Situada a 10 km a nordeste de Ferreira do Zêzere, numa enseada da albufeira do Castelo do Bode, a vila de Dornes é uma das mais curiosas do centro de Portugal, quer pela sua invulgar localização, pelas vistas e pelo pitoresco do casario, como pelas lendas e tradições que lhe estão associadas.
A dominar as casas baixas e predominantemente brancas fica a torre medieval, que se pensa ter sido construída pelos cavaleiros templários para vigiar o profundo vale do Zêzere. A fundação de Dornes remonta ao século XII e está ligada ao aparecimento de uma imagem milagrosa de Nossa Senhora do Pranto.
A primeira igreja de Dornes foi mandada construir pela rainha Santa Isabel (filha do rei de Aragão e esposa do rei português D. Dinis) em finais do século XIII, substituída por uma de maiores dimensões no século XV. A romaria de Nossa Senhora do Pranto faz-se a 15 de Agosto e atrai grande multidão.
Terra muito antiga, Dornes será mesmo anterior à fundação da nacionalidade, como o atestam os monumentos e os vestígios arqueológicos que por aqui se têm encontrado.
Já na primeira dinastia alguns documentos que lhe fazem referência, sendo documentada a presença de um religioso de Dornes no Foral de Arega, em inícios do século XIII.
Ainda no século XIII há referências à Comenda Templária de Dornes. Mais tarde, no século XV, Dornes, enquanto Comenda Mor da Ordem de Cristo teve por Comendador D. Gonçalo de Sousa, homem muito influente, da Casa do Infante D. Henrique, e que aqui mandou construir, em 1453, a Igreja de Nossa Senhora do Pranto.
Este local de culto deu à povoação, parte da importância que esteve na origem, em 1513, da atribuição do Foral Manuelino.
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