Fernando Alban foi acusado de ter participado no ataque com
drones contra Maduro em agosto. Autoridades dizem que saltou do 10.º andar do
edifício quando foi à casa de banho.
Um político venezuelano que estava detido por
suspeitas do envolvimento no alegado atentado contra Nicolás Maduro, em agosto,
morreu nas instalações da polícia secreta daquele país. As autoridades dizem
que se tratou de suicídio, mas a oposição não acredita.
O caso aconteceu na noite de segunda-feira. A
versão oficial diz que Fernando Alban estava na sede do Serviço Bolivariano de
Inteligência, à espera de ser levado para tribunal, quando pediu para ir à casa
de banho. E que se terá lançado do décimo andar, perdendo a vida.
Mas o partido de oposição a
Maduro contesta essa tese. Segundo Júlio Borges, fundador do partido Primeiro
Justiça e atualmente exilado na Colômbia, o vereador do município Libertador,
em Caracas, estaria a ser pressionado para denunciar “uma série de gente”. “É
impossível que uma pessoa de profunda convicção católica se tenha suicidado.
Todos os que falaram com ele viram-no sólido, forte e com convicções”, disse o
dirigente da oposição venezuelana, citado pela Renascença.
Logo após a morte do dirigente político ter sido
tornada pública, centenas de pessoas saíram à rua em sinal de protesto.
“Nós estamos golpeados e doridos e, ao mesmo tempo, convictos de que o que
aconteceu com o Fernando tem de nos dar força para continuar a lutar. A
Venezuela não pode ser um pais de torturadores, de violência, de morte e de
violações dos direitos humanos. Tem de ser um pais livre, democrático, de
progresso, e não a miséria em que Nicolás Maduro e a sua gente a tornou”, acusa
Júlio Borges.
Já o Cardeal Jorge Urosa Savino veio exigir
uma investigação à morte do autarca. O cardeal considera que é “uma morte
estranha, inexplicável e inesperada, de um homem pacífico, sereno”.
Na Venezuela, há 236 presos políticos, segundo a
organização não-governamental Foro Penal referida pela Veja. Alban estava preso desde
sexta-feira, acusado de ter participado do ataque com dois drones contra
Maduro, em 4 de agosto, quando este discursava durante uma parada militar na
capital venezuelana. Pelo menos 30 pessoas estão sendo investigadas no caso.
Nicolás Maduro responsabiliza, por seu turno, o
deputado Julio Borges como autor moral do atentado. Para Maduro, o governo
da Colômbia e Borges articulam a queda do regime venezuelano.
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