas também se insere nas narrativas culturais, conectando-se de maneira única à identidade e história de Portugal.
As propriedades medicinais da esteva não estão ainda muito investigadas mas sabe-se que é anti-séptico, antibacteriano e anti-viral, sendo utilizada externamente para lavar e desinfectar feridas e aliviar picadas de insectos. Nas utilizações populares é utilizada contra a queda do cabelo. O óleo essencial extraído é utilizado em aromoterapia para combater o stress ou, diluído num óleo base, para massajar a pele contra as rugas agindo como regenerador dos tecidos e combatendo doenças de pele e ainda alguns distúrbios linfáticos. Acredita-se ainda que tem propriedades sedativas. É também utilizada na tinturaria para obter o tom verde-acastanhado.
0 comentários:
Enviar um comentário