A CHUVA CANTA LÁ FORA
(17 de Março de 2015)
A chuva canta lá fora,
faz regatos no jardim
e a saudade não demora…
escorrem de mim como gotas
as memórias que se soltam
e humedecem os sentidos…
melodias de outros dias
chuvas finas, ventanias,
saraivadas, vendavais
flores molhadas,
desfolhadas no regaço
com risadas cristalinas
que eu soltava do meu peito,
caladas no teu abraço,
sufocadas no teu beijo…
mas hoje não é o tempo
da saudade navegar
porque a chuva
cai diferente
e é inútil recordar…
não bate tão levemente
nem me põe a saltitar
pelas poças na calçada
com a graça que então tinha,
a menina que sorvia
do fresco aroma que vinha
do jardim da sua casa
ao esperar por ti, vibrante
em dias de chuva assim
(Rosário)
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