O actual surto de ébola começou em Fevereiro e já fez 932 mortes, segundo o balanço disponível a 8 de Agosto, dia em que a Direcção-Geral de Saúde decretou o estado de emergência de saúde pública.
O que é?
O ébola é um vírus identificado pela primeira vez em 1976, que provoca febres hemorrágicas. Não existe vacina, nem tratamentos específicos e a taxa de mortalidade situa-se entre os 25 e os 90%.
Como acontece a infecção?
A infecção resulta do contacto directo com líquidos orgânicos de doentes – como sangue, urina, fezes, sémen. A transmissão da doença por via sexual pode ocorrer até sete semanas depois da recuperação clínica. O período de incubação da doença pode durar até três semanas.
Quais os sintomas?
A febre costuma ser o principal sinal, acompanhada de fraqueza e dores musculares, de cabeça e de garganta. Outros sintomas nos tempos seguintes são náuseas, diarreia, feridas na pele, problemas hepáticos e hemorragia interna e externa.
Entre a infecção pelo vírus e os primeiros sintomas podem decorrer entre dois e 21 dias.
Como se trata?
Não existe cura nem um tratamento específico para a febre hemorrágica provocada pelo vírus do ébola. A estes doentes são dados os tratamentos que costumam ser administrados nos cuidados intensivos, com destaque para a hidratação.
Quais os hospitais de referência em Portugal?
Em Portugal, os hospitais para onde serão encaminhados os doentes suspeitos de estarem infectados com o vírus do ébola são os hospitais Curry Cabral e Dona Estefânia, em Lisboa, e São João, no Porto.
E qual é o laboratório de referência?
O Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge.
Qual é a resposta de emergência médica?
O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) tem equipas especializadas, com formação específica e equipamento de protecção elevada. Serão estas equipas que irão acompanhar os casos suspeitos ou de doença e encaminhá-los para os hospitais de referência.
Que medidas as autoridades portuguesas têm em vigor?
- Reforço da articulação internacional, nomeadamente com a OMS, com o European Centre for Disease Prevention and Control (ECDC), em Estocolmo, e com outros Estados;
- Recomendação aos cidadãos para que ponderem viajar apenas em situações essenciais, tendo em atenção o princípio da precaução, apesar de não estarem interditadas, actualmente, viagens internacionais para áreas afectadas;
- Os viajantes são alertados para procurarem aconselhamento médico caso se verifique exposição ao vírus ou desenvolvam sintomas de doença;
- Portugal tem em estado de prontidão mecanismos para detectar, investigar e gerir casos suspeitos de doença por vírus ébola, incluindo capacidade laboratorial para confirmação da doença;
- Estão previstas medidas para facilitar a evacuação e a repatriação dos cidadãos que possam ter estado expostos ao vírus.
Este é o pior surto?
Desde 1976 registaram-se vários surtos, nenhum com tantos infectados e países atingidos como o actual. Começou em Fevereiro e, até segunda-feira, causou em vários países africanos 1.711 casos (1.070 confirmados, 436 prováveis, 205 suspeitos) e 932 mortes.
Que países já foram afectados?
Até ao momento e neste surto registaram-se casos na Guiné-Conacri, Libéria, Serra Leoa e Nigéria.
1 comentários:
O vírus -segundo li- existe em animais, macacos ou morcegos e os humanos apanham esse vírus, provavelmente por consumirem esses animais, daí concordar em absoluto com a afirmação "o vírus alimenta-se da miséria", eu acrescentaria que se alimenta também da ignorância!
-Depois do vírus estar no seio dos seres humanos, ele transmite-se, inevitávelmente...
É possível que depois, nos sobreviventes, alguma resistência seja adquirida e posteriormente transmitida às gerações vindouras...
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