A quarta maior ponte basculante do mundo precisa de uma peça que tem de ser fabricada propositadamente
A circulação automóvel e pedonal na ponte móvel do porto de Leixões continuará interrompida durante pelo menos “um ou 2 meses”, na sequência da avaria registada na quarta-feira de manhã, disse à Lusa o presidente da administração portuária.
Segundo o presidente da Administração dos Portos do Douro e Leixões (APDL), Brogueira Dias, a vistoria entretanto efectuada revelou que uma das rótulas que integra o complexo sistema de elevação da ponte “não está a funcionar em pleno” e terá que ser substituída.
Contudo, e dado o muito limitado número de pontes móveis deste tipo, a peça não está disponível no mercado, pelo que terá que ser propositadamente fabricada.
A ponte móvel de Leixões, que assegura a ligação para veículos e peões entre Matosinhos e Leça da Palmeira, foi construída em 2007 em substituição da anterior, com um custo de 12,8 milhões de euros comparticipados em 45% por fundos europeus.
Entretanto, e para tentar minimizar o tempo de imobilização da ponte, a APDL está “a estudar se há disponibilidade de alguma unidade que possa ser adquirida com carácter de urgência”, admitindo que exista uma rótula semelhante nos EUA, que não obedece a “todos os certificados” impostos, mas poderá “permitir uma operacionalização mais rápida da ponte, enquanto se espera pela solução definitiva”.
Contudo, e mesmo vindo a confirmar-se esta possibilidade, Brogueira Dias adverte que “nunca se conseguirá pôr a ponte – a quarta maior ponte basculante do mundo – operacional em menos de um ou 2 meses”.
É que, explicou, a peça em questão poderá chegar dos EUA “dentro de 8 a 15 dias”, mas a sua colocação exige que a ponte seja “imobilizada e sustentada”, num “processo muito complexo e demorado” dado o elevado peso da estrutura e os meios envolvidos.
A avaria na ponte móvel de Leixões manifestou-se pelas 8h30 de quarta-feira, após a elevação do tabuleiro da estrutura para permitir a passagem de um navio.
Salientando que, no âmbito de um acordo entre a APDL e o Instituto de Engenharia Mecânica e Gestão Industrial (Inegi), o funcionamento da ponte e dos seus sistemas hidráulicos e “mais sofisticados” tem vindo a ser permanentemente acompanhado, Brogueira Dias considerou ser “daquelas avarias totalmente imprevistas”.
Até porque, disse, “não havia nenhum histórico desta avaria em pontes idênticas”.
Segundo o administrador da APDL, durante todo o período de encerramento da circulação na ponte será assegurado 24 horas por dia um transporte gratuito de passageiros por autocarro, entre Matosinhos e Leça, através da A28.
Única alternativa viável à ponte móvel na travessia entre Matosinhos e Leça – recentemente agregadas numa única freguesia – a ponte de Leça da A28 está actualmente em obras de repavimentação, o que tem complicado bastante o trânsito naquela zona.
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