Kosta de Alhabaite

Nortenho, do Condado Portucalense

Se em 1628 os Portuenses foram os primeiros a revoltar-se contra o domínio dos Filipes, está na hora de nos levantarmos de novo, agora contra a corrupçao, o centralismo e colonialismo lisboeta!

RIP Gomes Amaro


Faleceu hoje mais um amigo dos antigos, a melhor voz dos relatos do FC Porto SR. DESIDÉRIO GOMES AMARO com 85 anos (21/05/1937 - 23/03/2023). Relatava sempre os jogos do FC Porto com todo o entusiasmo, fervor clubista e tornava os relatos mais vívidos que alguma vez houve na rádio. Gomes Amaro figura incontornável do relato radiofónico em Portugal, morreu, esta quinta-feira, aos 85 anos. As minhas sentidas condolências para toda a sua família e amigos mais próximos.
O corpo de Gomes Amaro estará em câmara ardente na capela mortuária da Igreja Matriz de Espinho, a partir das 15h desta sexta-feira. O funeral realiza-se no sábado, às 12h15.
Gomes Amaro, jornalista que durante anos acompanhou o FC Porto em Portugal e no estrangeiro, marcou uma era no relato radiofónico em Portugal.
O antigo jornalista da rádio “Quadrante Norte” nasceu em Portugal (Forno Telheiro freguesia de Celorico da Beira, distrito da Guarda), mas antes de fazer 3 anos foi com os pais para o Brasil, onde viveu 30 anos.
Trabalhou como técnico de rádio e na TV Record desempenhou o cargo de responsável pelo videotape da estação.
Durante a década de 70, regressou a Portugal e foi viver para o Porto, período em que se notabilizou a relatar os jogos do FC Porto. Durante este período, Gomes Amaro era mesmo o único jornalista que fazia os relatos integrais dos jogos dos 'Dragões', sempre inseridos no programa “Quadrante Norte”, tendo presenciado alguns dos momentos mais nobres da história dos 'Azuis e brancos'.
Gomes Amaro esteve presente na noite de 27 de Maio de 1987 em Viena, assistindo a “armada azul e branca” que venceu a antiga Taça dos Campeões Europeus, noite inolvidável para o universo portista.
Numa nota de condolências emitida pelo FC Porto, os 'azuis e brancos' endereçaram à família e aos amigos de Gomes Amaro as mais sentidas condolências. Em entrevista ao jornal Defesa de Espinho a 28 de janeiro de 2021. Gomes Amaro é uma das mais reconhecidas vozes da rádio nacional, que adotou Espinho como sua terra desde 1964. “Tenho dupla nacionalidade, portuguesa e brasileira, por muito respeito que tenho pelo país que me recebeu. Emigramos para o Brasil. O meu pai tinha a terceira classe e a minha mãe a quarta classe. O meu pai era um trabalhador braçal e a minha mãe era uma costureira de mão-cheia. Lembro-me, que, em criança, acordava a altas horas da noite e via a minha mãe debruçada sobre a costura e o meu pai a entregar pão. Foi uma vida muito difícil. No entanto, o seu esforço foi compensado e, felizmente deram-me tudo”, recordou Gomes Amaro nesta entrevista à Defesa de Espinho.
“Terminei o curso de electrónica e entrei para um grupo de comunicação social que tinha três rádios e uma estação de televisão, Rede Record”, foi assim que a voz que viria a marcar o Quadrante Norte da rádio portuguesa iniciou o seu percurso.
E mais tarde, até achavam que Amaro trazia o emblema dos dragões ao peito. Mas não. “Quando fazia o relato de um jogo abstraía-me de tudo. Procurava transmitir, apenas, aquilo que se passava no jogo e à minha volta, dentro do estádio. Para mim, no relato, limitava-me a ouvir a minha voz e a dos meus companheiros. O que me interessava era aquilo que se passava dentro do retângulo de jogo. Procurava ser o mais fiel possível àquilo que se passava em campo. Não me importava o clube que jogava. Aquilo que queria era relatar, lance por lance e não tomar parte de outras coisas. Como o Quadrante Norte fazia 80% dos jogos do FC Porto, diziam que era portista! Posso viver com isso perfeitamente”, conta Gomes Amaro nesta entrevista histórica.
“Tive muitas experiências emotivas e muitos momentos extraordinários, de graça e de alegria imensa. Mas o ponto mais alto foi no Estádio do Prater, em Viena, na Áustria, quando o FC Porto foi campeão europeu pela primeira vez, com o treinador Artur Jorge. Foi o ponto máximo”, recorda, também, com emoção este jornalista que tem a terra de Espinho, eternamente no seu coração.
Estas são alguns dos temas abordados por Gomes Amaro na entrevista publicada a 28 de janeiro de 2021 na sua Defesa de Espinho. Descansa em paz. NUNCA SERÁ ESQUECIDO


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