O “Les Echos”, o mais antigo e relevante jornal económico de França, publica hoje uma notícia intitulada “Porto, o posto tecnológico avançado da Euronext”, em que sublinha que é a partir do centro de tecnologia da cidade, que cerca de 150 pessoas gerem a segurança do grupo multinacional. O artigo menciona ainda a aposta na captação de talento, referindo que em apenas três anos de presença no Porto a Euronext duplicou o número de quadros.
A Euronext tem no Porto uma “atividade estratégica e em crescimento”, sublinha a notícia, publicada esta quinta-feira online e também em papel.
“Portugal é hoje o país onde a Euronext emprega mais pessoas, depois da França. Este dinamismo é sobretudo impulsionado pela inauguração, em 2017, de um centro tecnológico no Porto que emprega mais de 150 pessoas”, assinala o Les Echos.
Em 2016, altura em que a bolsa de valores europeia anunciou a decisão de se instalar na cidade, num processo que foi facilitado pela Câmara do Porto, a escolha era justificada pelo então chief operating officer, Jos Dijsselhof, da seguinte forma: "Com o novo centro no Porto vamos fortalecer a nossa capacidade tecnológica, beneficiando da disponibilidade de pessoas altamente qualificadas que saem das universidades, e de uma cultura empreendedora, com várias startups".
No artigo hoje publicado essa decisão é contextualizada, tendo em conta também o panorama europeu à época, numa altura em que o Brexit obrigou as grandes empresas, Euronext incluída, a repensar a sua estratégia internacional.
“Antes da abertura deste centro, o suporte de tecnologia da Euronext estava parcialmente baseado em Belfast, na Irlanda do Norte. Mas em Junho de 2016, o Reino Unido votou a favor da saída da União Europeia. ‘Tive a intuição de que era necessário manter as funções centrais da Euronext no seio da União Europeia’”, assinala Stéphane Boujnah, presidente do conselho de administração e CEO da Euronext, citado pela publicação.
Ponderada a decisão de encontrar um novo centro tecnológico, a cidade do Porto pareceu aquela que reunia as melhores condições para o grupo. “Fomos recebidos de forma notável pelas autoridades nacionais e locais, que têm um interesse sincero no sector financeiro e de tecnologia”, destaca ainda o CEO ao Les Echos, surpreendido também com a “excelente fonte de talento” encontrada no país, que nunca deixou de apostar na formação dos jovens, acrescenta.
“O Porto é hoje um dos três centros tecnológicos do grupo, juntamente com Paris e a Escandinávia. A cibersegurança, os serviços em nuvem [cloud], as operações de TI [tecnologias de informação] e vários desenvolvimentos de software do grupo são geridos a partir da segunda maior cidade de Portugal”, pode ler-se no artigo assinado por Camille Prigent, que faz parte de um dossier que o jornal especializado lança hoje sobre o país.
Para o centro instalado na Avenida da Boavista desde 2017, os planos são ainda mais auspiciosos. A Euronext confirma que quer continuar a crescer no Porto, depois de já ter duplicado o número de contratações, até porque também daqui recebe o reverso da medalha. “As equipas do Porto apoiam o crescimento do grupo”, confirma Stéphane Boujnah ao jornal.
Desde 2012, o Porto está ainda representado no grupo estrito de decisores do grupo financeiro, contando com o portuense Manuel Ferreira da Silva, no Conselho de Supervisão da Euronext.
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