Enquanto uns andam a (re)colocar-se em bicos de pés (ou esticados nos andarilhos, que a idade já não perdoa) por forma a se fazerem notados pelo povo, enquanto a imprensa deste país dedica as páginas principais aos horrores do furacão Katrina e se esquece (?) dos "horrores" que por cá se passam, ou enquanto fôr mais importante saber se o Simão (que tem mais tatuagens árabes que o tecto de uma mesquita) não vai para a terra dos bifes onde os tais árabes andam na mó de baixo, eu vou ver se encontro um feitiço, um chá ou uma cura para este País tão miseravelmente governado...
Vilar de Perdizes e o XIX Congresso de Medicina Popular esperam por mim !!!
Vilar de Perdizes e o XIX Congresso de Medicina Popular esperam por mim !!!
Já estou a ver e ouvir o Padre Fontes. Fontes de nome, padre de ofício, conhecido como de Vilar de Perdizes, erguendo a mão e numa estranha reza – o esconjuro - diz: "Com esta culher levantarei labaredas deste lume, que se parece co do Inferno. Fugirão daqui as bruxas". Ele é o Panoramix da noite, druida servindo poção mágica à base de aguardente aquecida no caldeirão.
A queimada do Outro Mundo cuja origem remonta a tempos imemoriais, é um ritual que se costuma fazer nos invernos para curar gripes, catarros, resfriados. São três litros de aguardente, a que se adiciona um quilograma de açúcar, meio litro de vinho tinto, dois limões espremidos, uma maçã picada e 30 grãos de café, misturados e crescendo dez minutos em caldeirão previamente aquecido durante meia hora. Chega-se o fogo e, apenas com luz de velas, toda a gente goza com as caras tétricas que a cor amarelada de cada um sugere, faces de desenterrados, de bruxas... Se não dá força aquece os corpos e também as almas num repasto perdido nas terras do Barroso.
E continuando lá vai dizendo: "Sapos e bruxas, mouchos e crujas, demonhos, trasgos e dianhos, spírtos das eneboadas beigas, corvos, pegas e meigas, feitiços das mezinheiras, lume andante dos podres canhotos furados, luzinha dos bichos andantes, luz de mortos penantes, mau-olhado, negra inveija, ar de mortos, trevões e raios, piar de moucho, pecadora língua de má mulher casada cum home belho. Vade retro Satanás prás pedras cagadeiras! Lumes de cadrávres ardentes mutiladas corpos dos indecentes peidos de infenais cus. Barriga inútil de mulher solteira, miar de gatos que andam à janela, guedelha porca de cabra mal parida. Com esta culher levantarei labaredas deste lume, que se parece co do inferno. Fugirão daqui as bruxas, por riba de silbaredos e por baixo de carbalhedos a cabalo da sua vassoura de gesta.E quando esta mistela baixe pelas nossas gorjas, ficaremos libres dos males e de todo o embruxamento"...
A queimada do Outro Mundo cuja origem remonta a tempos imemoriais, é um ritual que se costuma fazer nos invernos para curar gripes, catarros, resfriados. São três litros de aguardente, a que se adiciona um quilograma de açúcar, meio litro de vinho tinto, dois limões espremidos, uma maçã picada e 30 grãos de café, misturados e crescendo dez minutos em caldeirão previamente aquecido durante meia hora. Chega-se o fogo e, apenas com luz de velas, toda a gente goza com as caras tétricas que a cor amarelada de cada um sugere, faces de desenterrados, de bruxas... Se não dá força aquece os corpos e também as almas num repasto perdido nas terras do Barroso.
E continuando lá vai dizendo: "Sapos e bruxas, mouchos e crujas, demonhos, trasgos e dianhos, spírtos das eneboadas beigas, corvos, pegas e meigas, feitiços das mezinheiras, lume andante dos podres canhotos furados, luzinha dos bichos andantes, luz de mortos penantes, mau-olhado, negra inveija, ar de mortos, trevões e raios, piar de moucho, pecadora língua de má mulher casada cum home belho. Vade retro Satanás prás pedras cagadeiras! Lumes de cadrávres ardentes mutiladas corpos dos indecentes peidos de infenais cus. Barriga inútil de mulher solteira, miar de gatos que andam à janela, guedelha porca de cabra mal parida. Com esta culher levantarei labaredas deste lume, que se parece co do inferno. Fugirão daqui as bruxas, por riba de silbaredos e por baixo de carbalhedos a cabalo da sua vassoura de gesta.E quando esta mistela baixe pelas nossas gorjas, ficaremos libres dos males e de todo o embruxamento"...
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