Kosta de Alhabaite

Nortenho, do Condado Portucalense

Se em 1628 os Portuenses foram os primeiros a revoltar-se contra o domínio dos Filipes, está na hora de nos levantarmos de novo, agora contra a corrupçao, o centralismo e colonialismo lisboeta!

O não-senso do Porto ficar desTAPado

Mal não fazia aos dirigentes TAPados aprenderem um pouco mais com o edil portuense e saciarem-se com o seu influente poder de concisão e de decisão, de precisão e de visão, de provisão e de cosmovisão.

“A minha cidade preferida.
É o Porto. Tem umas características muito particulares, muito suas. Ou melhor, tinha. Estão agora a fazer força para tirá-las, ao contrário do que se faz lá fora. Mesmo às cidades que foram arrasadas pela guerra, como Varsóvia, na Polónia, que foi refeita tal qual era antes. O mesmo aconteceu em Berlim” (Manoel de Oliveira, em 2008).

A disputa aberta entre a capital do país e a capital do Norte é de uma rivalidade desanexa e desconexa, numa frivolidade criada e procriada pela TAP e o seu umbigo lisboeta. A TAP só pode estar com algum tipo de amnésia, e grave, ao esquecer-se do significado da sua sigla: «Transportes Aéreos Portugueses». Se assim é, que assim seja! Por isso, não faz qualquer sentido ela querer desmarcar-se do Porto, como se o Porto não fosse Portugal nem tivesse uma palavra a dizer. Aliás, o Porto é muito Portugal e é antes Portugal do que Lisboa. Assim reza a História, assim se faça memória…

Também não faz sentido algum a companhia querer desTAPar impetuosamente a cidade – do Infante D. Henrique e de Nasoni, de D. Hugo e de D. António, de Garrett e de Ramalho Ortigão, de Eugénio e de Nobre, de Pina e de Graça Moura, de Guilhermina Suggia e de Manoel de Oliveira, de Agustina e de Miguel Veiga, de Siza e de Sobrinho Simões, de Belmiro e de Amorim e de Soares dos Santos, e de outros tantos – por se sentir beliscada por ter defronte e em confronto um verdadeiro Senhor à altura nas lides do Porto (como que de uma nação), uma edilidade e individualidade convicta! E convicta na sua personalidade e convicta pela e com a cidade Invicta. Rui Moreira muito bem sabe o que diz, muito bem sabe o que faz, muito bem sabe o que quer e o que quer fazer – não para si, mas para o município que defende, num apologismo absoluto de cumprir os seus objetivos para os quais foi mandatado pelos cidadãos. Tem-no, meritoriamente, conseguido. E nesta finalidade, apenas não importa defender os interesses do Porto, mas da região que querem desprovir de ligações aéreas…

De toda uma região que se une, porque realmente está (re)unida em torno desta matéria, dado o erro crasso que Lisboa está a cometer – TAP e mesmo este Governo, ao não assumir um outro tipo de atitude e responsabilidade enquanto detentor de 50% da empresa! Isto só revela e desvela – da TAP “no on top”, face à inquietude e irritação epidérmica lá para baixo –, um carácter de mesquinhez, saloiice, egoísmo, inveja e irresponsabilidade. Ponto. E nós, portuenses de alma e coração, de garra e afeição, lutamos (por devoção, sem fricção nem aflição) pelo que é nosso, tão nosso. Porto ponto. E se há algo de que aqui também se lima e é preliminar neste processo, esse algo é o carácter. Valor determinado e determinante que, a par da abnegação e compaixão, não falta ao nosso senhor presidente Rui Moreira, a quem mais uma vez tiro o chapéu e o aplaudo gostosamente de pé. Ou o «carácter» não fosse o alfa e ómega do livro da sua autoria: «Uma questão de carácter» (de 2009)!

Já há sete anos que a figura pública Rui Moreira, já antes e desde então comentador e pensador expressivo e assertivo, escrevia nessa sua obra: “A verdade é que, apesar do crescimento que se tem verificado no número de turistas, para o que muito contribui o aeroporto e as companhias aéreas ‘Low Cost’, a cidade ainda não tirou todo o partido destes seus activos, porque não tem uma política coerente de promoção. Infelizmente, nem sequer pode contar com os bons ofícios do Ministério da Economia, que sempre promoveu Lisboa, o Algarve e, a contragosto, a Madeira, e que tem vindo a colocar a promoção internacional do Porto e do Vale do Douro ao nível dos cromeleques e menires do Alto Alentejo” (p. 126).

Mal não fazia aos dirigentes TAPados aprenderem um pouco mais com o edil portuense e saciarem-se com o seu influente poder de concisão e de decisão, de precisão e de visão, de provisão e de cosmovisão. Ahh! Esses, permitam-me chamar-lhes TAPados (= gostam de vendas: venda nos olhos e venda alheia do que é nosso, como o Porto, que deu nome a Portugal), pois mais parecem estar entalados e enlatados a um preconceito fixo sem o perfeito juízo. Isso, sim, gera prejuízo da/na TAP e, não, o corte de voos no aeroporto Francisco de Sá Carneiro! E com este gerar a TAP ainda não percebeu que está a degenerar… A TAP só pode estar equivocada e desconvocada do seu suposto país de eleição e que lhe deu origem e concepção.

Além do mais, a TAP só tinha e tem de ter mais respeito pelo concelho do Porto! Porque quando a TAP estava a nascer há 71 anos, o Porto – cidade dama e senhoril – na altura já vivia no alto dos seus anos milenares, outrora como capital do Condado Portucalense e, doravante – com todo o reino de Portugal conquistado –, sempre como segunda maior cidade e distrito do país, embora – em muitos aspectos – a primeira. Portanto, que me/nos interessa que a TAP tenha 84 destinos em 35 países se não tem consigo um dos principais destinos turísticos e atractivos do mundo, na actualidade?! Nada, rigorosamente nada! E lamento, sinceramente que lamento, por a TAP não estar a ser realmente TAP e não querer ser os TAP. Não se esqueça ela também que o Porto é “a cidade mais importante da altamente industrializada zona litoral da região Norte”, onde está sediada a AEP e “a única região portuguesa que exporta mais do que importa” (cf. Wikipedia)!

Querem “tapar-nos o sol com a peneira”, mas não conseguem: os avolumados prejuízos que a TAP possui não são de agora, mas vêm muito de trás, e não são provenientes das rotas a partir do Porto e com o Porto, todavia de outros destinos. Essa má gestão da TAP em não saber governar-se, em querer dar passos gritantemente maiores do que as pernas, está bem patente neste percalço que fez eclodir e explodir no aeroporto do Porto e da região Norte, como forma de se tentar vitimizar e desculpabilizar, de escamotear a verdade – não ambicionamos uma inverdade, porém essa única verdade que não querem admitir! Pelo contrário, é mais fácil, e mesmo anormal, demitir a TAP do Porto…

Já para não referir o quão de descabido, essa empresa que se diz TAP, preferir Vigo ao Porto… Note-se bem, Vigo, cidade de outro país que não Portugal e directamente concorrente, por ser aquela mais próxima, a norte, provida de aeroporto. Há aqui um jogo de interesses enredado e entremeado, e que é bem tramado, que não dá para perceber, muito menos para conceber de concórdia e concordância.
E não posso deixar de voar aqui mais umas rimas qualificantes à infantilidade descabida da TAP, tais como: delambida, enxabida, tábida, túrbida e sucumbida. Como tal, só deveria ser proibida de atuar assim, pelo código de ética que se supõe ter e pelo Governo a quem se impõe um converter da situação, sem se descomprometer.

Ó TAP, se portentosamente queres a humanidade, então fica com o Porto – esse Mundo de portos e Porto de mundos. Se queres apenas uma pequena parte dela, então ó TAP, fica lá e só com a tua Portela.

Senhor presidente Dr. Rui Moreira, meu caríssimo e estimado amigo, advogo-lhe aqui que não fique deveras incomodado com a reação e má opinião de jornalistas e colunistas da capital e do poder central, que estes não lhe tirem o sono. Eles não merecem tal. Contudo, sinta-se reforçado e apreciado com o enorme e vasto apoio do Norte, que não só do Porto, e a comunicação social que o integra, bem como os seus agentes. Estes é que lhe dão o bom tento e alento, para além do seu ótimo e infindável carácter, para preservar e perseverar firme e vigoroso nesta batalha que, enfim, tem de ser travada.
E confie que, de uma forma ou de outra, sairemos sempre vitoriosos, ou não estivesse connosco – e do nosso lado – a fé e a razão, o sentimento e o pensamento, a coerência e a inteligência, a capacidade e a compacidade, a paciência e a consciência e, com tudo mais, a verdade e a vontade! Um desmedido Bem-haja, prezado presidente!

Ou não fossemos – ontem, hoje e amanhã, pelos séculos dos séculos – a infinita liberdade e a “Antiga, Mui Nobre, Sempre Leal e Invicta Cidade do Porto”! [André Rubin Rangel, aqui]

0 comentários: