José FERREIRA BORGES, Político e Advogado, natural da Freguesia da Vitória (Porto), a 06-06-1786, e faleceu a 14-11-1838. Filho de José Ferreira Borges, abastado comerciante e armador de navios daquela cidade, e de Ana Margarida de Jesus Santos.
Em 1801, após submissão a exames no Colégio dos Nobres, matriculou-se na Universidade de Coimbra e obteve o grau de Licenciado em Cânones em 1806.

Desde cedo adquiriu reputação como Advogado, principalmente devido aos seus conhecimentos na área do Direito Comercial.
- Em 1809 foi nomeado, pelo Marechal Soult, auditor junto do ordenador-chefe do Exército e, em 1811, apesar da reacção contra os chamados jacobinos e de conhecidas as suas ideias liberais, o Governo indicou-o para ocupar o cargo de Advogado da Relação do Porto.
Com Manuel Fernandes Tomás, José da Silva Carvalho e João Ferreira Viana, foi um dos fundadores do Sinédrio, que levaria à revolução liberal de 24-08-1820. Viveu alguns anos refugiado na Inglaterra.
Passou depois a exercer os lugares de Secretário da Companhia de Agricultura dos Vinhos do Alto Douro e de síndico da Câmara Municipal do Porto. No desempenho desta última função, na altura do pronunciamento de 24 de Agosto de 1820, coube-lhe redigir a acta da Vereação e de nomeação da Junta Provisional do Governo Supremo do Reino, ficando como Secretário com direito a voto.
Dedicou-se também à poesia, utilizando o pseudónimo de Josino Duriense.
- Em 27 de Outubro de 1820 foi nomeado, juntamente com Silva Carvalho, para auxiliar Fernandes Tomás, então encarregado dos Negócios da Fazenda e do Reino, e para membro da Junta Preparatória das Cortes.
Eleito Deputado às Cortes Constituintes, pela Província do Minho, foi membro das Comissões do Comércio, Fazenda e Marinha, e desempenhou funções de terceiro-secretário. Fazia então parte da ala mais radical, defendendo princípios como os da Câmara única e da existência de um Conselho de Estado proposto pelas Cortes, opondo-se ao veto absoluto e aprovando a perda da nacionalidade portuguesa e expulsão do Reino para os que recusassem a jurar a Constituição.
As Cortes encarregaram-no, em 06 de Julho de 1821, de redigir um Código Comercial. Pertenceu à Loja Maçónica 24 de Agosto, fundada em Lisboa em 1821, na qual exerceu o cargo de Venerável, utilizando como nome simbólico Viriato. No ao seguinte, fez também parte da Sociedade Patriótica Portuense e da Sociedade Literária Patriótica.
Apesar de não ter sido reeleito para as Cortes ordinárias em 1822, o seu prestígio não diminuiu, pois, no ano seguinte, foi nomeado membro da comissão encarregada da reforma das Alfândegas (13-02-1823) e um dos escolhidos pelo rei, por proposta das Cortes, para o cargo de Conselheiro de Estado (06-03-1823). Após a Vilafrancada decidiu emigrar para Londres.
Entre 1825 e 1826, redigiu em Londres O Correio Interceptado, publicação constituída por um conjunto de cartas em que analisava os acontecimentos políticos em Portugal, e nas quais começava já a demonstrar o seu afastamento das posições radicais que assumira antes, criticando, em alguns aspectos, a Constituição de 1822.
Durante este período do seu exílio dedicou-se à preparação do seu projecto de Código Comercial, e publicou alguns estudos sobre matérias jurídicas e económicas.
Em Fevereiro de 1827, sob a vigência da Carta Constitucional, regressou a Portugal dedicando-se à Advocacia e evitando envolver-se em actividades políticas.O advento do miguelismo forçou-o a nova emigração, após uma gorada tentativa revolucionária, em 09 de Janeiro de 1829, em que terá tomado parte. Durante o exílio, retornou ao jornalismo político: colaborou, em 1829, com Garrett e Paulo Midosi, em O Chaveco Liberal, e no ano seguinte fundava O Palimuro. Torna-se então evidente a sua opção por um liberalismo moderado, embora distante da corrente conservadora encabeçada por Palmela

Outras obras: “Instituições de Direito Cambial Português” (1825), “Do Banco de Lisboa” (1827), “Jurisprudência do Contrato Mercantil” (1830), “Instituições de Medicina Forense” (1832), e “Código Comercial Português” (1833).
O seu nome faz parte da Toponímia de: Alenquer (Freguesia de Cadafais), Almada (Freguesia da Charneca de Caparica), Amadora, Coimbra, Lisboa (Freguesia de Santa Isabel e Santo Condestável, Edital de 30-08-1880), Odivelas (Freguesias de Famões e Pontinha), Porto.
Fonte. “Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira” (Volume 11, Pág. 182, 183 e 184)
Fonte: “Dicionário Biográfico Parlamentar, 1834-1910”, (Vol I, de A-C), Coordenação de Maria Filomena Mónica, Colecção Parlamento” (Pág. 405, 406 e 407).
Fonte: “História da Maçonaria em Portugal, Política e Maçonaria 1820-1869”, (A.H. Oliveira Marques, Editorial Presença, III Voluma, 2ª parte, 1997, Pág. 496).
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