Essa coisa a que apelidam de "Acordo Ortográfico" é, no meu ponto de vista, uma aberração, um atestado de insanidade linguistico-cultural por parte de um grupo de políticos (iletrados!) que querem impor algo impossível. Pois bem, amanhã, 28, "a Assembleia da República vai discutir a "Petição pela desvinculação de Portugal do Acordo Ortográfico de 1990". O qual era suposto ter entrado em vigor a 1 de Janeiro de 1994. Mas calma, ainda só passaram 10 anos. E se tudo não piorar nunca chegará a vigorar.
Não nos antecipemos porém. Primeiro faça-se uma declaração de interesses. Assim:
1) Apesar de não ser membro do Parlamento, também quero ser parte dessa discussão. Porque a Língua Portuguesa não é do Estado. Nem sequer só de Portugal.
2) Não sou nem pretendo ser imparcial nesta questão. Como sabe quem me lê, recuso-me a escrever segundo as pretensões da pretensa ortografia pretensamente nova.
3) Fui um dos primeiros subscritores contra o assim chamado “Acordo Ortográfico “ e editei mais do que um livro contra o dito cujo.
Entre 1712 e1720 foi publicado o primeiro grande inventário da nossa Língua (o monumental “Vocabulário portuguez e latino”, de Rafael Bluteau). De então para cá tivemos, nomeadamente, a 1ª reforma ortográfica de 1911 e o 1° Acordo Ortográfico entre Brasil e Portugal em 1931. Mas a língua é uma realidade dinâmica, pelo que a fixação das regras da sua sintaxe e da sua ortografia incumbe aos filólogos, às universidades e às academias. Já a fonética, o léxico e a semântica são aquilo que em cada momento os seus falantes decidirem." (Paulo Teixeira Pinto, in Jornal Público)
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