A partir da década de 70 do século XX passei a ser um frequentador habitual do antigo estádio das Antas (e do pavilhão Américo de Sá). Pela mão do meu irmão mais velho era encaminhado com entusiasmo para aquele estádio para ver, aplaudir e apoiar o nosso Clube.
Depois da grandiosa vitória no campeonato ao fim dos 19 nos de jejum, ir para o estádio 4 horas antes e ficar esmagado no meio da euforia dos adeptos deixou de ser opção. No ano seguinte passamos a ser "adeptos dos cativos". Nós e os outros irmãos. E assim nos mantivemos até ao Estádio do Dragão. Depois da viagem à Alemanha, para assistir in loco a mais um triunfo de Campeões, as visitas ao estádio começaram a não ser tão frequentes. Por razões pessoais, por razões também desportivas, por muitas razões, aquela casa deixou de contar comigo de forma contínua como até então. Não posso, contudo, nem admito, ser apelidado de mau portista. Era o que faltava. Estive em todas as situações mais ou menos delicadas, no Governo Civil por causa de "retrete", no Pavilhão onde "ia rebentar uma bomba", mais recentemente em frente à Câmara ou em frente à Liga. Lá estive... Nas horas decisivas e nas horas em que é preciso puxar pela "carroça" lá estou. Como na sexta-feira passada. Como noutras sextas, sábados ou domingos, em que após um resultado menos bom ou num jogo mais decisivo é preciso vencer, lá estou. Sempre na Bancada Poente, Porta 27. Pois bem, cumprimentai alguns conhecidos, sentei-me e ao fim de 15 minutos pensei numa goleada. Dois a zero, mesmo devagarinho, sempre achei que podíamos marcar mais. Enganei-me redondamente. Péssimo desempenho, mau jogo, falta de profissionalismo e, principalmente falta de respeito pelos 24.000 que acorreram para apoiar a equipa depois daquela triste exibição frente ao 12º classificado, o "sporten" de lisboa... Nem a desculpa do jogo em Málaga pode servir de atenuante. Por isso, eu, que andei aqui a apelar à presença de adeptos no estádio, peço desculpa pela "publicidade" enganosa, pela incrível má exibição e total falta de respeito pelos adeptos.
Nota: Como disse, "eu sou do tempo" em que o tribunal exigia. E essa exigência foi também um factor de conquista e de superação. Ontem, como quase sempre nos últimos anos, os adeptos portam-se como cordeiros, passam o tempo a beber coca-cola e a comer snacks ou pipocas. São de uma pobreza franciscana. Estão mal habituados, acho eu...
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