Kosta de Alhabaite

Nortenho, do Condado Portucalense

Se em 1628 os Portuenses foram os primeiros a revoltar-se contra o domínio dos Filipes, está na hora de nos levantarmos de novo, agora contra a corrupçao, o centralismo e colonialismo lisboeta!

«O Tripeiro»


Acaba de sair o nº 1 de 2006, da 7ª Série-XXV ano, d’O Tripeiro, uma publicação histórica da cidade do Porto. O director é o presidente da proprietária, a Associação Comercial do Porto, Rui Moreira. A periodicidade é mensal, a tiragem não é indicada, conta com o patrocínio da Câmara Municipal do Porto e custa três euros. A revista nasceu em 1908, mas este é apenas o seu 25º ano de publicação, o que revela largos interregnos na sua produção. Aliás, a actual versão, mais moderna, foi apresentada em Setembro passado.
No editorial, assinado pelo director, escreveu-se que "depois de um ano de transição, “O Tripeiro” assume hoje a sua entidade renovada, revisitando o conceito original e o lema dos fundadores. Ninguém melhor do que Manoel de Oliveira, nascido como esta revista no Porto e em 1908, para dar início a este novo ano".
Nesta edição, o destaque vai todo para Manuel de Oliveira. Há artigos a relatar a sua colaboração com Agustina, textos de opinião – incluindo do visado - e o portofolio fotográfico: O cineasta em frente à câmara”. Outros artigos são assinados por Francisco de Almeida e Sousa – “D. Pedro V e o Porto”, António Carlos Vasconcelos – “Uma obra prima ao abandono” sobre a ponte D. Maria Pia, do falecido Eugénio de Andrade – “A cidade e a poesia”, Germano Silva – “O mosteiro que nasceu de uma promessa”, Horácio Marçal – “O brasão da cidade”, além de secções fixas como “Citações do Mês”, “Agenda” e “Efemérides”.
Numa altura em que surgem indícios de que o Porto, e a discussão do seu papel no País e, especialmente, no Norte da Península, volta a ser um tema “quente”, o regresso de uma publicação tão carismática como “O Tripeiro” não pode ser lida como inócua. Na verdade, mais do que uma revista dedicada ao Porto, é um espaço de diálogo e opinião que poderá servir como cartilha não só para a cidade, mas de toda a zona, de onde “houve nome Portugal”...
É claro que os tempos são outros, os meios de comunicação e de divulgação de opiniões e ideias multiplicaram-se, mas a imagem de marca d’O Tripeiro pode e deve ser vista como uma reserva de identidade, para todos aqueles que gostam de pensar não só o Porto, como toda a sua zona de influência.

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