No mês de Outubro passado, assistimos à homenagem de dois figurões "públicos" que, podemos afirmá-lo com toda a propriedade, tiveram responsabilidades muito directas e violentas na asfixia social em que vivemos.
Por um lado, lá na serra, pertinho o céu, a Câmara Municipal da Covilhã decidiu homenagear o coveiro socialista José Sócrates em “merecido e singelo” reconhecimento pelo trabalho (!!!???) desenvolvido “a favor da cidade”.
O engenheiro (?) técnico, antigo funcionário da edilidade serrana nos anos 80, é o fulano que fugiu para França, para, numa gaiola dourada "trabalhar" na sua tese de mestrado sobre o lema da "tortura", quiçá alicerçada na sua própria actuação no seu governo socialista, nomeadamente na tortura para os desempregados (a taxa de desemprego triplicou sob a sua governação) que deixou sem subsídio perto de 60% dessas vítimas, que retirou bolsas a 20% dos estudantes, que abateu o abono de família a cerca de 600 mil crianças, que ajudou à desertificação do interior através da introdução das famosas SCUT's e do encerramento de escolas, maternidades e centros de saúde...
Espantoso!
Não refeito do espanto e indignação, eis que, na mesmíssima cidade (que agora já faz parte da chacota nacional), a novel Universidade da Beira Interior (UBI) decide conceder um Doutoramento Honoris Causa a Zeinal Bava, o coveiro que foi decisivo a desfazer em pó a Portugal Telecom, recebendo nessa sua gestão harmoniosa uns 50 milhões, entre remunerações e prémios, para além dos recentes 5,4 milhões de indemnização da Oi em nome não se percebe de quê...
Que imbecis estes serranos...
Nem de propósito, desabafava esta ignomínia com o Paulo Montes, meu amigo de mestrado, e eis que ele me chamou a atenção para outro acontecimento extraordinário, ocorrido em Julho de 2013, também por iniciativa de uma entidade de ensino superior público, no caso o lisboeta e saloio ISEG, que homenageara da mesma forma Ricardo Salgado, na altura designado como “um exemplo de liderança (...), que tem as relações nacionais e internacionais certas, fazendo delas a gestão sensata, zelando pelo activo mais preciso da actividade bancária: a confiança”, com as “qualidades de liderança em tranquilidade, (…) de decisão em serenidade” (palavras do padrinho banqueiro).
Continuo de boca escancarada...
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