Kosta de Alhabaite

Nortenho, do Condado Portucalense

Se em 1628 os Portuenses foram os primeiros a revoltar-se contra o domínio dos Filipes, está na hora de nos levantarmos de novo, agora contra a corrupçao, o centralismo e colonialismo lisboeta!

O Norte tem muitas razões de queixa


Algumas figuras do Norte - a última das quais foi Paulo Rangel - queixam-se progressivamente do centralismo de Lisboa. E têm muita razão.
Eu nasci em e vivi sempre em Lisboa e fico escandalizado com as disparidades regionais em favor da capital, de acordo com dados do INE (estes referentes a 2009).
Vejamos os números: se considerarmos que a média nacional do PIB per capita (portanto todo o rendimento gerado a dividir pelo número de pessoas) é igual a 100, temos que ele na Grande Lisboa é de 163,3. Isto contrasta com menos de um terço desse valor, 52,6 na Serra da Estrela, uma das 30 NUTS III (Nomenclatura de Unidade Territorial para fins estatísticos). Mas o mais escandaloso é que mesmo o segundo NUTS mais rico (o Alentejo Litoral) tem um PIB per capita de 116,6, muito abaixo da Grande Lisboa, enquanto o do Grande Porto é de apenas 105,7.
Se virmos os números em relação às sete regiões NUTS II - Norte, Centro, Lisboa, Alentejo, Algarve, Açores e Madeira, constatamos que apenas Lisboa (cuja região envolve a Península de Setúbal), com cerca de 140, a Madeira (sim, a Madeira!) com cerca de 130 e o Algarve, com 110 estão acima da média do país. O Norte, o Centro, o Alentejo e os Açores são mais pobres do que a média nacional.
Penso que os três anos de crise - 2010, 2011 e 2012 - não vieram minorar as desigualdades regionais. Por isso, seria bom que, quando em Lisboa se fala da falta de solidariedade na Europa entre regiões mais ricas e pobres, se perdesse algum tempo a olhar para a nossa própria casa. Henrique Monteiro

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