Kosta de Alhabaite

Nortenho, do Condado Portucalense

Se em 1628 os Portuenses foram os primeiros a revoltar-se contra o domínio dos Filipes, está na hora de nos levantarmos de novo, agora contra a corrupçao, o centralismo e colonialismo lisboeta!

Rochoso, Gelado e a 20 Mil Anos/Luz

Na imagem: representação artística do novo planeta (ESO)



Astrónomos descobriram um planeta extra-solar mais parecido com a Terra do que qualquer outro até agora descoberto. É possível afirmar-se isto porque, até agora, só tínhamos detectado gigantes gasosos como Júpiter. Este é diferente: tem uma massa cerca de cinco vezes maior do que a Terra e, tal como o nosso planeta, uma superfície rochosa.

Mas as semelhanças acabam aqui. O planeta orbita uma estrela anã vermelha uma vez em cada dez anos. Esta estrela tem 5 vezes menos massa do que o Sol e é muito mais fria. Tendo isto em conta, calcula-se que a temperatura na superfície do novo planeta ronde os 220 graus negativos – demasiado gelado para que a água possa existir em estado líquido. Mas os astrónomos acreditam que o planeta possa ter uma fina atmosfera, ainda que a sua superfície rochosa deva estar soterrada sob um enorme manto de gelo.


É mais correcto dizer-se que o planeta agora descoberto é mais parecido com Plutão do que com o nosso.

Também está muito mais longe: a estrela à volta da qual orbita encontra-se a 20 mil anos/luz de distância, não muito longe da região central da Via Láctea, a nossa galáxia. Se conseguíssemos construir uma nave espacial que viajasse a velocidades próximas dos 300 mil quilómetros por segundo, demoraríamos, mesmo assim, mais de 20 mil anos a chegar lá. Isto é para terem uma ideia das distâncias envolvidas. Mais extraordinário é que, dada a infinita dimensão do Universo, descobrir um planeta a 20 mil anos/luz é quase como dizer adeus ao vizinho do lado. Por exemplo, a galáxia que se encontra mais perto da nossa – a vizinha Andrómeda – fica a 2 milhões de anos/luz de distância.

Ainda não foi desta que demos com um planeta com características especiais que nos levem a acreditar que a vida extraterrestre pode ser possível. A existir, esse tipo de planeta será muito, muito difícil de detectar, e mais ainda de investigar. Seja como for, nem sequer é por causa de hipotéticos homenzinhos verdes que esta descoberta é importante. Como afirmou Uffe Gråe Jørgensen, do Instituto Niels Bohr, em Copenhaga, Dinamarca, e membro da equipa de investigação, “este é o primeiro planeta a ser descoberto cujas características parecem bater certo com as teorias de formação do Sistema Solar”.

Andamos às voltas com esta teoria há muito tempo. Temos uma ideia do que poderá ter acontecido, mas não temos forma de a demonstrar inequivocamente. De uma forma geral, aceita-se que a formação de sistemas planetários resulta da acumulação de pedaços sólidos de matéria que depois acabam por formar o núcleo dos planetas. Os cientistas chamam a esses pedaços “planetesimais”.

Estes núcleos, depois de formados, podem acretar gás da nebulosa que os rodeia dando origem a gigantes gasosos como Júpiter, desde que a massa desses núcleos cumpra os “mínimos olímpicos”. Caso contrário, são rochosos.

Segundo este modelo, em órbita de estrelas anãs vermelhas, é provável a formação de planetas com massas entre a da Terra e a de Neptuno, e com órbitas que variam entre 1 a 10 vezes a distância que separa o nosso planeta do Sol (cerca de 150 milhões de quilómetros).

A presença deste novo planeta pode levar-nos a duas importantes conclusões. Primeiro: se o modelo está certo ali, é possível que bata certo no nosso Sistema Solar. Segundo: os planetas de superfície rochosa são capazes de ser mais comuns do que os gigantes gasosos.

O que nos leva outra vez à questão da vida extraterrestre. Infelizmente, ainda nos faltam umas boas centenas de milhares de anos para podermos ir bater à porta do vizinho e saber se, afinal, está alguém lá em casa.


Planet Quest: Are We Alone? European Southern Observatory O novo planeta (press release da NASA)

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