Kosta de Alhabaite

Nortenho, do Condado Portucalense

Se em 1628 os Portuenses foram os primeiros a revoltar-se contra o domínio dos Filipes, está na hora de nos levantarmos de novo, agora contra a corrupçao, o centralismo e colonialismo lisboeta!

Ainda se Lembram? O Bacalhau

Magnífico post escrito por Alexandre Burmester e que "pedi emprestado" ao não menos magnífico Reflexão Portista



Corria a época de 1968/69 e o F.C. Porto, dez anos depois do seu último triunfo na prova, disputava taco-a-taco com o inevitável Benfica o Campeonato Nacional da I Divisão (os patrocinadores, tal como "a luta pela verdade desportiva", os "paineleiros" e as "transições rápidas" eram ainda uma coisa do futuro).

Atendendo ao aquecer da luta pelo título, José Maria Pedroto, que cumpria a sua terceira época à frente da equipa, elaborou um programa especial de estágios. Esse programa, contudo, viria a enfrentar a oposição dos jogadores, especialmente do trio formado pelo guarda-redes Américo, o médio Eduardo Gomes e o ponta-de-lança Custódio Pinto. O trio foi suspenso por indicações de Pedroto e no jogo seguinte, frente à tradicionalmente difícil equipa da CUF (actual Fabril do Barreiro), no seu Estádio Alfredo da Silva, surgiu uma surpresa de monta: a lateral-esquerdo estreava-se um jovem de 19 anos e, mais, era ele o capitão de equipa. Com esse gesto, José Maria Pedroto pretendeu significar aos restantes jogadores que nenhum deles era imprescindível ou mais importante que a equipa. Assim nascia para o futebol da alta roda o Leopoldo, que os adeptos do F.C. Porto viriam a popularizar com a alcunha de "o Bacalhau".

O F.C. Porto venceria o desafio por 1-0, mas o título, esse, depois de novas peripécias e de algumas ignóbeis atitudes por parte da direcção do clube, culminando no despedimento de Pedroto, ficaria "no tinteiro".

Entretanto "o Bacalhau", de seu nome completo Leopoldo José Nogueira Amorim, foi singrando no clube, o qual, como sabemos, atravessava uma época de vacas magras em matéria de êxitos desportivos. Sem nunca ser um jogador brilhante, não estava, porém, abaixo da média - muito pelo contrário - dos ocupantes do lugar de defesa-esquerdo antes da sua aparição. Com os tempos chegou a ser utilizado a defesa-direito, e recordo-me bem de um jogo no Bessa, em Dezembro de 1973, precisamente uma semana depois da morte do grande Pavão, em que o primeiro golo do F.C. Porto numa vitória de 2-0 foi da autoria do "Bacalhau". E não sei mesmo se não terá sido o seu único golo ao serviço do clube.

Mais tarde, por volta de 1976, o "Bacalhau" rumaria ao Varzim, onde jogou, segundo creio, até 1980. Ou seja, falhou por pouco a época em que aquele que o lançara na equipa principal, regressado triunfalmente, haveria de levar o F.C. Porto de novo ao título nacional.

É também dos "Bacalhaus" deste mundo, jogadores da casa e dedicados ao clube, que se faz a história do F.C. Porto. Bem hajas, Bacalhau!

Nota: nesta foto de uma equipa do F.C.P. do iníco da década de 70, o "Bacalhau" é o terceiro a contar da esquerda na fila de trás, entre os "monstros" Pavão e Rolando.

Créditos: O Baú dos Cromos, Paixão pelo Porto

2 comentários:

Caro "Kosta"!

Parabéns por nos trazer à memória o grande Leopoldo, conhecidissimo (naquela época) por "O Bacalhau"!

É, também, destes detalhes que se trabalha e "fabrica" a história do FCPorto!

Tenha um Bom Fim Semana,

Renato

 

Olá Renato.
Obrigado, mas o mérito é mesmo do "Reflexão Portista". Eu apenas fiz uma colagem...
Todavia, este Bacalhau é um Senhor, pode estar certo disso. E um Dragão! Eu sei! E já agora, podem dar-lhe os parabéns, porque dentro de dias faz anos...