Kosta de Alhabaite

Nortenho, do Condado Portucalense

Se em 1628 os Portuenses foram os primeiros a revoltar-se contra o domínio dos Filipes, está na hora de nos levantarmos de novo, agora contra a corrupçao, o centralismo e colonialismo lisboeta!

Estou sem palavras


Uma análise lúcida de um benfiquista. Estou admirado.

O Benfica tem sido e continua a ser inferior ao Porto. Este é um facto essencial que todo o universo benfiquista tem de reconhecer (dos adeptos aos seus dirigentes) se queremos realmente acabar com a hegemonia do Porto e reconquistar o primeiro lugar no futebol português. Esta inferioridade, não é a da qualidade do futebol apresentado, é a da mentalidade vencedora. Explico-me:

1. O primeiro ano do Jesus no Benfica foi o ano do grito de revolta do universo benfiquista contra a hegemonia do Porto. Foi um ano onde merecemos ganhar o campeonato não apenas porque efectivamente jogavamos melhor, mas porque os resultados estavam em adequação com a superioridade do Benfica. Certo, o Porto estava em periodo de transição, no fim de um ciclo que necessariamente o enfraqueceu, mas o mérito da conquista é todo do Benfica.

Como respondeu o Porto a este desafio? No ano seguinte mostrou uma superioridade que nem nos tempos de Mourinho o Porto conseguiu mostrar. Tomou a sério o Benfica, deu valor ao que o Benfica queria ser, reconheceu que o Benfica tinha qualidades para obter os seus objectivos e assim o Porto trabalhou para ser ainda melhor. Teve um dos melhores anos na historia do clube.

No ano seguinte, jà com o Vitor Pereira, viu-se numa situação em que tinha o titulo quase perdido devido ao atraso de cinco pontos em relação ao Benfica. O que fez então o Porto? Fez pura e simplesmente o seu trabalho, não baixando os braços e ganhando os seus jogos na esperança de uma escorregadela do Benfica que os metesse de novo na corrida. Foi o que aconteceu. Se em 2011/2012 os benfiquistas que se sentem injustiçados poderiam falar de ajudas externas que empurraram o Porto para o titulo, essa desculpa não serve este ano. O mesmo contexto repetiu-se : uma vantagem dificilmente recuperàvel pelo Porto desperdiçada pelo Benfica porque não fizemos o nosso trabalho e eles sim. Não apenas fizeram o seu trabalho, como a qualidade deste aumentou, como ficou demonstrado na Madeira contra o Nacional. O Porto mostra a sua força precisamente nos momentos em que parece que jà não hà nada a fazer, ou melhor, em que a unica coisa a fazer é acreditar que ainda é possivel e trabalhar para que precisamente o possivel seja realidade. A isto chama-se competência, essa competência que caracteriza os vencedores.

2. Qual é a atitude do Benfica no meio disto tudo? Precisamente a atitude oposta. Enquanto o Porto acredita e trabalha aumentando os seus níveis de qualidade nos momentos mais difíceis, o Benfica reage como se aquilo que ainda não se concretizou fosse jà uma realidade. Para dizer por outras palavras, no ano passado já eramos campeões em Março, este ano jà eramos campeões em Abril. Resultado : quem festejou em Maio foi o Porto e este ano a coisa muito provavelmente vai repetir-se. Que os adeptos pensem que o titulo jà esteja assegurado, isso é legitimo. Um adepto por norma està no campo da emoção, do 8 ou 80. Que a propria estrutura reaja da mesma forma isso é muito grave. Temos um presidente que fala sempre no momento em que devia ficar calado - coincidência que a consequência do facto de ele falar seja a quebra nos resultados? - e uma equipa técnica e jogadores que festejam uma vitoria na Madeira como se tivessem garantido o campeonato. Se no Porto há competência, trabalho e assim espírito de vencedores, no Benfica o que temos mostrado é incompetência, muita garganta e espírito pequenino. Neste contexto, o Porto irá muito provavelmente ser campeão este ano e se assim for merecerá com todas as letras o titulo. Num dos anos em que o campeonato foi mais equilibrado, a diferença seria feita nos níveis de competência de cada equipa. A uma jornada do fim, o Porto provou ser, mais uma vez, a equipa mais competente.
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O Benfica do Jesus já teve vários momentos para provar que é uma equipa vencedora. Em 2009-2010 teve a hipótese de se sagrar campeão no Dragão. Em 2010-2011 teve a hipótese de eliminar um grande Porto nas meias-finais da Taça e de salvar o seu orgulho não os deixando ser campeões na Luz. No ano passado teve a hipótese de dar um passo importante para o titulo em casa contra o Porto. Este ano teve a hipótese de ser campeão no Dragão. Em todas estas ocasiões o Benfica falhou e o Porto não. Por estas razões o Porto continua a ser o melhor clube português (meus caros, não é heresia nenhuma dizer esta frase, pelo contrário, reconquistar o nosso lugar passa por ter em conta o principio de realidade). E por todas estas razões a final da Liga Europa é essencial! Seria o momento simbólico, a referência que nos falta para podermos começar a alimentar o nosso espírito vencedor que anda desaparecido desde 94. Para que isso se torne realidade os jogadores referência do Benfica têm um papel muito importante a realizar até à hora do jogo. Luisão, Aimar ou ainda Cardozo têm que dizer aos outros que se trata de uma final europeia, que aqui, a este nível, muitas vezes quem ganha nem é o melhor, mas quem tem mais espírito de sacrifício, quem é mais forte psicologicamente. Trata-se de um momento importante para os jogadores do Benfica pois podem provar que merecem mais do que uma simples Taça de Portugal (se a ganharem!). Mas sobretudo é, para mim, a ultima hipótese que o Jesus tem para provar que merece o lugar que ocupa : o de treinador do Sport Lisboa e Benfica.

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