Kosta de Alhabaite

Nortenho, do Condado Portucalense

Se em 1628 os Portuenses foram os primeiros a revoltar-se contra o domínio dos Filipes, está na hora de nos levantarmos de novo, agora contra a corrupçao, o centralismo e colonialismo lisboeta!

Gomes Fernandes e a Baixa




O arquitecto Gomes Fernandes tem sido uma das vozes que mais se tem destacado na oposição ao atapetamento granítico da Avenida dos Aliados. Regularmente, na sua coluna no JN (nunca está online...), a sua voz inconformada faz-se ouvir, sempre alicerçada no conhecimento profundo que possui da cidade, algo que todos lhe reconhecem.
Na última dessas prosas, “Respeitar o espaço público”, publicada na passada quarta-feira, Gomes Fernandes volta ao tema do tratamento que a sala de visitas da cidade irá sofrer. Para isso, muniu-se da fotografia que aqui reproduzimos, e fez esta leitura:

“(...) Esta foto revela mais algumas lições que parecem agora esquecidas: o tratamento da centralidade axial do desenho da Avenida e da posição do monumento na Praça; a coexistência na placa central entre o peão e as superfícies ajardinadas; o primoroso desenho do espaço, que embora datado é sempre uma lição de rigor e beleza; a luminosidade clara e reflectora dos pavimentos, em contraste com o tom mais escuro dos edifícios, o que não foi escolhido por acaso; um fecho de fundo da Praça de grande monumentalidade e anunciador de fugas visuais convidativas no sentido transversal, dos Clérigos e 31 de Janeiro”

Gomes Fernandes explica, também, o porquê da estátua de D.Pedro IV estar de costas para a praça, voltada para sul. Um esclarecimento que fará as delícias de muita gente:

“Como sabem, a resistência liberal do Porto, comandada pelo “rei soldado”, foi sofrida porque da outra banda, na “Serra do Pilar”, os miguelistas tinham instaladas as bateriais de artilheiros que iam bombardeando a cidade. Ora, a posição da “Estátua de D. Pedro IV” tem a ver precisamente com isso, uma afirmação de liderança e resistência contra quem atacava a partir do sul. Não é a única razão, mas esta é histórica e forte e não devia ter passado à margem da análise urbanística de tão responsáveis arquitectos e professores”.

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