Desde tenra idade que fui habituado a não desperdiçar comida. Sou daquelas pessoas que ficam irritadas quando alguém deixa comida no prato. Não tendo nada a ver com isso mas, quando tenho confiança com a(s) pessoa(s) que está na mesa, abordo sempre esse assunto, sobretudo quando existe um desperdício absurdo. Acho ridículo quando vejo pessoas em locais onde a comida é gratuita, desperdiçarem alimentos apenas porque não o estão a pagar ou porque está incluído no preço, usando isso mesmo como argumento. Como por exemplo num pequeno-almoço de um hotel ou em restaurantes que funcionam com buffet livre.
Em Portugal desperdiça-se, anualmente, 17% da produção alimentar. Por outras palavras, ano após ano, um milhão de toneladas de comida tem como destino o lixo. Um valor gigante para um país tão pequeno. E também para um país que não vive uma fase feliz e onde todos procuram truques e segredos para poupar mais uns tostões. Acho que nos faz falta – e não me excluo deste grupo – uma maior cultura de poupança, no que à comida diz respeito. De modo a que o desperdício seja reduzido substancialmente.
Nesse sentido, partilho uma lista de dez dicas, da autoria da Associação Portuguesa de Nutricionistas, que nos permitem evitar o desperdício alimentar. E são bastante fáceis de cumprir. Basta alguma disciplina, em diversos momentos.
1- Ter um plano de refeições e elaborar a lista de compras de modo a adquirir apenas o essencial.
2- Consultar o prazo de validade dos produtos no acto da compra, escolhendo o mais alongado. Os supermercados, como é natural, colocam os produtos com menor prazo de validade mais próximos dos clientes. Basta perder alguns segundos e escolher uma embalagem mais escondida.
3- Conservar, na dispensa, frigorífico ou congelador, os alimentos de forma adequada. Isto evita que se deteriorem com relativa facilidade.
4- Confeccionar as refeições com as quantidades adequadas para o número de pessoas. Se possível – e isto já é outro tema – com métodos culinários saudáveis.
5- Guardar as sobras, restos se preferirem, no frigorífico, sempre em recipientes adequados e em doses individuais, de modo a que sejam utilizados noutras refeições. Ao longo de três dias podem ser utilizados em refeições como saladas, empadões, sopas, açordas, esparregados, entre tantos outras hipóteses.
6- Aproveitar a fruta mais amadurecida para saladas de fruta, batidos ou purés.
7- Utilizar o pão do dia anterior para torradas para o pequeno-almoço ou lanche ou fatias douradas no forno com produtos hortícolas, ervas aromáticas e um fio de azeite.
8- Aproveitar as folhas e talos (couves, alho francês, nabo, couve-flor e brócolos) ou cascas de alimentos (courgette, cenoura, batata e banana) para incorporar nas próprias confecções culinárias, molhos, bases de sopas, caldos ou sobremesas.
9- Usar as espinhas dos peixes, cascas dos mariscos ou ossos das carnes para confeccionar caldos e para aromatizar outros pratos.
10- Aproveitar as sementes de alimentos como a abóbora, melão, melancia ou tomate, previamente secas no forno, para colocar em saladas, arroz, assados ou para juntar ao iogurte ou a batidos.
São pequenos truques que podem fazer uma grande diferença.
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