É o crescimento mais acentuado dos últimos três anos. De 2018 para 2019, a cidade do Porto registou um aumento de 1.009 habitantes, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística.
O investimento urgente na recapitalização das empresas, a inovação tecnológica da indústria e a aposta na diferenciação da oferta turística, constituem, para o presidente da Câmara do Porto, o tridente da "solução a Norte". No artigo de opinião que hoje assina no Jornal de Notícias, Rui Moreira apela a uma estratégia conjunta da Região na captação dos recursos disponíveis para a retoma, e avisa que "a intervenção na TAP" é o sinal de alerta para o que aí vem. Nesta sexta-feira, passam pelo Teatro Rivoli vários autarcas para debater "Os caminhos da recuperação económica em Portugal: hipóteses a Norte". A conferência do JN, promovida em parceria com a Câmara do Porto, tem início às 9,45 horas e pode ser seguida no site ou no Facebook do jornal.
O mistério sobre a liderança de Rui Rio não está nas suas consequências porque essas são, manifestamente, calamitosas, mas nas suas motivações. Eu, pessoalmente, vejo 3 hipóteses para explicar tanto desprezo pelas obrigações e deveres que assumiu e que tanto quis assumir e reassumir.
Primeiro, conivência. Conivência ideológica e de interesses. Río parece acreditar que, ideologicamente, o PSD não difere muito do PS. Ou melhor, só, excepcionalmente, divergirão. O problema é que essa postura pode adequar-se, formalmente, ao nome do Partido, mas, nem de perto nem de longe, se adequa ao seu eleitorado tradicional. E mesmo ao potencial eleitorado, será contraproducente disputar votos a outro partido quando se diz, praticamente, a mesma coisa.
Privilegiando uma suposta doutrina social-democrata, Rio, sem brilho como lhe é peculiar, tenta impingir um equilíbrio “saudável” entre capitalismo e socialismo. Uma espécie de “ideal escandinavo”. Só que esta perspectiva é, também como sempre em Rio, políticamente cobarde, enganadora e ineficiente. Primeiro porque, temerosamente, não tem qualquer rasgo ou arrojo, nem implica qualquer ruptura com o passado recente e reduz as possibilidades de Portugal ao que fomos, somos e havemos de continuar a ser: um País sem sucesso, sem esperança e condenado a pedir para sobreviver.
Depois porque, na realidade, não há qualquer equilíbrio justo entre aqueles dois princípios (capitalismo vs socialismo). Na aplicação prática daquela construção, a ingerência estatal é predominante. O reconhecimento da propriedade e da iniciativa privada são muito mais formais que factuais. Veja-se o caso português que tenta, imbecilmente, caminhar nessa linha há anos. A acumulação de custos (avassaladoramente provenientes de impostos, taxas, contribuições, etc.) tende, inexoravelmente, a conduzir ao fracasso. Pior, a única solução para os empresários é cortar noutro tipo de custos, quase sempre nas remunerações do trabalho. Ou seja, na prática, o Estado para suportar serviços excessivos, mas ineptos, uma redistribuição ineficaz, mas cara e níveis de corrupção altíssimos por força das redes de interesses que aquele sistema fomenta, acarinha e permite, “proíbe” a prosperidade e os salários justos.
E Rio se, pessoal e directamente, pode não participar nessas redes de interesses, protege-as. E tantas e tantas vezes, protege-as acolhendo-as no seu núcleo próximo.
Terceiro, o tal “ideal escandinavo” a existir, assenta muito mais em factores “a priori” como por exemplo, estruturas historicamente funcionais e, principalmente, em condicionalismos genéticos que, propriamente, na ideologia em si.
Segunda possivel explicação para o “desastre” Rio: taticismo. Rio poderia estar à espera (legitimamente) que o PS abandonasse, a curto prazo, o poder. A enorme crise económica causada pela pandemia mas, exponencialmente, agravada por 5 anos de contas “faralhadas”, fazia prever a debandada dos socialistas que não sabem nem querem governar sem dinheiro ou sem acesso a dinheiro. Só que 5 anos de mentiras, 3 anos sem oposição e uma futura injecção de capital europeu, levam a duas realidades: eleitoralmente, só o PS poderia suceder ao PS e porque vai haver dinheiro, já não há qualquer razão par “dar de frosques”.
E qual era o caminho para este taticismo? Um conceito que diz tanto acerca de Rio como diz do nosso eleitorado: “portar-se bem”. O objectivo seria algo como “o Rio, como líder da oposição portou-se bem; foi muito responsável”. E, provavelmente, a sua apreciação do que o nosso eleitorado pretende, até está correcta. Só que essa verdade não deixa de ser quer uma enorme falha no carácter de Rio quer uma enorme deficiência (espero que passageira) no nosso Povo. A confusão entre responsabilidade e “amorfidade” é terrível. Não “levantar ondas”, não escrutinar, não contestar, temer o compromisso, a ruptura e a legítima confrontação, não é ser responsável. Só um País medroso, frágil e sem dignidade consegue ver num carácter “gelatinoso”, sinais de carisma, seriedade ou equilíbrio. Isto além de nos definir, define bem a solução que (cruzes, canhoto) Rio poderia ser: a aposta no que Portugal e os Portugueses têm (transitoriamente, espero) de pior, a aposta na continuidade da nossa desgraça, a aposta num futuro que mais não é que o nosso passado.
A terceira causa para o grotesco comportamento pode ser mais simples. Pode ser, singelamente, inabilidade. Tão só, não conseguir ser mais. E não é uma hipótese tão descabida como isso. Os sinais estão lá todos. E se há sistema político que fomenta a ascensão dos “pobres de espírito” a posições de relevo, o nosso é o melhor exemplo.
(*) Carlos Garcez Osório, aqui
Vejo as noticias e volto a descobrir que o Português que sou e quero ser, nada tem a ver com este Povo que, agora, habita este País. Um Povo sem carisma, sem garra, mas, acima de tudo, sem vontade ou consciência. E se essa percepção já era quotidianamente indesmentível por ser tão evidente, o resultado das preferências maioritárias deste Povo é de estraçalhar a esperança ao mais optimista dos seres.
Na política, e nem precisamos de sondagens, a maioria dos Portugueses dará o seu voto a um partido que sempre e sem excepção, governou com base na premissa “quem vier a seguir que pague a conta”. E nunca deixa uma conta suportável. Deixa daquelas contas que arruma, inevitavelmente, com uma geração de Portugueses. Como agora é liderado por um ilusionista trafulha que manipula sem escrúpulos as contas da Nação, que publicita sem pejo as promessas, mas esconde, omite e falseia os resultados, que tentou transformar uma gestão da pandemia criminosamente incompetente num milagre que tanta e tanta gente ainda não percebeu que nunca ocorreu, esse partido descobriu que à custa da triste credulidade dos Portugueses, são eles próprios que “vêm a seguir”. Como não sabem o que é governar sem (muito) dinheiro, era preciso arranjá-lo. Nem que para isso seja preciso vexar um País inteiro. Nem que para isso seja preciso andar de mão estendida numa vergonha que me afecta e que não patrocinei. Pior, ainda tenta mascarar a indigência com tiques marialvas para consumo interno, insultando quem à custa de responsabilidade e frugalidade (sim, é um óptimo conceito para os gastos estatais) reuniu recursos que não quer ver esbanjados por terceiros, reconhecidamente, desregrados. Mas para um Povo que vive, todos os dias, na ilusão do “euromilhões”, quer a “pedinchisse” quer “o agarrem-me se não mato-o”, são conceitos que, visivelmente, agradam.
Também na política e também à espera de uma maioria quase norte-coreana, temos o “selfies”. Pessoa de “reconhecida” integridade ética. Se mais circunstâncias não houvessem, e infelizmente não faltam, bastava aquela em que no princípio da pandemia afirmou que se falaria a verdade e apenas a verdade, bem sabendo que já se tinha mentido, se estava a mentir e se iria continuar a mentir. Mas aos Portugueses, a miragem de uma foto com o “presidente da junta” (e já devem ser poucos os que a não têm) e a promessa de afectos, é mais que suficiente.
Para completar o ramalhete, temos o líder do 2º maior partido. Pessoa de quem, por liderar a oposição (?), se esperava, no mínimo, empenho no escrutínio do governo. Principalmente porque a outra principal forma de escrutínio, a que devia ser feita pelos jornalistas, desapareceu por arregimentação financeira ou ideológica. Mas por conivência ou taticismo, reduz voluntariamente os níveis de escrutínio para mínimos históricos.
Mas não é só na política que a maioria prefere os piores. Na televisão, as audiências são lideradas por uma histérica sem qualquer substância nem princípios. Não teve qualquer problema em trair os que nela confiavam, protagonizando uma transferência feita, indubitavelmente, muito à custa de dinheiro dos Portugueses, antecipado (?) pelo Estado.
No futebol, segundo estudos tão claros como as contas do governo, a maioria prefere um clube cujo líder montou um esquema avassalador de batota e cuja imensidão de processos judiciais só não avança porque o esquema que montou, realmente funciona. Como “cereja em cima do bolo” e perfeita demonstração da coluna vertebral dos preferidos da Nação, conseguiu reproduzir novamente e ao fim de 2.000 anos o episódio bíblico da “negação de Pedro”: Jesus disse a Luís Filipe, perdão, a Pedro, antes que a minha Mulher descubra, perdão, antes que o galo cante, negar-me-ás três vezes. E ele negou. A única diferença é que Pedro negou para não ser preso e Luís Filipe, deixou de o negar para não “ir de cana”.
E são estas, entre muitas outras, as escolhas da maioria dos Portugueses. Uma aversão genética à verdade, à honra, à dignidade, mas pior, à esperança. Um Povo tão pouco comprometido que nem percebe que a sua cobardia só preserva o que tem, ou seja, nada. Com tanto medo que a sua credulidade se torna, absurdamente, suicidária.