Kosta de Alhabaite

Nortenho, do Condado Portucalense

Se em 1628 os Portuenses foram os primeiros a revoltar-se contra o domínio dos Filipes, está na hora de nos levantarmos de novo, agora contra a corrupçao, o centralismo e colonialismo lisboeta!

Em Braga: Uma vitória do árbitro


O ÁRBITRO do Braga-Benfica respirou de alívio quando Rúben Dias, primeiro, e Rafa, depois, marcaram o 3-1 e o 4-1 com que a sua equipa goleou ontem o adversário. Porquê? Porque, se esses dois golos não têm acontecido, teria sido o árbitro a vencer o jogo sozinho.
Na verdade, os dois penáltis que permitiram ao Benfica passar para a frente do resultado não seriam marcados nem na China!
No primeiro, o jogador do Braga nem tocou no avançado encarnado (ontem de branco); no segundo, a bola bateu no braço do defesa do Braga quando este fazia um movimento normal de rotação do corpo, chutada a uns escassos dois metros pelo avançado do Benfica. 
ADIANTE-SE QUE, exceção feita a um remate ao poste, o Benfica não tinha criado ainda nenhuma oportunidade de golo. O jogo virou mercê de duas oportunidades inventadas pelo árbitro da partida.
Isto prova uma vez mais o que tenho repetidas vezes escrito sobre o VAR. Este é basicamente inútil pois, nos lances que decidem os jogos – quase sempre os penáltis –, o que prevalece é a interpretação subjetiva do árbitro. Não acredito de facto que, nos dois lances referidos, o VAR tenha concordado com as decisões do juiz da partida. Simplesmente, não teve a “certeza absoluta” de que ele estivesse errado. E, nessas condições, não pode intervir.
ESTANDO ONTEM OBRIGADO a vencer em Braga para aproveitar o deslize do FC Porto e garantir a liderança isolada do campeonato, o Benfica começou o jogo muito mal. Fez lembrar o Benfica que jogou em Frankfurt e foi eliminado da Liga Europa. O Braga dominou claramente a partida durante toda a primeira parte, marcou um golo mas poderia ter marcado mais.
Na segunda parte, o Benfica reagiu, dominou o adversário – que se apresentou estranhamente apático –, mas não estava a criar oportunidades de golo. Que haveriam de cair do céu por obra e graça do apito do árbitro. Um árbitro que, talvez receoso do que pudesse acontecer-lhe por ter marcado na primeira parte um penálti (esse justo) contra os encarnados,
resolveu oferecer o jogo aos da Luz. Para lá dos dois penáltis assinalados, ainda perdoou um 2.o amarelo ao benfiquista João Félix… 
COM ESTE JOGO, o campeonato português, que já estava manchado pela suspeita, fica com mais uma nódoa ainda. Curiosamente, na primeira época em que o VAR entra em vigor é que o campeonato é objecto de mais polémicas e se ouve mais gente a dizer que deixou de acreditar no futebol. As pessoas mais ponderadas avisaram contra os perigos da introdução das novas tecnologias. Mas prevaleceu o populismo. Agora, aguentem. As suspeitas são a dobrar: aos erros dos árbitros somam-se os supostos erros do VAR, e ninguém acredita na bondade das decisões.
JOSÉ ANTÓNIO SARAIVA

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