Lido por aí:
A prisão de José Sócrates transformou boa pare do PS num partido anti-sistema, que atacou a justiça como se de um bando de malfeitores se tratasse. Perante evidências que mereceriam, no mínimo, algum distanciamento institucional, todo o PS histórico rumou a Évora, em homenagem ao novo mártir. Costa não se envolveu demasiadamente nisto? Pois não. Mas também não impôs a barreira de higiene de segurança que se impunha. Agora, essa falta de cuidado está a cair-lhe em cima.
António Costa apresentou-se como o salvador da pátria. Erro grave de percepção: os portugueses já não acreditam em messias.
O PS julgou que convencia os portugueses de que a «austeridade» era somente uma consequência das políticas do governo do PSD/CDS e não, também, dos governos anteriores de sua responsabilidade. «O governo foi muito para além da troika», foi o mantra repetido à exaustão. Não colou.
O PS acreditou que bastaria apresentar ao país um grupo de «sábios» que jurassem pela excelência do seu programa, para conseguir o voto dos indecisos. Também não é verdade: em circunstâncias excepcionais, as pessoas parecem preferir pessoas normais como elas. E tem sido esse registo de normalidade, muito em falta no PS de António Costa, a garantir o aparente sucesso de Passos Coelho.
Promessas e mais promessas já não convencem os eleitores, sobretudo quando algumas parecem decalcadas de anteriores campanhas socialistas, cujos resultados o país testemunhou. Muitas delas, como a célebre criação de 207 mil novos empregos, desditas vinte e quatro horas depois de anunciadas.
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