Kosta de Alhabaite

Nortenho, do Condado Portucalense

Se em 1628 os Portuenses foram os primeiros a revoltar-se contra o domínio dos Filipes, está na hora de nos levantarmos de novo, agora contra a corrupçao, o centralismo e colonialismo lisboeta!

As vicissitudes da CP na Linha da Beira Baixa

Alguns devem estar recordados da pompa e circunstância alardeadas pelo Senhor Sócrates este ano aquando da electrificação da Linha da Beira Baixa.
Como já estamos habituados, e abaixo confirmaremos, tratou-se de mais um cenário bonito montado para fazer crer que o governo estava a trabalhar...
Na realidade, meses passados, a CP continua a fazer circular na linha automotoras a diesel, que costumam atrasar devido ao calor que obriga a esforço suplementar dos motores para suportar o ar condicionado. Algumas automotoras Allan acabam mesmo por não aguentar e fazem viagens apenas com um só motor porque o outro avaria, perdendo tempo pelo caminho. O povo, esse, devido à canícula, lá se vai aguentando com o leque improvisado e recorrendo ao lenço para limpar o suor que lá vai caindo pelo rosto... Já para não falar nos atrasos constantes do horários previamente adquiridos...
No passado domingo, das seis circulações diárias entre a Covilhã e a Guarda apenas se efectuaram duas porque a já referida automotora Allan que assegura aquele serviço avariou nesta última estação.
Diligentemente, os senhores da CP enviaram em seu socorro, directamente do Entroncamento(!), uma outra composição com duas, duas!! unidades motoras que, espante-se, por acaso não trazia gasóleo suficiente para chegar à Guarda, quedando-se pela Covilhã. Assistiu-se naquela localidade a uma espantosa e hilariante operação: uns senhores ferroviários, com um tubo de plástico e uns bons pulmões, iniciaram um processo de transvasar gasóleo de uma automotora para a outra, por forma a que uma delas pudesse seguir até à Guarda!!!
Mas isto não fica por aqui. Nesse mesmo dia, o intercidades Lisboa-Covilhã que sai do sul às 19h08 chegou ao Entroncamento com 30 minutos de atraso porque a máquina avariou, tendo a composição prosseguido com uma locomotiva a diesel apesar da linha “ter sido electrificada” pelo Sr. Sócrates... O mesmo senhor, que inaugurou a tal electrificação da linha e para tal convocou a imprensa para que o boneco ficasse registado para a posteridade, mandara entretanto suspender o concurso que deveria ter permitido à CP adquirir 15 locomotivas eléctricas... He he he he he.
Não querendo parar de rir, chegou-me ao conhecimento que alguns comboios daquela linha têm sofrido outros atrasos que não se prendem com as habituais avarias das máquinas a diesel. O prosaico motivo é o seguinte: os comboios são obrigados a esperar que os passageiros utilizem as casas de banho das estações e apeadeiros porque as que existem dentro das composições estão fechadas pelo facto de não lhes terem sido efectuadas as respectivas descargas no fim de cada viagem. Hi hi hi hi.
Tal não acontecia no tempo em que as retretes dos comboios escoavam directamente sobre a via, mas ao reabilitar as automotoras antigas a CP dotou-as com um sistema fechado que, tal como nos aviões, obriga à evacuação dos dejectos no fim da viagem. Como isso nem sempre é feito com regularidade, o depósito enche e a casa de banho fica inutilizada, não tendo o maquinista alternativa a não ser esperar que os clientes utilizem, durante os períodos de paragem, o WC das estações e apeadeiros.
A falta de equipamentos, nas estações da Beira Baixa, capaz de sugar os depósitos dos sanitários das automotoras levou, inclusivamente, a que durante vários meses houvesse uma composição que viajava entre a Guarda e Coimbra com o único fim de esvaziar as casas de banho.... Espantoso!
Agora percebe-se a mensagem que consiste em “guardar o bilhete até ao fim da viagem”. Se um indivíduo chega à sanita da estação e à falta de papel só pode fazer uma de duas coisas: ou grita para o maquinista: “PAPEL!!!”, ou recorre ao dito cujo bilhete. Já agora uma sugestão: nunca comprem meios bilhetes... Nunca se sabe.
Por outro lado já estamos a ver, aquelas pessoas incontinentes que recorrem amiúde aos sanitários a ter que ouvir a piadinha do maquinista: “Com que então outra vez? Não faz outra coisa senão miccionar”...

Pergunta: então o Sr. Sócrates e aqueles senhores ministros que recebem subsídios de deslocação ainda insistem nos faraónicos TGV e Aeroporto da OTA e deixam isto neste estado? Parvalhões!!!

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