Desigual, desigual, é a competição entre o Benfica e a Académica: aí é que se tornou bem visível o que pode um grande e o que tem de aceitar um pequeno. Com o seu melhor avançado previamente seduzido pelo Benfica, a Académica teve de aceitar passivamente a sua deserção dos treinos e do próprio jogo contra o futuro patrão. Sem Marcel, a Académica foi à Luz para, nas palavras do seu presidente, ser vítima de um árbitro que foi «um verdadeiro artista a construir o resultado». E, destroçado com o que todos tínhamos acabado de ver, desabafou ele que «não é fácil lutar contra tantas forças. Parece que, em vez de procurar avançados, vale mais procurar as pessoas certas para construir os resultados». Mas no fim do jogo, segundo antecipavam os jornais, o homem teve de se sentar à mesa a negociar o Marcel com aqueles mesmos de quem se queixava. Eis a lei do mais forte no seu esplendor.
Miguel Sousa Tavares, in A Bola (17/01/2006)
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