A revista Sábado publica hoje um importante trabalho sobre a investigação de que o Benfica está a ser alvo. As novidades são várias e muito relevantes:
1. A investigação do Ministério Público com o registo NUIPC 5340/17.7T9LSB-02 tem como alvo a Benfica SAD, Paulo Gonçalves, Pedro Guerra e Adão Mendes e incide particularmente sobre o ano de 2014. O tipo de crime que está a ser investigado é mais grave do que inicialmente se pensava: “corrupção activa na actividade desportiva”, que tem uma moldura penal prevista de 1 a 5 anos de prisão.
2. A Polícia Judiciária já recolheu vários depoimentos que confirmam as matérias incriminatórias para o Benfica contidas nos emails e acrescentam-lhes novos dados.
3. Neste momento, os emails já não são, portanto, nem a única nem a principal prova das atividades ilícitas promovidas pelo Benfica.
4. No âmbito de outro inquérito, o ex-árbitro Jorge Ferreira (desceu de categoria no final da época passada e é um dos padres) está a ser investigado por corrupção.
5. A Polícia Judiciária já quebrou o sigilo bancário e fiscal de vários alvos da investigação.
6. A Polícia Judiciária suspeita que, entretanto, o Benfica tenha apagado dos seus servidores as versões originais dos emails, após uma auditoria contratada a uma empresa da especialidade.
7. O Benfica tem em sua posse um documento Powerpoint, elaborado pelas equipas de advogados que contratou para este caso, que explica detalhadamente como devem actuar os dirigentes e quadros ou ex-quadros do clube caso sejam alvo de buscas.
8. Paulo Gonçalves já forneceu ao clube informações internas do Ministério Público e da Polícia Judiciária sobre estes inquéritos.
9. Só não se realizaram buscas à casa e ao escritório de Luís Filipe Vieira e às residências de Paulo Gonçalves, Pedro Guerra e Adão Mendes, como pretendiam a Polícia Judiciária e o Ministério Público, porque um juiz, no último dia em que estava em funções na Instrução Criminal, as inviabilizou. Essa decisão de não autorizar o avanço da investigação por esta via terá sido justificada pela suposição de que há ilícito na forma de obtenção dos e-mails e que esse ilícito fere a qualidade probatória dos e-mails. Uma decisão arbitrária e injustificável, tendo em conta que não se sustenta em elementos concretos, mas sim numa mera suposição.
10. O Benfica, contactado pela Sábado, recusou esclarecer ou negar qualquer destes factos, nomeadamente a eliminação dos servidores das versões originais dos emails.
De cada vez que alguém (seja Francisco J. Marques e o Porto Canal, sejam o Expresso ou Sábado) se dedica a investigar como deve ser o Benfica e as actividades ilícitas que tem promovido, material novo surge em abundância e confirma a aprofunda a percepção pública de que a turma de que não foi o mérito desportivo que decidiu as últimas quatro edições do campeonato. No caso da investigação de hoje da Sábado, reforça-se a suspeita de que os tentáculos do polvo são suficientemente extensos para abrangerem determinados sectores da justiça, que está neste momento confrontada com um importante desafio: face à gravidade das matérias que se conhecem, e que são provadas por outros elementos para além dos emails (caindo por terra, por isso, a ideia de que o Benfica nunca poderia ser julgado por crimes que só seriam revelados por documentos obtidos de forma alegadamente irregular), actuar como se impõe e acusar, julgar e condenar o Benfica, os seus dirigentes e os seus colaboradores (internos e externos) pelo pântano de vigarices em que transformaram o futebol português.
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