A ler Viriato Soromenho-Marques, no Diário de Notícias:
«Ao fechar a porta ao diálogo com a coligação de direita, na base de alegadas divergências políticas, António Costa (AC) parece cada vez mais perdido dentro do personagem que construiu para se esconder da sua derrota eleitoral de 4 de Outubro: o pacificador das esquerdas. O personagem que tomou conta de AC é um futuro primeiro-ministro capaz de sarar um século de feridas entre mancheviques e bolcheviques, com algumas reuniões amenas e sorrisos amáveis. O problema é que a distância entre a direita e o PS, em Portugal e nas respectivas famílias europeias, é de quantidade, enquanto a diferença com os partidos à sua esquerda é de visão do mundo. É ontológica. Tem muito sangue, suor e lágrimas pelo meio. As esquerdas de que AC se sente tão próximo são feitas de fibras, memórias, sonhos, visões de futuro para a Europa que não permitiriam sobreviver mais de um semestre a um governo minoritário do PS.»
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