Kosta de Alhabaite

Nortenho, do Condado Portucalense

Se em 1628 os Portuenses foram os primeiros a revoltar-se contra o domínio dos Filipes, está na hora de nos levantarmos de novo, agora contra a corrupçao, o centralismo e colonialismo lisboeta!

Francisco J. Marques e o caso dos emails: «Sentença foi proferida por um acionista da SAD do benfica»

Francisco J. Marques voltou à carga no caso dos emails do Benfica divulgados no Porto Canal para criticar a sentença do juiz do Tribunal da Relação do Porto, em setembro de 2022, que o condenou, juntamente com o FC Porto SAD e a FC Porto Media, ao pagamento de 1 milhão de euros. O diretor de comunicação dos dragões apontou o dedo à decisão e aos valores aplicados.


"Eu próprio, a FC Porto SAD e a FC Porto Media fomos condenados em primeira instância por um senhor juiz benfiquista. O Benfica, que anda sempre a queixar-se da justiça a norte, teve a sorte de lhe calhar um juiz benfiquista. Tomou decisões como juiz benfiquista que é. Houve recurso e no sorteio do recurso quem é que saiu? No sorteio, estranhamente, esteve presente o Benfica, fez-se representar, e por sorte saiu um senhor juiz que é sócio do Benfica desde 1968, há 55 anos, e que se dá o caso de ser acionista da SAD do Benfica, e ninguém achou que juiz devesse ser afastado do processo, sendo que pelo meio até foi convidado a visitar o Seixal. O que é que as pessoas pensariam se um juiz acionista da PT fosse decidir ações em que a PT fosse parte? Alguém acha isto normal? Só mesmo num país que acha que o Benfica está acima de tudo, porque tenho a certeza absoluta que não há uma pessoa com bom-senso que ache normal que um acionista de uma entidade decida, chama-se juiz em causa própria", questionou Francisco J. Marques, no Porto Canal, retomando o tema mais à frente para reforçar a sua reflexão.

"Isto não tem pés nem cabeça ser decidido por um acionista da Benfica SAD, por um águia de ouro, convidado pelo Benfica para visitar o Seixal, quem fica mal é a justiça, isto é ser juiz em causa própria, e depois estas coisas de achar que não há interesse público... Sobre o Luciano Gonçalves também se levantam dúvidas sobre o interesse público? O presidente da APAF pede convites ao Benfica e isso não é considerado anormal? Não há interesse público que as pessoas saibam dessas coisas? Tenta-se legitimar fazendo-se as coisas pela porta do cavalo, como bem se sabia que havia pagamentos pela porta do cavalo, designadamente por parte da Federação Portuguesa de Futebol para jogos no Estádio da Luz. Esta sentença é muito questionável e tem o pecado original de ter sido proferida por um acionista da SAD do Benfica", referiu o diretor de comunicação dos dragões, apontando os pontos do acórdão que provocaram a sua indignação.

"O juiz dividiu os emails em quatro grupos. Um em que, segundo ele, manifestamente não há interesse público, onde estão a vigarice das entrevistas de Luís Filipe Vieira a 'A Bola', cada email desses valeu 40 mil euros de indemnização. Depois, emails que podem ter interesse público, 20 mil euros cada um. Emails que têm interesse público, 10 mil euros por cada um divulgado, parece anedótico, mas é mesmo assim. Em primeira instância eram esses valores, depois passaram para metade. Depois, há os emails excecionais, são aquelas divulgações relacionadas com o Nhaga, lembram-se? Pois essas divulgações foram muito danosas para o Benfica, foram terríveis, não tiveram direito a desconto na Relação. Pelas divulgações que só serviram para abespinhar o Benfica, segundo a sentença, 340 mil euros de indemnização. Denunciar esta vigarice tem interesse público. Depois há os emails dos padres, porque as frases que ali estavam não contribuíam para a compreensão do que ali se mostrava e que está agora a ser investigado, não foram selecionados dois trechos. Oitenta mil euros por não ter sido lido um e 160 mil euros por não ter sido lido outro, foram 240 mil euros só por causa desses dois emails dos padres. Esses valores são razoáveis? Não são, são os valores do benfiquistão", advertiu Francisco J. Marques, dando como comparação os valores pagos pelo Estado, por exemplo, pelas mortes que aconteceram nos incêndios de 2018: "É muito pior e deve ser compensado, se é que há forma de compensar, uma morte do que um email, mesmo que se venha a achar, como o tribunal achou e nós não concordamos, por isso recorremos mais uma vez, que é muito pior uma morte do que divulgar mails. É essa desproporcionalidade que nos indigna."

O responsável portista revelou ainda que o FC Porto foi sancionado a pagar o arranjo do sistema informático do Benfica, vincando também aí a sua indignação pela decisão do juiz.

"O sistema informático do Benfica foi atacado, mas não fomos nós, toda a gente sabe o que aconteceu. Nós recebemos, até fui eu que recebi, pois nós fomos condenados a pagar o dinheiro que o Benfica gastou a arranjar o seu sistema informático, isso incluiu a contratação de 18 funcionários e as máquinas que tiveram de comprar", rematou o diretor de comunicação do FC Porto.

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