Kosta de Alhabaite

Nortenho, do Condado Portucalense

Se em 1628 os Portuenses foram os primeiros a revoltar-se contra o domínio dos Filipes, está na hora de nos levantarmos de novo, agora contra a corrupçao, o centralismo e colonialismo lisboeta!

«E se fosse no FC Porto?»


Imaginem que o principal accionista do Rio Ave, digamos, se tornava dirigente do FC Porto. Militavam os dois clubes na I Liga, e, de acordo com os regulamentos, o accionista de um clube não pode ser simultaneamente dirigente de um outro. Uma questão de defesa da verdade desportiva, ou, se queiserem, uma forma de proibir tentações.
Agora façam mais um esforço e imaginem que, lá para o final do campeonato, o FC Porto, em vez de ir jogar a casa do adversário, em Vila do Conde, conseguia mudar o jogo para, digamos, o estádio de Aveiro, em troca de contrapartidas financeiras dadas ao Rio Ave. Esta mudança, algo completamente inédito nos campeonatos portugueses de futebol, levantava um coro de protestos, mas o tal dirigente desportivo assegurava que não havia qualquer questão, porque ele já tinha vendido as suas acções, apesar de o ter feito a uma entidade desconhecida. O Porto ganhava o jogo (com um árbitro de chuteiras emprestadas pelo clube) e o campeonato num ano de sucessos. O mesmo não se podia dizer do Rio Ave, em graves apuros financeiros, à beira de fechar o seu futebol profissional.
Agora, conseguem imaginar o escândalo que seria se esse dirigente do FC Porto surgisse a negociar as tais acções do Rio Ave? Enorme, não era? Mas como tudo isto aconteceu com José Veiga, com o Benfica e o Estoril, ninguém estranha, é tudo normal.

por David Pontes, director adjunto do JN, 11 de Janeiro de 2006, pag. 4, não disponível online.

1 comentários:

se fosse no FC Porto caía o Carmo e a Trindade