Kosta de Alhabaite

Nortenho, do Condado Portucalense

Se em 1628 os Portuenses foram os primeiros a revoltar-se contra o domínio dos Filipes, está na hora de nos levantarmos de novo, agora contra a corrupçao, o centralismo e colonialismo lisboeta!

Do Ártico ao Pacífico: um "alerta vermelho" para todo o planeta

As previsões do IPCC são negras independentemente de o cenário ser mais optimista, com um aquecimento global de apenas 1,5ºC referente à segunda metade do século XIX, ou mais pessimista, de 4ºC.

As alterações climáticas já estão a atingir todas as regiões habitadas do mundo, com a influência humana a contribuir para muitas das mudanças observadas ao nível dos fenómenos meteorológicos extremos, alerta o relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, em inglês). Mais ondas de calor, precipitação intensa ou o aumento das inundações costeiras vão passar a ser mais frequentes. O relatório é um "alerta vermelho", avisou o secretário-geral da ONU, António Guterres.

"As mudanças climáticas já estão a afectar todas as regiões da Terra de múltiplas formas. As mudanças que estamos a experienciar vão aumentar com o aumento do aquecimento global", alertou o co-presidente do grupo de trabalho do IPCC, Panmao Zhai. O aquecimento é global, mas as diferentes zonas do planeta vão ser afectadas de diferentes formas. O IPCC inclui resumos regionais do que se pode esperar independentemente do cenário ser mais optimista, de 1,5ºC de aquecimento global em relação à segunda metade do século XIX, ou mais pessimista, de 4ºC.

Europa

Independentemente do valor do aquecimento global, no continente europeu as temperaturas vão subir mais. A frequência das ondas de calor vai aumentar (e a das ondas de frio vai cair), sendo que se o aquecimento for superior a 2ºC, níveis críticos de temperaturas para os seres humanos ou os ecossistemas podem ser alcançados. No Inverno espera-se maior precipitação no norte da Europa, mas no Verão deve chover menos na zona do Mediterrâneo (que inclui Portugal), que é a única região que deverá sofrer menos com cenários de precipitação extrema e inundações.

O nível das águas vai subir em toda a Europa, excepto no mar Báltico, assistindo-se a um recuo das costas arenosas ao longo do século. Inundações costeiras serão mais frequentes e intensas. No Mediterrâneo, espera-se um aumento das secas, da aridez e das condições meteorológicas ideais para a propagação de incêndios florestais (Grécia e Turquia, que têm estado a arder, fazem parte desta zona) com um aquecimento de 2ºC ou superior até meados do século. Na Europa Central, cenários como o das inundações que causaram mais de 200 mortos na Alemanha e na Bélgica vão tornar-se mais comuns.

América

O ano passado foi de recordes de número de furacões no Atlântico Norte (houve 14, metade deles de categoria 3 ou superior) e as previsões do IPCC apontam para um aumento destes fenómenos (e da sua gravidade). O nível das águas também deve aumentar de norte a sul (a um nível menor no Pacífico Sul), assim como as ondas de calor marítimas (intensidade e duração).

Na região mais a norte, as temperaturas vão aumentar muito, particularmente no Inverno. Nos EUA, na zona central e na costa leste, prevê-se o aumento de episódios de precipitação elevada e inundações pluviais, sendo que na América Central e Caraíbas haverá menor precipitação e mais secas. No sul do continente, o degelo na cordilheira dos Andes deve continuar, causando inundações nas regiões próximas, enquanto no nordeste do Brasil e no Chile se preveem períodos de seca mais prolongados. Na Amazónia, o número de dias por ano com a temperatura máxima superior a 35ºC poderá ser superior a 150 no final do século no cenário de aquecimento mais extremo, mas ainda assim chegar aos 60 dias no mais animador.

África

O aumento da temperatura superficial tem sido geralmente mais rápido em África do que na média global, e também o nível das águas tem aumentado nas últimas três décadas acima da média registada no resto do mundo. Um cenário que deverá manter-se neste século. A precipitação deverá também aumentar em todas as regiões, sendo que os especialistas alertam que tanto no caso de África como na América do Sul e nas ilhas do Pacífico a falta de dados pode ter um impacto nas análises.

Na costa leste, desde o Quénia até ao sul de Moçambique, há previsão do aumento da velocidade do vento dos ciclones, assim como da precipitação, prevendo-se mais casos de tempestades de categoria 4 ou 5 (o Idai, que causou mais de mil mortes em 2019, era 4).

Ásia

O Sudeste Asiático é uma das regiões onde o aquecimento global deverá ser inferior à média global, esperando-se contudo mais inundações no delta do Mekong. Mais a norte, os episódios de precipitação elevada (como aqueles que causaram já este ano inundações na província chinesa de Henan) devem aumentar, provocando mais deslizamentos de terras nas regiões montanhosas.

Na região de Índia, Paquistão e Bangladesh, são previstas ondas de calor mais intensas e calor húmido, com o aumento da precipitação durante as monções. A norte, na Rússia, assiste-se ao descongelamento do permafrost, sendo que a temporada de neve é cada vez menor. O aumento da precipitação tem causado mais inundações, sendo previsto até meados do século o duplicar das descargas dos rios na Sibéria, por exemplo.

Oceânia

Na Austrália, no último século, a temperatura subiu 1,4ºC, com o aumento das ondas de calor que devem continuar para o futuro. Desde a década de 1950, que a época dos fogos é mais longa, com o aumento dos dias com condições meteorológicas perfeitas para os incêndios florestais. A intensidade, a frequência e a duração destas condições deverá aumentar. O mesmo na Nova Zelândia, onde a situação é só ligeiramente melhor.

(daqui)


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