Kosta de Alhabaite

Nortenho, do Condado Portucalense

Se em 1628 os Portuenses foram os primeiros a revoltar-se contra o domínio dos Filipes, está na hora de nos levantarmos de novo, agora contra a corrupçao, o centralismo e colonialismo lisboeta!

Acorda Portugal


Eu esperei
mas o dia não se fez melhor
e o sujo não se quis limpar,
inventou mais flores em meu redor
como se eu não fosse olhar!
Enfeitou as ruas para cobrir
terra seca de não semear
deram-me água turva a beber
dizem cura e força e solução
como se eu não fosse olhar!

Eu esperei
mas o fumo não saiu da estrada
Arde o sonho em troca de nada
Dizem festa, mas é solidão
como se eu não fosse olhar!
A mentira não se fez verdade
e a justiça não se fez mulher
A revolta não se fez vontade
Braços novos sem educação
sangue velho chora de saudade!

Eu esperei
dizem luta mas não há destino
dão-me luzes mas não é caminho
dizem corre mas não é batalha
como quem não quer mudar!
Esta corda não nos sai das mãos
esta lama não nos sai do chão
esta venda não deixa alcançar.
cantam “armas” mas não é amor
mão no peito mas não é amar
fato justo mas sem lealdade
cavaleiro mas já sem moral
braços sujos que se vão esconder
braços fracos não são de lutar
braços baixos não se querem ver
como se eu não fosse olhar!

Eu esperei
pelo tempo transparente em nós
pelo fruto puro de escolher
pela força feita de alegria
mas o povo dorme na ilusão!
e a tristeza é forma de sinal
Liberdade pode ser prisão...
Meu Deus, livra-nos do mal
e acorda Portugal...



Tiago Bettencourt & MANTHA - Eu Esperei . No Teatro Sá da Bandeira, no Porto, 1ª parte Patrick Watson

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