Kosta de Alhabaite

Nortenho, do Condado Portucalense

Se em 1628 os Portuenses foram os primeiros a revoltar-se contra o domínio dos Filipes, está na hora de nos levantarmos de novo, agora contra a corrupçao, o centralismo e colonialismo lisboeta!

Ainda temos portugueses esclarecidos



Esta é a interrogação que os eleitores, em 2015, colocarão quando, antes de votarem para a nova legislatura, se confrontarem com a atitude que o PS obstinadamente continua a defender, colocando a sua visão estatizante acima dos interesses nacionais.
A reacção do PS ao discurso do Presidente é um mau prenúncio do beco sem saída ideológico em que o PS se está a meter. E as propostas ditirâmbicas que apresentou no seu Congresso também não ajudam nada.

Basta ter bom senso. Vejamos o que disse o Presidente :
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Dentro de dias completam-se dois anos sobre a data em que o Governo português,perante a iminência de colapso do financiamento do Estado e da economia, se viu na contingência de reconhecer o inadiável. O Governo de então teve de solicitar o auxílio externo da Comissão Europeia, do Fundo Monetário Internacional e do Banco Central Europeu, instituições perante as quais se comprometeu através de um exigente programa de assistência financeira que contou com o apoio de um amplo espectro partidário.
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Mas, sem dúvida, o aspecto que mais deve ser realçado destes dois anos muito difíceis é o sentido de responsabilidade revelado pelos Portugueses. O nosso povo foi confrontado com grandes sacrifícios e duras exigências e deu mostras da sua maturidade cívica, consolidada ao fim de quatro décadas de democracia. Não perdemos a identificação com os valores da democracia nem abandonámos o espírito de coesão nacional que sempre nos caracterizou.
Ao dramatismo de várias situações de carência, os Portugueses têm respondido com um exemplar trabalho de entreajuda e com uma extraordinária solidariedade.
Os consensos políticos e sociais alcançados contribuem para vencer os desafios que Portugal enfrenta e também para o modo positivo como os credores e os mercados avaliam a execução do Programa de Assistência Financeira
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Os nossos agentes políticos, económicos e sociais têm de estar conscientes que deverão actuar num horizonte temporal mais amplo do que aquele que resulta dos calendários eleitorais.
Sejam quais forem esses calendários, sejam quais forem os resultados das eleições, o futuro de Portugal implica uma estratégia de médio prazo que tenha em atenção os grandes desafios que iremos enfrentar mesmo depois de concluído o Programa de Assistência Financeira em vigor.
Nessa altura, o País tem de estar em condições estruturais de credibilidade e governabilidade capazes de garantir a confiança das instituições da União Europeia e dos mercados financeiros, pelo que, no plano político, é imperioso preservar a capacidade de gerar consensos em torno do caminho a seguir para alcançar os grandes objectivos nacionais.
Se se persistir numa visão imediatista, se prevalecer uma lógica de crispação política em torno de questões que pouco dizem aos Portugueses, de nada valerá ganhar ou perder eleições, de nada valerá integrar o Governo ou estar na Oposição.
É essencial que, de uma vez por todas, se compreenda que a conflitualidade permanente e a ausência de consensos irão penalizar os próprios agentes políticos mas, acima de tudo, irão afectar gravemente o interesse nacional, agravando a situação dos que não têm emprego ou dos que foram lesados nos seus rendimentos, e comprometendo, por muitos e muitos anos, o futuro das novas gerações.
É indiscutível que se instalou na sociedade portuguesa uma «fadiga de austeridade», associada à incerteza sobre se os sacrifícios feitos são suficientes e, mais do que isso, se estão a valer a pena. Estas são interrogações legítimas, que todos têm o direito de colocar. Mas, do mesmo modo que não se pode negar o facto de os Portugueses estarem cansados de austeridade, não se deve explorar politicamente a ansiedade e a inquietação dos nossos concidadãos.
Reafirmo a minha profunda convicção de que Portugal não está em condições de juntar uma grave crise política à crise económica e social em que está mergulhado. Regrediríamos para uma situação pior do que aquela em que nos encontramos.
Em nome dos Portugueses, é essencial alcançar um consenso político alargado que garanta que, quaisquer que sejam as concepções político-ideológicas, quaisquer que sejam os partidos que se encontrem no Governo, o País, depois de encerrado o actual ciclo do programa de ajustamento, adoptará políticas compatíveis com as regras fixadas no Tratado Orçamental que Portugal subscreveu.

Não compreender que o momento grave que atravessamos exige um grande consenso nacional a longo prazo sobre os principais objectivos estruturantes económicos e financeiros do país é irresponsável e suicida. Todos compreendemos que o PS, dilacerado entre o projecto de poder pessoal de Sócrates e o radicalismo de Mário Soares, tem dificuldade em assumir definitivamente a sua matriz europeia ( e também compreendemos que o PS, tem medo de, se não radicalizar a sua posição, temer perder votos para a sua extrema-esquerda ).
O que não compreendemos é que o PS persista a continuar com a cabeça enfiada na areia e não perceba que os problemas que vivemos não são da troika, os problemas económicos e financeiros estão cá dentro de Portugal, atingem-nos todos os dias e não desaparecem por artes de demagogia. Não se resolvem com slogans de “rigor e sacrifícios” destinados aos contribuintes portugueses, antes pelo contrário, resolvem-se com medidas concretas que terão de diminuir o Estado sobredimensionado, o verdadeiro cancro do défice orçamental português, que levou à asfixia das famílias e das empresas portuguesas

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