Pelos meus cálculos, já não deve faltar muito. Como é costume nesta altura do ano, todos os jornais, rádios e televisões asseguram que o Benfica já garantiu os melhores reforços deste mundo e do próximo, que já tem outra vez um treinador fantástico com métodos absolutamente infalíveis e que também já joga à bola de olhos fechados, porque com eles abertos nem sequer tem graça. Se tudo correr como é habitual, já não deve faltar quase nada para aparecer por aí aquela entrevista em que o presidente dos encarnados diz que o Benfica só não será campeão se algo de muito anormal acontecer. Tem sido assim nos últimos Verões, tão certo como mais uma série dos morangos com açúcar, tão inevitável como a nortada, tão fatal como comer antes de tomar banho. Com o FC Porto e o Sporting eclipsados pelo fulgor das promessas que irradiam da pré-temporada encarnada para as páginas dos jornais e programas de rádio, é apenas natural que os benfiquistas, e o seu presidente incluído, acreditem que desta vez é que é. Mas também já no ano passado é que era e não foi. Porque as únicas conclusões que se podem tirar das primeiras semanas de trabalho são conclusões precipitadas.
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