Ingredientes:
Um peito de galinha
Alface
Framboesas
Nozes
Queijo de cabra
Molho de salada de framboesa
Preparação:
Grelhar o peito de galinha temperado com sal, alho e um pouco de pimenta preta.
Num prato colocar alface de qualquer tipo, nozes aos bocados, framboesas, o queijo de cabra, o peito grelhado e molho de framboesa.
Abram o link e tentem apanhar o gato!!!
1. Afinal, o Benfica não queria ir à Champions, disputando a pré-eliminatória na vaga do Vitória de Guimarães, que, por sua vez, entraria directo na vaga do FC Porto. Afinal, o que parecia não era: a apressada denúncia logo feita pelo Benfica à FPF para que esta corresse a comunicar à UEFA que uma coisa chamada Comissão Disciplinar da Liga tinha julgado o FC Porto culpado de tentativa de corrupção e este não havia recorrido; os milhares e milhares de euros gastos em advogados, jurisconsultos, especialistas internacionais, para defender a posição do Benfica na questão — uma posição em que não era parte envolvida, mas simplesmente interessada; os esforços titânicos feitos para ganhar no campo jurídico o que o clube nunca mostrou ser capaz de ganhar no terreno de jogo — tudo isso era a fingir. O Benfica não queria ir à Champions: queria apenas chatear o FC Porto. Garantiu-o Luís Filipe Viera esta semana, em entrevista a Judite de Sousa. Se o Benfica tem obtido ganho de causa junto da UEFA, o seu presidente trataria logo de abdicar do efeito prático dessa vitória, propondo aos órgãos sociais do clube que este renunciasse… a favor do V.Setúbal. Acredite quem quiser.
Eu, claro, não acredito. Se essa fosse a vontade de Vieira, deveria tê-lo dito antes do desfecho e não depois de ter falhado a usurpação tentada. Depois de perder, é facil vir dizer que nunca se quis ganhar. Mas antes é que isso teria algum valor. Conforme ouvi a muitos benfiquistas, incomodados com o assunto, o que a direcção do seu clube deveria ter feito para evitar a tristíssima figura que fez, era ter ficado simplesmente quieta e muda, à espera que a UEFA, a Liga de Clubes, a Federação e o FC Porto resolvessem o assunto, que só a eles respeitava. Assim, é preciso acreditar nas boas intenções póstumas.
E não é fácil acreditar no desportivismo desta direcção benfiquista. São os mesmos que se prestaram a ir a um jantar de propaganda eleitoral do PSD para agradecer favores políticos, relativos a dívidas fiscais e à construção do estádio; os mesmos que tentaram safar Nuno Assis com recurso a meros expedientes burocráticos, como se não existisse a questão principal, que eram as análises positivas de doping; os mesmos que «compraram» o jogo no Algarve ao Estoril-Praia, assim dando passo decisivo para serem campeões em 2005 e arrumar com o Estoril para a 2ª divisão; os mesmos que este ano se especializaram em comprar jogadores aos clubes com quem iam jogar a seguir; os mesmos que cada vez que não conseguem os resultados esperados inventam sempre desculpas de mau pagador e conspirações sombrias; os mesmos que se aliaram a Valentim Loureiro para controlar a Liga de clubes contra Sporting e FC Porto e que depois, quando o viram metido em alhadas, lavaram as mãos do assunto, como se não tivessem nada a ver com ele, com a Liga e com o tal de «sistema».
Desportivismo? Desportivismo é chegar ao fim do campeonato e dizer «eles mereceram ganhar». Já alguém ouviu algum dos actuais dirigentes do Benfica dizer isso alguma vez?
2. A direcção do Benfica, que fez desta novela na UEFA o caso do «defeso» e que nela investiu tudo, sem querer saber dos pergaminhos ou do prestígio do clube, sem sequer auscultar a vontade dos sócios, prestou um péssimo serviço ao clube e à sua história. Eles lá sabem…
E, atrás deles, entontecidos pela miragem de entrar directos na Liga milionária sem os riscos da pré -eliminatória, incapazes de resistir à tentação de empochar cinco milhões de euros caídos do céu, sem um estremecimento de pudor por querer entrar na Europa dos grandes à custa do clube que lhes enfiara 5-0 em casa no jogo em que eles poderiam ter conquistado em campo esse direito, seguiram os responsáveis do Vitória de Guimarães. Trocaram uma amizade sólida e uma simpatia antiga da parte do FC Porto e dos seus adeptos pela sedução dos milhões. E, a avaliar pelos resultados e crónicas dos jogos de pré-época percebe-se bem porquê: porque esta porta das traseiras era a única em que os responsáveis vimaraneneses confiavam para entrar onde não esperavam.
Leio por aí que o Vitória, apesar de tudo, ainda espera que o FC Porto lhe volte a emprestar o Alan, aliviados que devem estar com a declaração de Pinto da Costa de que não tem nada contra o Vitória. Pois, talvez ele não tenha, mas os adeptos, esses, garanto-vos que têm e não esquecerão tão cedo: é só esperar para ver a recepção que o Dragão lhes dispensará da próxima vez que lá forem. O Vitoria, agora, que se prepare para experimentar o que lhe reserva o futuro da sua nova amizade com o Benfica — sim, o mesmo Benfica que passou toda a segunda volta do último campeonato a insinuar que o Vitória só lhe seguia à frente por favores de arbitragem. Essa nova amizade vai agora ser celebrada no «Troféu Platini», como lhe chamou o benfiquista Silvio Cervan, e seguramente que a direcção do Vitória não deixará de ter ocasião de experimentar, a propósito do interesse benfiquista no defesa Sereno, os métodos que o Benfica costuma usar quando pretende comprar jogadores de clubes «menores» que Sua Majestade (o Belenenses ou a Académica podem-lhes fazer um briefing sobre o assunto…).
3. Se os esforços diários e incansáveis de alguns jornalistas desportivos forem coroados de êxito, Jesualdo Ferreira vai mesmo perder Ricardo Quaresma. A sua saída seria, como alguém de um clube rival já confessou, a melhor aquisição da época para o Sporting e Benfica: não há Pablo Aimar nem Rochemback que valham a saída de Quaresma do FC Porto. Por isso mesmo e inversamente, a grande alegria, a grande e anunciada aquisição que Pinto da Costa prometeu ainda apresentar aos sócios, seria… a continuação de Ricardo Quaresma.
Entretanto, Jesualdo vai-se preparando para o pior. E, a avaliar pelos quatro jogos de preparação, em que Quaresma apenas fez uma passeata, o pior é garantido. Sem Quaresma, o FC Porto perde metade da sua capacidade ofensiva e muito mais da sua capacidade criativa lá na frente. Eu sei que há ainda portistas que têm dúvidas, mas as estatísticas são o que são: nas últimas três épocas, Ricardo Quaresma respondeu, directa ou indirectamente, como autor ou como assistente, por metade dos golos da equipa. Seguramente que não é o inofensivo Mariano González quem o vai substituir; nem o Tarik, nem o Alan. O Rodriguéz, sim, esse é jogador para flanquear o jogo, embora não seja um extremo puro. Mas se, do outro lado, em lugar do Quaresma, estiver o Mariano ou o Tarik, adeus 4X3X3 de tão boa memória! Por isso mesmo, Jesualdo anda a experimentar coisas complicadíssimas (para mim, pelo menos, que não percebo nada de tácticas), tais como o 4x2x3x1 ou o 4x1x4x1. Mais uma razão para eu não perceber a lista de dispensas de Jesualdo: o Vieirinha, que tão bem se tem exibido no PAOK, não daria geito? O Ibson, que os brasileiros veneram, não merecia uma nova opurtunidade? O Leandro Lima não era uma promessa à beira da confirmação, ainda por cima com dois anos a mais? O Pittbull não é dez vezes melhor que um Mariano? Ainda há dúvidas de que o Bruno Moraes, devidamente motivado e sem lesões, pode ser um excelente ponta-de-lança, ou o Mourinho ter-se-á enganado?
Uma série de perguntas sem resposta, naufragadas num mar sul-americano de hipóteses por confirmar e suspensas da pergunta mortal: vamos mesmo perder o Quaresma?
Depois do Leandro ter cantado a morte da mãe e da avó, apresentamos hoje uma música que retrata a triste realidade das crianças raptadas. A cantora chama-se Andreynna, que na sua página oficial escreve que "desde criança demonstrava talento para a música, mas nunca ambicionou ser artista profissional". Tem como mentor "Nel Monteiro", o rei da música popular portuguesa.... Palavras para quê?
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Fonte: The Red Ferret
Fonte: G1
Em 1969, o indiano Shiv "Pappu" Charan fez uma promessa para sua namorada: assim que ele conseguisse se formar em uma escola para adultos, eles iriam se casar. Na última semana, aos 74 anos, o solteirão pegou seu boletim e descobriu que, pela 38ª vez, havia levado 'bomba'.
Apelidado pelos colegas de "o pior aluno do mundo", Pappu tirou nota suficiente para ser aprovado apenas em uma das disciplinas do curso. O 3,4 (de um total de até 10 pontos) em hindi foi seu melhor desempenho nos últimos anos. Ele tirou 1,4 em inglês, 1,7 em ciências, 2,5 em sânscrito e 0,5 em matemática. "Matemática sempre me derruba", afirma.
A depressão está de volta. O país deixou de ter razões para festejar. Já não bastava a crise e o déficit, o Sócrates e a Ferreira Leite, leva agora com esta... Segundo todos os jornais, como aliás é possível verificar, por exemplo, no Público, o Porto continua na champions. Agora resta aos 12 milhões de verdadeiros portugueses (6 das gaivotas e, espantemo-nos, outros 6 do guimarães) sofrerem esta amarga derrota e irem carpir as suas mágoas para a taça uefa. A nós, portistas, resta-nos desejar o mesmo, mas em dobro, do que eles nos desejaram! Que amiguinhos que nós somos...
O canal financiado pelos contribuintes portugueses mostra, mais uma vez, a falta de respeito pelos seus espectadores. Os iluminados da administração pública televisiva acharam que com o penumbroso programa “Contemporâneos” teria muito mais audiência e pura e simplesmente deixou de emitir a série “Conta-me como foi”. Numa palavra, vergonhoso!
Todos nós precisamos de parar de vez em quando, para descansar, silenciar, relaxar e por vezes para pensar naquilo que se deixou para trás, o que não se fez e se poderia ter feito, dos livros, filmes e imagens que não lemos, vimos ou explorámos… Esta canção é uma boa reflexão sobre os intervalos que todos nós deveríamos fazer…
O Irão ameaça «pôr Telavive em chamas» se for atacado. Se não for atacado, apenas fará Israel desaparecer do mapa.
Pinto da Costa compara o Ministério Público à PIDE, lançando insinuações (verdadeiras, diga-se) sobre uma actuação parcial e persecutória da instituição dirigida por Pinto Monteiro.
«Não estou para viver num país onde a revolução de Abril acabou com a PIDE para agora a ver substituída pelo Ministério Público»
Por estas palavras tem o MP à perna através de um processo...
"Nós hoje temos um sistema judicial que funciona voltado para si próprio, voltado para as comodidades, para os interesses, para os privilégios de quem trabalha na justiça. É preciso abri-lo à modernidade, à sociedade democrática, é preciso abri-lo aos cidadão"
O responsável pela Ordem dos Advogados teceu duras críticas a alguns magistrados que comparou com "agentes da PIDE nos últimos tempos da ditadura".
“Eles sabiam que já ninguém os respeitavam, mas também sabiam que muitos lhes tinham medo”
Marinho e Pinto referiu ainda que o "que é preciso não é tanto magistrados empanturrados de tecnicidades jurídicas" já que a muitos o "que lhe falta em maturidade sobra-lhes em autoridade" que acusou ainda os magistrados de se comportarem como os agentes da "PIDE/DGS nos últimos tempos da ditadura".
"Não há lugar para o medo numa sociedade democrática num estado de Direito" e "vivemos uma das maiores, senão a maior crise de Justiça de sempre" porque o "regime democrático não foi capaz de introduzir as mudanças" no sistema que "permaneceu imóvel" desde o Antigo Regime aos dias de hoje, passando pelo liberalismo, a I República ou o Estado Novo.
Conclusão: à semelhança de Pinto da Costa, este também vai apanhar com um processo movido pelo MP! Ou não vai?
Miguel Sousa Tavares
Não há conselheiros bons e maus, nesta palhaçada.
1. O que mais vontade de rir me dá, naquela palhaçada protagonizada pelo Conselho de Justiça da FPF, é ver como aqueles que passaram meses a tentar desacreditar o dito Conselho, antevendo decisões favoráveis ao FC Porto e Boavista, agora, confrontados com o resultado inverso, descobrem nos «seus» conselheiros homens de «coragem», que «viraram uma página no futebol português». Sinceramente, só me dá vontade de rir.
Meses a fio, explicaram-nos que o CJ estava em contra-corrente com os «novos tempos» de «moralização» e que, por isso, só devíamos confiar no Conselho de Disciplina, onde pontifica um justiceiro inquebrável, embora com um pequeno defeito visual que só o deixa enxergar a norte. Repetiram-nos até à exaustão, por exemplo, que o presidente do CJ era mais do que suspeito para decidir qualquer processo relativo ao Boavista, visto que é vereador na Câmara de Gondomar (só «esquecendo» de acrescentar que ele é vereador sim, mas… da oposição a Valentim Loureiro). Ainda a semana passada, no recurso interposto perante o Tribunal Arbitral Desportivo da UEFA, o Benfica escrevia que não valia a pena esperar pela decisão de recurso do nosso CJ porque se tratava de um órgão «sem credibilidade». Afinal, ainda as facas estavam a ser afiadas na reunião do CJ, e já o Benfica estava a salivar por uma certidão da douta «decisão» de tão insigne órgão, que lhe permitisse esgrimir mais argumentos na UEFA a favor da sua tese de que o 4º classificado no campeonato, a 23 pontos do 1º, é que merece representar o país na Champions.
2. O que se terá passado, então, para justificar tamanha cambalhota? Pois, os meandros eu não sei. Sei é que, e tal como ficou cristalinamente claro, tirando um dos conselheiros do dito CJ, que passa por pessoa isenta, todos os outros tinham votos agenciados, ou a favor da facção FC Porto/Boavista ou a favor da facção Benfica/V. Guimarães. Sabia-se que a votação final seria sempre 4-3 e sempre se partiu de princípio de que ganharia a facção portista: daí a campanha de descredibilização e intimidação do CJ. Mas aconteceu que, à boca das urnas, se descobriu que um ou dois conselheiros tinham, entretanto, «deslizado» de posição — certamente convencidos por argumentos muito fortes. Vendo-se em minoria, a facção portista tentou um golpe, que perdeu, e a facção benfiquista ripostou então com um contra-golpe. Ambos jurídica e moralmente indigentes.
A verdade é que não há conselheiros bons e maus, nesta palhaçada. Nem há argumentos de direito de vencedores ou vencidos (e a prova é que, até hoje, não conhecemos os argumentos pelos quais a maioria do CJ «deliberou» despromover de divisão um clube e contribuir para afastar outro da Liga dos Campeões: como se isso fosse um pormenor irrelevante). O que há apenas são advogados ao serviço de interesses ou paixões clubísticas, travestidos de juízes e a brincar aos heróis moralizadores e justiceiros. Razão tive para, durante anos, à revelia de toda a imprensa desportiva mas em sintonia com o Conselho Superior da Magistratura, defender que os juízes fossem afastados do futebol, pelo desprestígio que isso trazia à magistratura e à ideia de Justiça. Hoje não há juízes, há advogados dos clubes e tudo é mais claro: quem ganha as eleições nos órgãos da Liga e da Federação dita as leis e faz «justiça». Resta afastar também os magistrados do Ministério Público desta selva.
3. Se os queridos conselheiros do CJ se movessem nem que fosse por um mínimo de razões de direito, não poderiam, obviamente, ignorar o despacho de arquivamento do processo-crime contra Pinto da Costa, proferido pelo Tribunal de Instrução Criminal do Porto, no processo da «fruta» e do FC Porto-Beira-Mar — um dos dois processos que justificaram a condenação decretada pelo CD da Liga. E não poderiam ignorá-lo, porque ele se ocupa justamente dos fundamentos usados pelo CD para condenar o clube e para manter a Dr.ª Maria José Morgado na sua cruzada. E o que faz é desfazê-los, sem dó nem piedade, reduzindo-os a resíduos de lama.
Pior para os justiceiros é que, tendo sido a primeira vez que um magistrado, fora destas guerras todas, observou de perto o resultado do trabalho da Dr.ª Morgado, a coisa foi logo calhar às mãos de um juiz que é simpatizante do Sporting e da Académica e, pior ainda, é o mais respeitado juiz dos Tribunais de Instrução Criminal do Porto. (E, já agora, esclareço um argumento que ouvi a um benfiquista: o facto de um juiz estar colocado num tribunal do Porto, não significa, antes pelo contrário, que ele seja portuense e, menos ainda portista. Como toda a gente sabe, os juízes rodam por diversas comarcas ao longo da sua carreira e, quem está hoje no Porto, pode estar em Outubro em Évora ou em Lisboa. Seria como dizer que o Embaixador de Portugal em Luanda é angolano).
4. E o que disse o juiz do TIC? Disse isto:
a) que a utilização de escutas telefónicas no próprio processo-crime foi ilegal, por se tratar de crime a que não corresponde pena superior a três anos. Por maioria de razão, é ainda mais ilegal a sua utilização para fins disciplinares desportivos (ao contrário do que alguns justiceiros acham, isto de escutar as conversas privadas das pessoas não é um exercício leviano…);
b) que, mesmo assim, o facto é que sete meses de escutas telefónicas infligidas a Pinto da Costa tiveram como resultado útil apenas UMA conversa que o MP considerou suspeita;
c) que, nessa conversa, o MP nunca conseguiu fazer prova que o «JP», referido na conversa, fosse o árbitro Jacinto Paixão, como sustenta o MP, e não o ex-dirigente portista Joaquim Pinheiro, como explicou Pinto da Costa — e daí o processo ter sido anteriormente arquivado, até que a Dr.ª Maria José Morgado o mandou reabrir;
d) que, ainda que se concluísse que a conversa versava sobre o árbitro Jacinto Paixão e visava garantir os seus favores na arbitragem do jogo FC Porto-Beira-Mar, faltava um elemento essencial para se concluir pela corrupção: o nexo de causalidade, ou seja, o resultado prático dessa suposta corrupção. Acontece que nenhum dos peritos consultados concluiu que o árbitro tivesse favorecido o FC Porto. (Qualquer aprendiz de direito sabe isto e por isso é que o Dr. Ricardo Costa inventou a tese milagreira da «tentativa de corrupção», para fugir à dificuldade. Só que cometeu um erro: se houve tentativa apenas, os árbitros não poderiam também ter sido condenados. Se o foram, é porque, afinal, ele acha que houve corrupção. E, se houve, cadê o nexozinho de causalidade?).
e) enfim, sobre a «prova» acrescida trazida pelas declarações de Carolina Salgado ao MP — e jamais contraditadas livremente pela defesa — o juiz do TIC foi demolidor: a senhora, pura e simplesmente, mentiu. E daí que ele tenha mandado instaurar-lhe processo-crime por falsas declarações agravadas.
A forma como o juiz do TIC chegou a esta última conclusão é fatal para a Dr.ª Morgado e para o Dr. Costa. Confrontado com a transcrição das suas declarações ao MP, onde Carolina Salgado jurava ter assistido à conversa entre o empresário António Araújo e Pinto da Costa, supostamente acerca do árbitro Jacinto Paixão, o juiz limitou-se a pedir a transcrição de todas as chamadas do telemóvel de Pinto da Costa, nesse dia. E por elas descobriu que, à hora a que senhora jurava ter estado com o presidente do FC Porto, ela estava sim no cabeleireiro ou a caminho de casa do pai — conforme os seus próprios telefonemas para o telemóvel de Pinto da Costa atestavam. Tão simples como isto. E tão simples, que é impossível não perguntar porque é que a Dr.ª Maria José Morgado e o seu «dream team», a quem cabia a investigação, não se deram ao trabalho de fazer o mesmo? Bem pode agora a ilustre magistrada do MP anunciar que vai recorrer da sentença de arquivamento do TIC (não paga custas, não está sob suspeição, não lhe custa nada prolongar a coisa). Mas o que era preciso é que ela respondesse antes a esta pergunta…
5. Como se sabe, foi com base nos elementos fornecidos pela Dr.ª Maria José Morgado, que o CD entendeu condenar o FC Porto. Com base nas escutas e no depoimento de Carolina Salgado ao MP. Agora, que um juiz de direito de um tribunal comum decreta que as escutas são ilegais e não fazem prova alguma e a testemunha é uma mentirosa, apanhada com a boca na botija, o que vale a condenação do CD? Não, não me venham dizer que a justiça desportiva deve ser independente da justiça comum. Tivessem-no dito quando ficaram tão entusiasmados com a chegada da Dr.ª Morgado ao Apito Dourado e quando tanto insistiram para que ela passasse ao CD as «provas» que lhe permitiu condenar o FC Porto. Mas, aparte essa outra cambalhota, resta o essencial. E o essencial é o quê: saber a verdade dos factos e garantir aos acusados um processo limpo e com garantias de defesa, ou afastar o FC Porto para que o Sr. Luís Filipe Viera consiga apagar uma década de falhanços consecutivos no Alverca e no Benfica, e para assim não ter de sair protegido pela polícia das reuniões com os próprios sócios do clube?
in A BOLA, de 08Jun08
«inaceitáveis», «incompreensíveis» e «lamentáveis»
Foram estas as expressões usadas por Madail acerca da bagunça do CJ, mas...
Direcção da FPF demarca-se da reunião do CJ mas as sentenças transitam em julgado
A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) vai abrir um processo de averiguação dos factos ocorridos na reunião de sexta-feira do Conselho de Justiça do organismo. O processo vai ser dirigido por "alguém estranho, para garantir a completa independência e transparência do processo", disse o presidente da FPF Gilberto Madail. Entretanto, as sentenças, suspensão por dois anos do presidente do FC Porto, Pinto da Costa, e a descida à Liga de Honra do Boavista, transitam em julgado, o que significa que são para cumprir, com efeitos que, neste momento, se avaliam como pesados. Os clubes, FC Porto e Boavista vão ser notificados. A decisão será comunicada à UEFA que, a partir da condenação de Pinto da Costa por tentativa de corrupção, arrastando o FC Porto, poderá impedir a participação do clube na Liga dos Campeões. Se a conclusão a que chegar “alguém estranho” à FPF de que a reunião do seu Conselho de Justiça está ferida de ilegalidade, que se está perante uma situação “inaceitável”, como disse Gilberto Madail, será praticamente impossível emendar o erro de consequências pesadíssimas quer em termos desportivos quer económicos, para o clube. A FPF para já, demarca-se de tudo quanto se passou na sexta-feira, declinou qualquer responsabilidade no sucedido e, assim, lava as mãos. Quem provocou o incidente, de forma ligeira, tanto mais que o processo contra Pinto da Costa por tentativa de corrupção do árbitro (Caso da Fruta) em vésperas do jogo FC Porto-Estrela da Amadora, na época de 2003/2004, foi mandado arquivar, já duas vezes, por falta de provas, baseado em “falsos testemunhos” de Carolina Salgado, que está a contas com um processo de averiguações, assobia para o lado e vai deitar-se de consciência tranquila e convicto de que cumpriu o dever. O caso, contudo, não morre aqui, dado que os clubes, e também Pinto da Costa, deverão recorrer para o tribunal Administrativo.
Insensatez
JORGE MAIA
Bertrand Russell escreveu uma vez que o problema com o Mundo é que os fanáticos têm sempre muitas certezas e as pessoas sensatas têm sempre demasiadas dúvidas. Ora, as guerras, mesmo as guerras do alecrim e da manjerona como a que aquece o defeso, são sempre terreno fértil para os fanatismos que, por definição, são inevitavelmente exacerbados e que, por defeito, tendem fatalmente para o descontrolo. E as coisas complicam-se ainda mais quando mesmo as pessoas de quem se espera alguma sensatez, como aquelas a quem entregamos a responsabilidade pela administração da Justiça, se comportam como o mais fervoroso e fanático dos adeptos, contribuindo para o clima de instabilidade geral e para o recrudescimento da violência. Que, por sinal, já deixou de se limitar ao campo verbal onde costumava evoluir. Esta guerra entre o FC Porto e o Benfica justifica cada vez menos a utilização de aspas. Já houve troca de acusações, já se fizeram alianças estratégicas e até já houve danos materiais. A manter-se a actual escalada nos confrontos verbais, comerciais e legais entre os dois clubes, é imprevisível o resultado dos inevitáveis confrontos entre as duas equipas durante a próxima temporada e pode muito bem ser uma questão de tempo até termos de falar em vítimas. Há alturas, como esta, em que as pessoas sensatas não podem ter dúvidas sobre a necessidade de intervir, antes que fiquemos reduzidos apenas às certezas dos fanáticos.
Marcelo Rebelo de Sousa: «Tinha plenos poderes»
JURISTA DEFENDE PRESIDENTE DO CONSELHO DE JUSTIÇAO que aconteceu na última reunião do CJ mereceu um comentário de Marcelo Rebelo de Sousa, no seu programa de ontem na RTP, “As Escolhas de Marcelo”. O reputado jurista disse que Gonçalves Pereira "tem toda a razão quando diz que tinha poder para impedir um conselheiro de votar decisões", tendo ainda poder para dirigir e encerrar a reunião."O que aconteceu a seguir a isso não tem qualquer validade, foi apenas um encontro entre algumas pessoas”, alegou.
Dizia o Benfica à UEFA
1. "... para o Benfica, o Conselho de Justiça da Federação, a mais alta instância da justiça do futebol em Portugal, “tem vindo a sofrer várias e profundas vicissitudes que o desqualificam e o desacreditam aos olhos dos agentes desportivos e da opinião pública”.
Eu diria o seguinte: se é possível atacar o presidente (e vice-presidente) do CJ, ligando a sua conduta a uma tentativa de atrasar a decisão e/ou a tomá-la de acordo com os propósitos do FCP e do BFC, então também não será possível atacar o famoso João Abreu (e seus pares), ligando a sua conduta a uma tentativa de acelerar a decisão e/ou a tomá-la de acordo com os propósitos do benfica?
Mas, e já agora, não se achará curioso que uma decisão tão importante e com consequências tão complicadas, possa vir a pender para um ou outro lado, apenas em consequência da cor mais azulada ou mais avermelhada dos doutos juízes? É que, se as decisões desta importância são para ser tomadas assim, para que precisamos de juízes? Não seremos, todos nós, juízes?
E, para terminar, cá vamos de novo perceber a coragem do nosso querido Madaíl - aquele presidente cuja única tarefa a que se presta é a da escolha de um seleccionador para Portugal! De resto, nada é com ele. Parece nem ser competente para avalizar se, afinal, há uma acta ou duas. Se, afinal, há decisões sobre BFC e Pinto da Costa ou não. Aliás, até parece que, se qualquer de nós se lembrasse de afixar uma suposta acta de uma suposta reunião do CJ, com supostas decisões, o presidente Madaíl as “comia” sem esfregar um olho. E talvez as comunicasse aos respectivos clubes. E até talvez as executasse. Que tal aparecermos na sede da FPF logo à tarde, reunirmos, redigirmos uma acta e afixarmos a dita?
Obs.: é incompreensível como, após um Tribunal Cível ter desmontado uma mentira que serviu para condenar um Homem e um Clube, um Tribunal Desportivo, ter mantido o mesmo castigo! Ou serão apenas os "homens" colocados nos tais lugares a trabalhar para o dono?
«O Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol é constituído por um Presidente, um Vice-Presidente e cinco Vogais, todos licenciados em Direito. Este órgão Federativo reúne sempre que para tal seja convocado pelo seu Presidente e as suas decisões são fundamentadas de facto e de direito. (...)
Composição:
Presidente - Dr. Antonio José da Rocha Gonçalves Pereira
Vice-Presidente - Dr. Elísio da Costa Amorim
Vogal - Dr. Francisco José Cerqueira Mendes da Silva
Vogal - Dr. Álvaro Manuel Reis Batista
Vogal - Dr. Eduardo Santos Pereira
Vogal - Dr. João José Carrajola Abreu
Vogal - Dr. José Diogo Salema Pereira dos Reis»
in site da FPF
Madail mais uma vez metido numa camisa de sete varas. O CJ, só com 5 conselheiros, já depois de presidente e vice terem abandonado, encerrando a acta, continuaram a reunião e decidiram não dar provimento a dois dos processos do Boavista e aos dois de Pinto da Costa! Gonçalves Pereira mandou Carrajola Abreu, relator do FC Porto-Estrela, sair da sala porque entendia que não pode ser juiz no CJ e perito na Comissão de Contratos da FPF, dando provimento a um incidente de escusa do FC Porto e do Boavista. Este recusou, voaram papéis, falou-se bom calão e Abreu manteve-se firme. O presidente e o vice abandonaram. Os outros cinco fizeram um intervalo para jantar, voltaram e votaram os projectos de acórdão. Está criado um imbróglio incrível. O CJ deverá ser dissolvido mas até lá chegarmos vai ser um grande 31. O futebol português no seu pior.
Vejamos o que diz o artigo em questão do Regimento do CJ da FPF:
ARTIGO 4º (Faltas e Impedimentos) Na falta ou impedimento do Presidente, assume a presidência o Vice-Presidente ena ausência ou falta de ambos, o Vogal indicado pelos membros do Conselho presentes.
ARTIGO 5º (Deliberações) As deliberações do Conselho de Justiça só são válidas quando tomadas com a presença da maioria dos membros e por maioria de votos.
ARTIGO 9º (Presidente) Compete ao Presidente do Conselho de Justiça: a) Convocar as reuniões do Conselho; b) Dirigir e orientar os trabalhos das reuniões; c) Representar o Conselho junto dos demais Órgãos da F.P.F. e de outras instâncias da organização desportiva, bem como em todos os actos em que este se deva fazer representar, podendo delegar esta representação no Vice-Presidente ou num Vogal; d) Exercer todas as demais funções que, por Lei, pelo Estatuto, pelos Regulamentos e por este Regimento, lhe sejam conferidas. e) Adoptar as medidas que repute convenientes, designadamente reduzindo os prazos regimentais, sempre que tal se mostre necessário à celeridade na resolução dos assuntos submetidos ao Conselho.